07/05/2025
Revisado em: 07/05/2025
É preciso identificar a causa – viral, bacteriana ou alérgica – para a escolha do colírio e demais cuidados
Quem já teve conjuntivite sabe o quanto é incômodo: olhos vermelhos, coçando, lacrimejando e, às vezes, com aquela sensação de areia ou até mesmo secreção. Mas existem tratamentos para conjuntivite que propocionam alívio em pouco tempo.
O primeiro passo é entender que nem toda conjuntivite é igual e que só o oftalmologista pode fazer o diagnóstico correto e indicar a melhor conduta.
A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, membrana fininha e transparente que reveste a parte branca do nosso olho (a esclera) e a superfície interna das pálpebras. Essa inflamação pode ser causada por diferentes agentes. Confira a seguir os principais tipos.
Conjuntivite viral: é a forma mais comum e, geralmente, a mais contagiosa. Ela é causada por vírus, sendo o adenovírus um dos principais culpados (o mesmo tipo de vírus que pode causar resfriados). Costuma ser autolimitada, ou seja, melhora sozinha com o tempo.
Conjuntivite bacteriana: como o nome diz, é causada por bactérias, como o Staphylococcus e o Streptococcus. Também é contagiosa e geralmente precisa de tratamento específico.
Conjuntivite alérgica: ocorre quando os olhos entram em contato com alguma substância que causa alergia (alérgeno) na pessoa, como pólen, poeira, ácaros, pelos de animais, maquiagem ou alguns tipos de colírios. Este tipo não é contagioso.
Conjuntivite irritativa ou química: acontece por contato direto com substâncias irritantes, como fumaça, poluição, cloro de piscina, produtos de limpeza ou outros produtos químicos.Também não é contagiosa.
Embora o diagnóstico definitivo deva ser feito por um médico oftalmologista, alguns sinais e sintomas podem nos dar pistas sobre o tipo de conjuntivite.
No caso da conjuntivite viral ela pode vir acompanhada de sintomas de resfriado ou gripe, como coriza, dor de garganta e aumento de gânglios perto do ouvido. E quem tem conjuntivite alérgica muitas vezes também apresenta outros sintomas de alergia, como espirros, nariz escorrendo ou coçando.
Lembre-se: esses são apenas indicativos. Apenas um médico pode confirmar o tipo de conjuntivite após exames no consultório.
O tipo de colírio varia muito conforme a causa. Como a conjuntivite viral é causada por vírus, não existe um colírio específico para matar o adenovírus comum. O tratamento é focado no alívio dos sintomas. Colírios lubrificantes (lágrimas artificiais) podem aliviar o ressecamento e o desconforto, enquanto compressas frias (sobre as pálpebras fechadas) ajudam a diminuir o inchaço e o incômodo.
Já na conjuntivite bacteriana, o tratamento é feito com colírios antibióticos que combatem as bactérias causadoras da infecção. É fundamental que sejam prescritos por um médico e o tratamento deve ser seguido pelo tempo determinado, mesmo que os sintomas melhorem antes.
Na conjuntivite alérgica, o objetivo é aliviar a coceira e a inflamação. E podem ser usados colírios antialérgicos (ou anti-histamínicos) para reduzir a reação alérgica; colírios estabilizadores de mastócitos, que ajudam a prevenir a liberação de substâncias que causam alergia e ainda colírios lubrificantes, para trazer alívio.
Em casos mais intensos, o médico pode prescrever colírios com corticoides por um curto período. Mas atenção: eles exigem acompanhamento médico rigoroso devido aos potenciais efeitos colaterais, como aumento da pressão ocular e catarata.
Para conjuntivite irritativa, o tratamento consiste em lavar bem os olhos com água abundante para remover a substância causadora da irritação e usar colírios lubrificantes.
Os antibióticos, sejam em colírio ou pomada oftálmica, só são necessários e eficazes no tratamento da conjuntivite bacteriana. Eles não têm nenhum efeito contra vírus (que causam a conjuntivite viral) nem contra reações alérgicas (que causam a conjuntivite alérgica). Usar antibióticos desnecessariamente, além de não ajudar, pode contribuir para o desenvolvimento de bactérias resistentes.
Na tentativa de aliviar o desconforto da conjuntivite, muita gente recorre a receitas caseiras. Mas o ideal é sempre consultar o médico oftalmologista antes de aplicar qualquer coisa nos olhos. Importante: não se automedique. Mesmo colírios que parecem inofensivos podem ter contraindicações.
De qualquer forma, há algumas medidas que podem ser tomadas para alívio dos sintomas. Geralmente são seguras, mas é preciso sempre confirmar com o médico. São elas:
O que você não deve fazer, já que pode piorar o quadro ou causar outros problemas: pingar leite materno, chás (de camomila, água boricada caseira, ou qualquer outro), água com sal, limão, ou qualquer outra substância caseira diretamente nos olhos. Essas soluções não são estéreis e podem conter impurezas, bactérias ou substâncias irritantes que podem agravar a conjuntivite, causar alergias ou até mesmo lesões mais sérias na córnea.
Também jamais use colírios que sobraram de tratamentos anteriores ou que foram indicados para outra pessoa. Cada caso é um caso, e o colírio errado pode ser prejudicial.
Se a conjuntivite for do tipo infeccioso (viral ou bacteriana), ela é altamente contagiosa. Por isso, os cuidados com a higiene são fundamentais para acelerar a sua recuperação e evitar que você transmita a doença para outras pessoas.
O tempo que a conjuntivite dura varia bastante conforme o tipo e a resposta individual ao tratamento:
Se os sintomas persistirem além do esperado ou piorarem, é fundamental retornar ao oftalmologista.
Embora muitas conjuntivites virais leves se resolvam sozinhas, há situações em que a avaliação de um médico oftalmologista é indispensável:
O tratamento que leva à cura mais rápida depende do tipo de conjuntivite. Se for bacteriana, o uso correto de colírios antibióticos prescritos pelo médico costuma trazer melhora em poucos dias. Se for alérgica, colírios antialérgicos e afastar-se do que causa a alergia ajudam rapidamente. A viral geralmente cura sozinha com o tempo, mas medidas de suporte aliviam os sintomas. O essencial é ter o diagnóstico correto do médico para o tratamento adequado.
Não se deve coçar ou esfregar os olhos; compartilhar toalhas, fronhas, maquiagem ou qualquer objeto pessoal; usar lentes de contato (até liberação médica); usar colírios por conta própria ou indicados para outra pessoa; e, se for infecciosa, não se deve deixar de lavar as mãos com frequência para evitar a propagação.
A conjuntivite alérgica geralmente causa coceira muito intensa, afeta os dois olhos simultaneamente e pode estar acompanhada de outros sintomas alérgicos (como espirros). A viral costuma ter secreção mais aquosa, pode começar em um olho e depois passar para o outro, e às vezes está associada a um resfriado ou gânglio inchado perto do ouvido. No entanto, apenas o médico oftalmologista pode confirmar o diagnóstico.
Para limpeza suave das pálpebras e remoção de secreções, pode-se usar soro fisiológico estéril ou água filtrada previamente fervida e resfriada, com auxílio de gaze ou algodão limpo. Compressas frias (com água filtrada) podem aliviar o desconforto da conjuntivite viral e alérgica. Colírios lubrificantes (lágrimas artificiais) também podem ser usados para conforto. Qualquer outro tipo de colírio (antibiótico, antialérgico, anti-inflamatório) só deve ser usado com prescrição e orientação do médico oftalmologista.
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