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Como reconhecer e tratar os tumores benignos de pele

Manchas, pintas e sinais na pele são muito comuns, portanto, entenda como diferenciar as lesões inofensivas daquelas que merecem uma investigação médica.

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Ter pintas, sinais e pequenas manchas é uma característica universal. A maioria das pessoas tem dezenas delas espalhadas pelo corpo, e quase todas são completamente inofensivas. 

O verdadeiro desafio não é ter lesões, mas sim aprender a reconhecer quando uma delas muda de comportamento ou quando uma nova surge com características diferentes. Compreender a diferença entre os tumores benignos de pele e os sinais de alerta é o que transforma a ansiedade da descoberta em uma atitude de cuidado proativo.

Quais são os tipos mais comuns de tumores benignos na pele?

As formações benignas na pele são extremamente variadas, mas algumas delas são vistas com muita frequência no dia a dia e nos consultórios dermatológicos. 

Uma das mais comuns é a queratose seborreica, uma lesão de aspecto verrucoso, com coloração que varia do marrom claro ao preto. Elas são inofensivas, têm uma superfície ligeiramente elevada e gordurosa, com uma aparência de que foram "coladas" na pele, e surgem principalmente no tronco e no rosto com o envelhecimento.

Os nevos melanocíticos, conhecidos popularmente como pintas ou sinais e formados pelo acúmulo de melanócitos (as células que dão cor à pele), são tumores benignos de pele tão frequentes que a grande maioria das pessoas possui dezenas deles pelo corpo, sendo considerados uma característica normal.

Outras lesões comuns incluem os lipomas, que são nódulos macios e móveis de gordura localizados sob a pele, geralmente indolores, e os dermatofibromas, pequenos caroços firmes e acastanhados que aparecem com frequência nas pernas e podem se retrair ao serem pinçados. 

Além desses, os hemangiomas rubi (ou "de cereja") são muito prevalentes: são pequenas "bolinhas" vermelhas que surgem com a idade e nada mais são do que aglomerados inofensivos de vasos sanguíneos.

Como saber se é benigno ou maligno?

Embora a maioria das lesões seja inofensiva, a vigilância é a principal ferramenta para a detecção precoce do câncer de pele. 

É impossível para um leigo ter certeza sobre a natureza de uma pinta, mas existem guias de observação que ajudam a identificar os sinais de alerta que indicam a necessidade de uma avaliação profissional.

O método mais conhecido e recomendado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia é a regra do ABCDE, que funciona como um checklist para analisar as pintas que podem ser câncer:

  • A de Assimetria: se você traçasse uma linha imaginária no meio da pinta, os dois lados não seriam como um espelho, logo, apresentariam formatos diferentes;
  • B de Bordas: as bordas de uma lesão suspeita costumam ser irregulares, com contornos serrilhados, chanfrados ou mal definidos;
  • C de Cor: a presença de múltiplas cores (dois ou mais tons de marrom, preto, avermelhado, azulado ou branco) na mesma pinta é um sinal de alerta;
  • D de Diâmetro: lesões com diâmetro maior que 6 milímetros merecem mais atenção, embora melanomas possam ser menores;
  • E de Evolução: este é talvez o sinal mais importante. Qualquer mudança observada em uma pinta pré-existente, seja no tamanho, formato, cor ou no surgimento de sintomas como coceira e sangramento, deve ser avaliada.

Além da análise individual de cada lesão, outro método frequentemente utilizado é a comparação, conhecida como o sinal do "patinho feio". 

Como a maioria das pintas de uma mesma pessoa tende a seguir um padrão, aquela lesão que destoa completamente das outras, seja pela cor, tamanho ou formato, deve ser considerada suspeita.

É imprescindível entender qual a diferença entre câncer maligno e benigno para compreender a importância desses sinais. Mas lembre-se que essas regras são um guia para a suspeita, e não para o autodiagnóstico. A palavra final é sempre de um especialista.

Em que casos é recomendada a retirada?

