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Tumores cutâneos: o que são, tipos, sintomas, prevenção e diagnóstico

Saiba como identificar sinais de alerta e a importância da detecção precoce para a saúde da sua pele.

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Você já se olhou no espelho e notou uma nova pinta, uma mancha que mudou ou uma ferida que não cicatriza? Essas são situações comuns que levantam a questão sobre tumores cutâneos. 

Os tumores cutâneos são crescimentos anormais de células na pele. Eles podem ser de diferentes tipos e características, e sua natureza varia desde benignos, que não representam risco grave à saúde, até malignos, que são os cânceres de pele e demandam atenção médica urgente.

Tumores cutâneos benignos: quando não se preocupar?

Nem toda lesão na pele é um sinal de câncer. Existem diversas condições benignas que podem se manifestar na pele, como nevos (as pintas comuns), queratoses seborreicas (manchas elevadas e ásperas, geralmente escuras), cistos e lipomas (caroços de gordura sob a pele). Essas lesões geralmente têm crescimento lento, bordas regulares e coloração uniforme. 

Embora inofensivas, é importante que um dermatologista as avalie para descartar qualquer risco e monitorar possíveis mudanças ao longo do tempo. Estudos mostram que condições como queratose solar e o câncer de queratinócitos estão entre as mais frequentemente gerenciadas na atenção primária, o que reforça a necessidade de avaliação profissional para diferenciar lesões benignas de malignas.

Tumores cutâneos malignos: o câncer de pele

Por outro lado, os tumores cutâneos malignos, conhecidos como câncer de pele, representam um crescimento descontrolado de células anormais. Eles são o tipo de câncer mais frequente no Brasil e no mundo. 

De fato, o câncer de pele é o tipo mais comum e o mais frequente no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, 30% dos registros correspondem a tumores malignos, mas somente 3% deles são neoplasias malignas do órgão.

Quais os principais tipos de câncer de pele?

Os tumores cutâneos malignos são divididos em diferentes tipos, dependendo das células que deram origem ao tumor. 

Os três mais comuns são:

  • carcinoma basocelular; 
  • carcinoma espinocelular; 
  • melanoma. 

É importante notar que o câncer de pele não-melanoma (NMSC), que inclui o carcinoma basocelular e o espinocelular, tem uma incidência significativamente maior, sendo 18 a 20 vezes mais comum que o melanoma, ressaltando a importância do manejo de ambos os tipos.

Carcinoma basocelular: o tipo mais comum

O carcinoma basocelular (CBC) é o tipo de câncer de pele mais frequente, representando cerca de 80% dos casos. Ele geralmente surge em áreas do corpo expostas ao sol, como rosto, pescoço e braços. 

Esse tipo de câncer se apresenta como uma pequena ferida que não cicatriza, uma elevação perolada, uma crosta ou uma mancha avermelhada. Embora raramente se espalhe para outras partes do corpo (metástase), pode ser destrutivo localmente se não for tratado, afetando tecidos próximos.

Carcinoma espinocelular: o segundo mais frequente

O carcinoma espinocelular (CEC) é o segundo tipo mais comum de câncer de pele. Ele também surge com frequência em áreas expostas ao sol, mas pode aparecer em mucosas (como lábios e genitais) ou em cicatrizes crônicas. 

Ele se manifesta como uma ferida que não cicatriza, uma crosta persistente, uma mancha avermelhada ou um nódulo. O CEC possui um risco um pouco maior de metástase em comparação ao basocelular, especialmente se for agressivo ou localizado em certas áreas.

Melanoma: o mais agressivo

O melanoma é o tipo menos comum de câncer de pele, mas também o mais agressivo e com maior potencial de metástase, ou seja, de se espalhar para outros órgãos. Ele pode surgir de uma pinta existente ou aparecer como uma nova lesão na pele. 

Embora possa ocorrer em qualquer parte do corpo, é mais frequente em tronco, membros e rosto. A detecção precoce é vital para o tratamento eficaz do melanoma.

Quais os sintomas dos tumores cutâneos?

A pele é o maior órgão do corpo e está constantemente exposta. Conhecer os sinais de alerta é fundamental para identificar precocemente um tumor cutâneo e buscar ajuda médica. A vigilância é a sua melhor defesa.

Sinais de alerta para lesões suspeitas

É importante estar atento a qualquer mudança em pintas ou manchas já existentes, ou ao surgimento de novas lesões. 

Procure um dermatologista se observar os seguintes sinais:

  • Lesão que sangra facilmente ou não cicatriza após algumas semanas.
  • Mancha ou pinta que coça, dói, arde ou apresenta sensibilidade.
  • Nódulo ou elevação na pele que está crescendo rapidamente.
  • Qualquer lesão que tenha uma aparência diferente das outras pintas no seu corpo (o “sinal do patinho feio”).
  • Manchas ásperas, escamosas ou com crostas persistentes.

