14/08/2025
Revisado em: 14/08/2025
Manchas, pintas e sinais na pele são muito comuns, portanto, entenda como diferenciar as lesões inofensivas daquelas que merecem uma investigação médica.
Ter pintas, sinais e pequenas manchas é uma característica universal. A maioria das pessoas tem dezenas delas espalhadas pelo corpo, e quase todas são completamente inofensivas.
O verdadeiro desafio não é ter lesões, mas sim aprender a reconhecer quando uma delas muda de comportamento ou quando uma nova surge com características diferentes. Compreender a diferença entre os tumores benignos de pele e os sinais de alerta é o que transforma a ansiedade da descoberta em uma atitude de cuidado proativo.
As formações benignas na pele são extremamente variadas, mas algumas delas são vistas com muita frequência no dia a dia e nos consultórios dermatológicos.
Uma das mais comuns é a queratose seborreica, uma lesão de aspecto verrucoso, com coloração que varia do marrom claro ao preto. Elas são inofensivas, têm uma superfície ligeiramente elevada e gordurosa, com uma aparência de que foram "coladas" na pele, e surgem principalmente no tronco e no rosto com o envelhecimento.
Os nevos melanocíticos, conhecidos popularmente como pintas ou sinais e formados pelo acúmulo de melanócitos (as células que dão cor à pele), são tumores benignos de pele tão frequentes que a grande maioria das pessoas possui dezenas deles pelo corpo, sendo considerados uma característica normal.
Outras lesões comuns incluem os lipomas, que são nódulos macios e móveis de gordura localizados sob a pele, geralmente indolores, e os dermatofibromas, pequenos caroços firmes e acastanhados que aparecem com frequência nas pernas e podem se retrair ao serem pinçados.
Além desses, os hemangiomas rubi (ou "de cereja") são muito prevalentes: são pequenas "bolinhas" vermelhas que surgem com a idade e nada mais são do que aglomerados inofensivos de vasos sanguíneos.
Embora a maioria das lesões seja inofensiva, a vigilância é a principal ferramenta para a detecção precoce do câncer de pele.
É impossível para um leigo ter certeza sobre a natureza de uma pinta, mas existem guias de observação que ajudam a identificar os sinais de alerta que indicam a necessidade de uma avaliação profissional.
O método mais conhecido e recomendado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia é a regra do ABCDE, que funciona como um checklist para analisar as pintas que podem ser câncer:
Além da análise individual de cada lesão, outro método frequentemente utilizado é a comparação, conhecida como o sinal do "patinho feio".
Como a maioria das pintas de uma mesma pessoa tende a seguir um padrão, aquela lesão que destoa completamente das outras, seja pela cor, tamanho ou formato, deve ser considerada suspeita.
É imprescindível entender qual a diferença entre câncer maligno e benigno para compreender a importância desses sinais. Mas lembre-se que essas regras são um guia para a suspeita, e não para o autodiagnóstico. A palavra final é sempre de um especialista.
A decisão de remover um tumor benigno de pele, sempre conversada entre o médico e o paciente, leva em conta alguns fatores principais. O mais importante deles é o esclarecimento do diagnóstico.
Se, após a análise clínica e com o dermatoscópio, o dermatologista ainda tiver dúvidas sobre a natureza de uma lesão, a remoção para biópsia é o procedimento mais seguro.
Essa abordagem proativa é fundamental porque, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), as chances de cura para o melanoma, o tipo mais agressivo de câncer de pele, superam os 90% quando ele é diagnosticado e tratado em sua fase inicial.
Outra indicação comum é a remoção preventiva. Certas lesões, como os nevos displásicos (pintas atípicas), embora benignas, possuem um risco maior de se transformarem em câncer no futuro. Nesses casos, a retirada elimina esse potencial de malignização.
A remoção também é recomendada quando a lesão causa sintomas, como coceira, dor, sangramento ou inflamação recorrente. Essa situação é comum em áreas de atrito constante, como na linha da cintura, no pescoço ou sob as alças do sutiã.
Por fim, as razões estéticas são uma indicação válida, caso a formação esteja em um local que cause desconforto ou afete a autoestima do paciente.
O diagnóstico de uma lesão de pele é um processo que começa com uma boa conversa no consultório.
O dermatologista irá fazer uma avaliação clínica detalhada, perguntando sobre o histórico da lesão, quando ela surgiu, se mudou de aparência, se causa algum sintoma, e sobre os fatores de risco do paciente, como histórico familiar de câncer de pele e hábitos de exposição solar.
Após essa etapa inicial, o especialista utiliza o dermatoscópio, que é um aparelho com lente de aumento e luz especial que permite ao médico visualizar as estruturas internas da pele, muito além do que o olho nu consegue ver.
Esse exame, rápido e indolor, aumenta drasticamente a precisão da avaliação e, em muitos casos, já é suficiente para confirmar a natureza benigna de uma lesão e tranquilizar o paciente.
Se após a análise clínica e a dermatoscopia ainda houver qualquer dúvida ou suspeita, o passo seguinte para a confirmação é a biópsia. O procedimento é simples, realizado no próprio consultório com anestesia local. Nele, o médico retira um pequeno fragmento ou a lesão inteira para ser enviada a um laboratório.
Diante de uma pinta nova ou de uma lesão que mudou de aparência, a jornada para o esclarecimento diagnóstico pode começar de duas formas principais. Muitas pessoas preferem conversar primeiro com seu clínico geral, principalmente durante uma consulta de rotina.
Este profissional é a porta de entrada do sistema de saúde, capacitado para fazer uma avaliação inicial e, se identificar qualquer sinal que mereça uma análise aprofundada, fará o encaminhamento para o dermatologista.
Procurar diretamente o dermatologista também é uma excelente opção, pois ele é o especialista capacitado em diagnosticar todas as doenças de pele. Com o uso de ferramentas como o dermatoscópio, este profissional consegue realizar uma análise detalhada das estruturas da lesão e, em muitos casos, já definir a natureza benigna no próprio consultório.
A mensagem final é de ação consciente. A imensa maioria das pintas e manchas é inofensiva, mas a vigilância e a iniciativa de buscar uma avaliação profissional ao notar qualquer mudança são as atitudes mais certeiras.
Referências Bibliográficas:
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA (SBD). Câncer da Pele. Rio de Janeiro: SBD, [s. d.]. Disponível em: https://www.sbd.org.br/doencas/cancer-da-pele/. Acesso em: 29 jul. 2025.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Câncer de Pele Melanoma. Rio de Janeiro: INCA, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/pele-melanoma. Acesso em: 29 jul. 2025.
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