A decisão de remover um tumor benigno de pele, sempre conversada entre o médico e o paciente, leva em conta alguns fatores principais. O mais importante deles é o esclarecimento do diagnóstico. 

Se, após a análise clínica e com o dermatoscópio, o dermatologista ainda tiver dúvidas sobre a natureza de uma lesão, a remoção para biópsia é o procedimento mais seguro. 

Essa abordagem proativa é fundamental porque, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), as chances de cura para o melanoma, o tipo mais agressivo de câncer de pele, superam os 90% quando ele é diagnosticado e tratado em sua fase inicial.

Outra indicação comum é a remoção preventiva. Certas lesões, como os nevos displásicos (pintas atípicas), embora benignas, possuem um risco maior de se transformarem em câncer no futuro. Nesses casos, a retirada elimina esse potencial de malignização.

A remoção também é recomendada quando a lesão causa sintomas, como coceira, dor, sangramento ou inflamação recorrente. Essa situação é comum em áreas de atrito constante, como na linha da cintura, no pescoço ou sob as alças do sutiã. 

Por fim, as razões estéticas são uma indicação válida, caso a formação esteja em um local que cause desconforto ou afete a autoestima do paciente.

Quais exames ajudam no diagnóstico?

O diagnóstico de uma lesão de pele é um processo que começa com uma boa conversa no consultório. 

O dermatologista irá fazer uma avaliação clínica detalhada, perguntando sobre o histórico da lesão, quando ela surgiu, se mudou de aparência, se causa algum sintoma, e sobre os fatores de risco do paciente, como histórico familiar de câncer de pele e hábitos de exposição solar.

Após essa etapa inicial, o especialista utiliza o dermatoscópio, que é um aparelho com lente de aumento e luz especial que permite ao médico visualizar as estruturas internas da pele, muito além do que o olho nu consegue ver. 

Esse exame, rápido e indolor, aumenta drasticamente a precisão da avaliação e, em muitos casos, já é suficiente para confirmar a natureza benigna de uma lesão e tranquilizar o paciente.

Se após a análise clínica e a dermatoscopia ainda houver qualquer dúvida ou suspeita, o passo seguinte para a confirmação é a biópsia. O procedimento é simples, realizado no próprio consultório com anestesia local. Nele, o médico retira um pequeno fragmento ou a lesão inteira para ser enviada a um laboratório.

A confirmação definitiva vem da análise histopatológica do tecido retirado na biópsia. Nesse exame microscópico, o médico patologista não apenas confirma se a lesão é benigna ou maligna, mas também, no caso de um câncer, identifica o tipo exato e suas características de agressividade, informações essenciais para definir qualquer tratamento futuro.

Qual profissional procurar para avaliar?

Diante de uma pinta nova ou de uma lesão que mudou de aparência, a jornada para o esclarecimento diagnóstico pode começar de duas formas principais. Muitas pessoas preferem conversar primeiro com seu clínico geral, principalmente durante uma consulta de rotina. 

Este profissional é a porta de entrada do sistema de saúde, capacitado para fazer uma avaliação inicial e, se identificar qualquer sinal que mereça uma análise aprofundada, fará o encaminhamento para o dermatologista.

Procurar diretamente o dermatologista também é uma excelente opção, pois ele é o especialista capacitado em diagnosticar todas as doenças de pele. Com o uso de ferramentas como o dermatoscópio, este profissional consegue realizar uma análise detalhada das estruturas da lesão e, em muitos casos, já definir a natureza benigna no próprio consultório.

A mensagem final é de ação consciente. A imensa maioria das pintas e manchas é inofensiva, mas a vigilância e a iniciativa de buscar uma avaliação profissional ao notar qualquer mudança são as atitudes mais certeiras. 

 

Referências Bibliográficas:

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA (SBD). Câncer da Pele. Rio de Janeiro: SBD, [s. d.]. Disponível em: https://www.sbd.org.br/doencas/cancer-da-pele/. Acesso em: 29 jul. 2025.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Câncer de Pele Melanoma. Rio de Janeiro: INCA, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/pele-melanoma. Acesso em: 29 jul. 2025.

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