A regra ABCDE para identificar o melanoma

Para o melanoma, existe uma regra prática que auxilia na identificação de lesões suspeitas. A regra ABCDE avalia as características de pintas e manchas:

  • Assimetria: Uma metade da pinta é diferente da outra.
  • Bordas irregulares: As bordas são borradas, serrilhadas ou recortadas.
  • Cores variadas: Presença de diferentes tonalidades de preto, marrom, cinza, vermelho ou azul na mesma lesão.
  • Diâmetro: Geralmente maior que 6 milímetros (equivalente ao tamanho de uma borracha de lápis).
  • Evolução: Qualquer mudança no tamanho, forma, cor, elevação ou sangramento da lesão.

Se você identificar qualquer um desses sinais em uma pinta ou mancha, procure imediatamente um dermatologista.

Como prevenir tumores cutâneos?

A prevenção é a melhor estratégia contra os tumores cutâneos, especialmente aqueles relacionados à exposição solar. Pequenas mudanças nos seus hábitos diários podem fazer uma grande diferença na sua saúde.

Medidas essenciais de proteção solar

A exposição excessiva e desprotegida aos raios ultravioleta (UV) é o principal fator de risco para o desenvolvimento da maioria dos tumores cutâneos. 

Adote as seguintes medidas de proteção:

  • Use protetor solar diariamente: aplique protetor solar com fator de proteção solar (FPS) 30 ou superior, mesmo em dias nublados e no inverno. Reaplique a cada duas horas ou após nadar e suar intensamente.
  • Evite a exposição nos horários de pico: os raios UV são mais intensos entre 10h e 16h. Se precisar sair, procure sombras.
  • Invista em roupas e acessórios de proteção: chapéus de abas largas, óculos de sol com proteção UV e roupas com tecidos que oferecem proteção solar (FPS >30) são grandes aliados.
  • Busque a sombra: sempre que possível, fique sob a sombra de árvores, guarda-sóis ou construções.

Importância do autoexame da pele

Realizar o autoexame da pele mensalmente permite que você conheça bem suas pintas e manchas, facilitando a identificação de qualquer alteração. 

Observe todo o corpo, incluindo couro cabeludo, plantas dos pés, palmas das mãos e entre os dedos. Peça ajuda a um familiar para examinar áreas de difícil acesso, como costas e nuca.

Acompanhamento dermatológico regular

Além do autoexame, consultas regulares com um dermatologista são cruciais. O profissional pode realizar um mapeamento corporal e identificar lesões suspeitas que você não notou. A frequência dessas consultas deve ser determinada pelo seu médico, considerando seu histórico pessoal e familiar e seu tipo de pele.

Como é feito o diagnóstico e tratamento dos tumores cutâneos?

O diagnóstico e o tratamento de tumores cutâneos devem ser conduzidos por profissionais especializados. O processo geralmente começa com a avaliação clínica e pode ser seguido por procedimentos para confirmação e remoção da lesão. 

Nesse contexto, a teledermatologia tem se mostrado uma ferramenta promissora para o diagnóstico de tumores cutâneos, apresentando uma taxa de falha em identificar lesões malignas de menos de 7%, o que sugere sua utilidade como apoio à avaliação inicial.

O papel da biópsia na confirmação

Se o dermatologista identificar uma lesão suspeita, o próximo passo é geralmente a realização de uma biópsia. Este procedimento consiste na remoção de uma pequena amostra da pele ou de toda a lesão para análise em laboratório por um patologista. 

A biópsia é crucial para um diagnóstico preciso, especialmente considerando que ferramentas de diagnóstico assistido por computador (MSI-CAD) para melanoma podem gerar uma alta taxa de resultados falso-positivos, chegando a 71%, o que poderia levar a cirurgias desnecessárias, conforme apontado em uma revisão sistemática publicada no The Cochrane Database of Systematic Reviews. 

O resultado da biópsia confirma se o tumor é benigno ou maligno e, no caso de câncer, determina o tipo específico e as características, informações essenciais para planejar o tratamento adequado.

Opções de tratamento disponíveis

O tratamento dos tumores cutâneos malignos varia conforme o tipo, tamanho, localização e estágio da lesão. A cirurgia é a opção mais comum e consiste na remoção da lesão com margens de segurança. 

Outras opções incluem radioterapia, quimioterapia, terapia fotodinâmica, criocirurgia e terapias-alvo ou imunoterapia, especialmente para casos mais avançados de melanoma. O médico especialista definirá a melhor abordagem para cada paciente.

Tumores cutâneos: procurar ajuda médica é fundamental

A informação é uma ferramenta poderosa, mas a ação é ainda mais. Se você notou qualquer alteração na sua pele, não hesite em procurar um dermatologista. 

O diagnóstico precoce dos tumores cutâneos, especialmente do câncer de pele, aumenta significativamente as chances de um tratamento bem-sucedido e a cura. Priorize a sua saúde e realize exames regulares para proteger a sua pele.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista do Ministério da Saúde.

Bibliografia

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