03/04/2025
Revisado em: 24/04/2025
A cirurgia não altera o volume de sêmen que sai do corpo masculino e nem a produção de testosterona
Vasectomia é reversível? Essa é uma pergunta que paira na mente de muitos homens que consideram ou já realizaram o procedimento contraceptivo. Hoje em dia, estima-se que cerca de 50 milhões de homens ao redor do mundo sejam vasectomizados. Mas, cerca de 5% deles optam por fazer a reversão. Mas, enquanto a vasectomia é um procedimento bem simples - e, a princípio, definitivo - a reversão já é bem mais complexa.
A vasectomia é uma cirurgia simples e minimamente invasiva, projetada para impedir permanentemente a fertilidade masculina. Trata-se de um método contraceptivo cirúrgico que bloqueia o canal deferente, responsável por transportar os espermatozoides dos testículos para a uretra.
O procedimento leva cerca de 20 a 30 minutos e pode ser realizado no consultório médico sob anestesia local.
Após a vasectomia, os testículos continuam a produzir espermatozoides, mas eles são reabsorvidos pelo corpo em vez de serem liberados durante a ejaculação. A vasectomia não afeta a produção de hormônios masculinos, o desejo sexual ou a capacidade de ter ereção e ejacular. O único resultado da vasectomia é a ausência de espermatozoides no sêmen ejaculado, prevenindo assim a gravidez.
Sim, a cirurgia de vasectomia é reversível em muitos casos. A reversão da vasectomia é um procedimento cirúrgico microcirúrgico mais complexo que visa restaurar a permeabilidade dos canais deferentes que foram seccionados durante a vasectomia. Existem duas técnicas principais para a reversão da vasectomia: a vaso-vasostomia e a vasoepididimostomia.
Na vaso-vasostomia, a técnica mais comum, as extremidades dos canais deferentes seccionados são cuidadosamente reconectadas utilizando um microscópio cirúrgico e suturas extremamente finas. O objetivo é recriar um canal aberto que permita a passagem dos espermatozoides dos testículos para o sêmen.
A vasoepididimostomia é uma técnica mais complexa, reservada para casos em que há um bloqueio no epidídimo, o tubo que armazena os espermatozoides após a produção nos testículos. Nesses casos, a conexão é feita diretamente entre o canal deferente e o epidídimo, contornando o bloqueio.
Ambas as técnicas são realizadas em ambiente cirúrgico, geralmente sob anestesia geral ou raquidiana, e requerem um cirurgião urologista com experiência em microcirurgia reconstrutiva. A escolha da técnica cirúrgica depende da avaliação individual de cada paciente e das condições encontradas durante a cirurgia.
Taxa de sucesso da reversão da vasectomia: o que esperar
A taxa de sucesso da reversão da vasectomia varia significativamente e é influenciada por diversos fatores, sendo o tempo decorrido entre a vasectomia e a reversão um dos mais importantes. Quanto menor o intervalo de tempo, maiores as chances de sucesso. Em geral, as taxas de sucesso podem ser divididas em duas categorias principais:
Refere-se à presença de espermatozoides no sêmen após a cirurgia de reversão. Essa taxa é geralmente alta, variando de 70% a 90% em homens que realizam a reversão em até 3 anos após a vasectomia. Mesmo após 15 anos, a taxa de patência espermática ainda pode ser de cerca de 50%.
Refere-se à ocorrência de gravidez na parceira após a reversão da vasectomia. Essa taxa é um pouco menor que a taxa de patência espermática, pois depende de outros fatores além da presença de espermatozoides, como a fertilidade da parceira e outros fatores de saúde do casal. As taxas de gravidez variam de 30% a 70%, diminuindo gradualmente com o aumento do tempo entre a vasectomia e a reversão.
Outros fatores que podem influenciar a taxa de sucesso incluem a idade da parceira, a técnica cirúrgica utilizada, a experiência do cirurgião e a presença de outras condições de saúde que possam afetar a fertilidade masculina ou feminina. É fundamental que o casal converse abertamente com o urologista para entender as expectativas realistas de sucesso em seu caso específico.
