Revisado em: 04/12/2025
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Conheça as características das hepatites A, B, C, D e E, como cada uma é transmitida e as principais formas de se proteger.

Um cansaço que não passa, a pele e os olhos levemente amarelados ou uma urina mais escura que o normal. Esses sinais, muitas vezes vagos, podem indicar uma inflamação no fígado conhecida como hepatite. Embora o nome seja comum, a doença se manifesta de formas diferentes, causadas por vírus distintos e com consequências variadas para a saúde.
Compreender as diferenças entre os tipos de hepatite é o primeiro passo para a prevenção e o diagnóstico precoce, medidas essenciais para evitar a progressão da doença e garantir a qualidade de vida.
A hepatite é toda e qualquer inflamação que acomete o fígado, um órgão vital responsável por mais de 500 funções no corpo, incluindo a filtragem de toxinas, a produção de bile para a digestão e o armazenamento de energia. Quando o fígado está inflamado, sua capacidade de funcionar adequadamente fica comprometida.
Essa inflamação pode ser causada por diversos fatores, como o uso excessivo de álcool, o uso de certos medicamentos, doenças autoimunes ou, mais comumente, por infecções virais. As hepatites virais são classificadas por letras, de A a E, cada uma causada por um vírus específico.
Hepatologistas podem acompanhar os resultados bem como sugerir o melhor tratamento para o seu quadro. A Rede Américas conta com inúmeros especialistas renomados atendendo em vários hospitais do Brasil.
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Conhecer as particularidades de cada uma é fundamental para a prevenção e o controle da doença, conforme dados do Ministério da Saúde.
A hepatite A, conhecida como HAV, é uma infecção aguda causada pelo vírus A (VHA) e é uma das formas mais comuns de hepatite viral aguda em todo o mundo.
Sua transmissão ocorre principalmente pela via fecal-oral. Isso significa que o contágio se dá pelo contato direto com pessoas infectadas, ou pela ingestão de água e alimentos que foram contaminados com fezes do vírus. A falta de saneamento básico e de higiene pessoal são fatores que facilitam sua disseminação.
Mesmo em locais com acesso à vacina, a hepatite A pode se espalhar de pessoa para pessoa e causar surtos. Ao contrário de outros tipos, esta forma da doença não evolui para uma condição crônica do fígado, e o próprio organismo geralmente consegue eliminar o vírus.
A vacina, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças, é a forma mais eficaz de prevenção.
Causada pelo vírus B (VHB), a hepatite B é transmitida pelo contato com sangue, sêmen ou outros fluidos corporais de uma pessoa infectada. Isso pode ocorrer por meio de relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de agulhas e seringas ou de mãe para filho durante o parto.
A infecção pode ser aguda ou crônica. Quando se torna crônica, aumenta significativamente o risco de desenvolver doenças graves como cirrose e câncer de fígado. A vacina contra a hepatite B também está disponível no SUS para todas as faixas etárias.
A hepatite C é causada pelo vírus C (VHC) e sua principal forma de transmissão é o contato com sangue contaminado. O compartilhamento de materiais para uso de drogas, de higiene pessoal (lâminas, alicates) e a realização de tatuagens ou piercings com material não esterilizado são as principais vias.
É conhecida como uma epidemia silenciosa, pois a maioria dos infectados não apresenta sintomas por décadas. A hepatite C é a principal causa de transplantes de fígado, e sua forma crônica é um fator de risco importante para o câncer. Ainda não existe vacina para a hepatite C, mas há tratamento com altas taxas de cura.
A hepatite D, causada pelo vírus D (VHD), é um tipo mais raro e grave da doença. Sua particularidade é que ela só ocorre em pessoas que já estão infectadas com o vírus da hepatite B. A infecção simultânea dos dois vírus (coinfecção) ou a infecção pelo VHD em quem já tem hepatite B crônica (superinfecção) aumenta o risco de danos severos ao fígado.
A prevenção da hepatite D está diretamente ligada à prevenção da hepatite B. Assim, a vacinação contra o VHB também protege contra a hepatite D. No Brasil, sua prevalência é maior na região amazônica.
Semelhante à hepatite A, a hepatite E também é causada por um vírus (VHE) de transmissão fecal-oral. É mais comum em regiões com saneamento básico precário na Ásia e na África. No Brasil, os casos são esporádicos.
A infecção geralmente causa uma doença aguda e autolimitada. No entanto, pode se tornar grave em gestantes, apresentando alto risco de mortalidade. Não há vacina específica disponível no Brasil.
Entender a via de transmissão de cada vírus é o pilar da prevenção. Uma forma simples de visualizar as diferenças é organizá-las em uma tabela.
Além das virais, a inflamação no fígado pode ser desencadeada por outros fatores.
As mais comuns são:
Nesses casos, a abordagem diagnóstica e o tratamento são completamente diferentes das hepatites virais e exigem acompanhamento médico especializado.
O diagnóstico das hepatites virais é feito, na maioria das vezes, por meio de exames de sangue que detectam a presença de anticorpos contra os vírus ou do próprio material genético viral. Como muitas vezes a infecção é assintomática, a testagem é fundamental, especialmente para os tipos B e C.
A prevenção combina medidas de higiene, cuidados individuais e, principalmente, a vacinação. As principais recomendações incluem:
A avaliação médica é indispensável ao notar qualquer sinal ou sintoma que possa sugerir uma inflamação no fígado.
Procure um especialista se apresentar:
A testagem regular também é indicada para pessoas que se expuseram a situações de risco. O diagnóstico precoce pode mudar o curso da doença, permitindo o tratamento adequado e evitando complicações graves.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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