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Entenda como a bactéria é transmitida, os mitos mais comuns e as formas mais eficazes de prevenção desta infecção sexualmente transmissível (IST).

Uma ardência discreta ao urinar ou uma secreção diferente do habitual. Sinais sutis que, na correria do dia a dia, podem ser ignorados, mas que frequentemente representam o primeiro alerta para uma infecção sexualmente transmissível (IST) como a gonorreia. Compreender como ela se espalha é o primeiro passo para uma vida sexual mais segura e saudável.
A gonorreia é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, que se prolifera em áreas úmidas e quentes do trato reprodutivo. A transmissão ocorre quando há contato direto com as secreções de uma pessoa infectada, principalmente através das mucosas. Além dos órgãos genitais, a gonorreia pode afetar outras partes do corpo, como a garganta, o reto e os olhos.
A forma mais comum de contágio é, de longe, a relação sexual sem o uso de preservativo. A bactéria pode infectar diferentes partes do corpo, dependendo do tipo de contato sexual:
É fundamental entender que a transmissão pode ocorrer mesmo sem ejaculação. O simples contato entre as mucosas é suficiente para que a bactéria passe de uma pessoa para outra. A gonorreia na uretra, que geralmente apresenta sintomas claros, pode ser transmitida através do contato sexual com infecções que ocorrem no reto ou na garganta do parceiro, que nem sempre são sintomáticas.
Uma gestante com gonorreia pode transmitir a infecção para o bebê durante a gestação ou no parto vaginal. Essa transmissão vertical pode causar uma infecção ocular grave no recém-nascido, conhecida como oftalmia neonatal. Por isso, o acompanhamento pré-natal e a testagem para ISTs são essenciais para a saúde da mãe e do bebê.
Embora menos comum que a transmissão sexual, o compartilhamento de brinquedos sexuais sem a devida higienização ou sem o uso de preservativo individual também representa um risco. A bactéria pode sobreviver por um curto período em superfícies úmidas, facilitando a contaminação cruzada.
A gonorreia tem cura. Faça seu diagnóstico e tratamento com segurança: agende sua consulta.
Esta é uma dúvida comum e a resposta curta é: é extremamente improvável. A bactéria causadora da gonorreia é muito sensível e não sobrevive por muito tempo fora do corpo humano, o que invalida muitos mitos populares sobre o contágio.
Você não contrai gonorreia ao sentar-se em um vaso sanitário, usar uma toalha de banho de outra pessoa ou nadar em uma piscina. A Neisseria gonorrhoeae morre rapidamente em contato com o ar, superfícies secas ou em ambientes com cloro, como o de uma piscina. O contágio por essas vias é considerado praticamente nulo pela comunidade médica.
Até pouco tempo, o beijo não era considerado uma via de transmissão da gonorreia. No entanto, estudos científicos recentes indicam que o beijo de língua pode ser um fator de risco, especialmente para a gonorreia na garganta (orofaríngea).
Além disso, o uso de saliva como lubrificante durante o sexo anal também pode transmitir a infecção. Nessas situações, assim como no sexo oral e anal sem camisinha, o preservativo pode não proteger completamente.
Alguns comportamentos e condições aumentam a vulnerabilidade à infecção. Ter múltiplos parceiros sexuais, não usar preservativo de forma consistente e a presença de outras ISTs, que podem causar pequenas lesões nas mucosas, são fatores que elevam o risco de contrair gonorreia.
Além disso, a alta prevalência de casos assintomáticos, especialmente em mulheres e em infecções na garganta ou no reto, contribui para a disseminação silenciosa da bactéria. Casos de gonorreia que não apresentam sintomas muitas vezes não buscam tratamento e permanecem infecciosos.
Dessa forma, podem transmitir a doença a outros indivíduos sem saber, até que a infecção seja detectada.
A prevenção é a ferramenta mais poderosa contra a gonorreia e outras infecções sexualmente transmissíveis. Adotar práticas seguras é um ato de cuidado consigo mesmo e com seus parceiros.
Ao notar qualquer sintoma como dor ao urinar, corrimento ou dor pélvica, procure imediatamente um médico ginecologista ou urologista. A automedicação nunca é recomendada, pois o uso incorreto de antibióticos pode mascarar os sintomas e contribuir para a resistência bacteriana.
O diagnóstico correto é feito por meio de exames laboratoriais e o tratamento, quando seguido à risca, é eficaz. É igualmente importante comunicar os parceiros sexuais recentes para que eles também possam ser testados e tratados, quebrando o ciclo de transmissão.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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