O prazo ideal seria até 10 anos. As chances de sucesso diminuem gradualmente com o passar do tempo, mas reversões bem-sucedidas são relatadas mesmo 15 anos ou mais após a vasectomia.
O tempo impacta principalmente a qualidade dos espermatozoides e a ocorrência de obstruções secundárias nos canais deferentes ao longo do tempo. Mas avanços nas técnicas microcirúrgicas e na compreensão da fisiologia reprodutiva masculina têm permitido resultados positivos mesmo em casos de vasectomia de longa data.
Antes de se submeter à cirurgia de reversão da vasectomia, alguns exames são necessários para avaliar a saúde geral do paciente e otimizar as chances de sucesso. Os exames mais comuns incluem:
Sim, além da reversão da vasectomia, existe outro método eficaz para ter filhos após a vasectomia: a fertilização in vitro (FIV) com recuperação de espermatozoides. Nessa técnica, os espermatozoides são coletados diretamente dos testículos ou epidídimo através de uma pequena agulha ou incisão.
Esses espermatozoides são então utilizados para fertilizar os óvulos da parceira em laboratório, e os embriões resultantes são transferidos para o útero da parceira.
A vasectomia é considerada um procedimento seguro com poucos efeitos colaterais a longo prazo. Complicações imediatas podem incluir dor, inchaço, hematoma ou infecção no local da cirurgia, mas são geralmente leves e transitórias.
Em relação à saúde sexual, a vasectomia não causa impotência, disfunção erétil, perda de libido ou alterações na sensação do orgasmo. Também não afeta a produção de hormônios masculinos (testosterona) e nem a capacidade de ter ereções e ejacular.
Embora raros, alguns homens podem desenvolver dor crônica nos testículos após a vasectomia (síndrome da dor pós-vasectomia). Em geral, essa condição é geralmente leve e tratável. É importante discutir quaisquer preocupações ou dúvidas sobre possíveis efeitos colaterais com o médico antes de realizar a vasectomia.
A decisão de realizar a vasectomia ou a reversão da vasectomia é pessoal e deve ser tomada em conjunto com o parceiro(a), após uma avaliação cuidadosa de diversos fatores como:
Uma consulta detalhada com um urologista especializado em vasectomia e reversão, e possivelmente com um especialista em fertilidade, é fundamental para discutir esses fatores, esclarecer dúvidas e tomar uma decisão informada e consciente.
A janela ideal é de até 10 anos, mas cada caso deve ser analisado individualmente. Após 15 anos, as chances diminuem significativamente.
Sim, mas apenas se houver falha na vasectomia (raro) ou após reversão bem-sucedida. A alternativa é a coleta de espermatozoides via FIV/ICSI.
A vasectomia é reversível sozinha apenas em casos raríssimos (menos de 1%), geralmente associados a técnicas mal executadas ou cicatrização incompleta.
Embora a vasectomia seja um método contraceptivo altamente eficaz, com taxas de sucesso superiores a 99%, ela não é 100% eficaz. A falha da vasectomia, embora rara (1 em 2.000 casos), pode ocorrer devido à recanalização espontânea precoce dos canais deferentes logo após a cirurgia, antes que a ausência completa de espermatozoides no sêmen seja confirmada através de espermogramas de controle.
Por isso, é fundamental utilizar outro método contraceptivo até que o médico confirme a eficácia da vasectomia através de exames de sêmen.
POPULARES EM TRATAMENTOS
Os conteúdos mais buscados sobre Tratamentos
É preciso identificar a causa – viral, bacteriana ou alérgica – para a escolha do colírio e demais cuidados
Leia maisProblemas visuais comuns, ambos podem ser corrigidos com óculos, lentes ou cirurgia
Leia maisOs tipos mais comuns são no tornozelo, joelho, punho e cotovelo
Leia mais