15/08/2025
Revisado em: 15/08/2025
No Brasil, o número de pacientes de câncer pode chegar a 700 mil casos em 2025
Receber um diagnóstico de câncer costuma ser um dos momentos mais difíceis na vida de uma pessoa. É comum que surjam dúvidas, inseguranças e um mar de informações complicadas de entender, mas saber sobre os tipos de câncer e seus tratamentos pode ajudar a atravessar esse processo com menos medo.
A medicina tem evoluído muito, e hoje existem diferentes caminhos possíveis no tratamento oncológico. O importante é entender que cada caso é único e que você não está sozinho nessa jornada.
Câncer é o nome dado a um grupo de doenças que têm algo em comum: o crescimento irregular de células que passam a se multiplicar de forma excessiva. Com o tempo, essas células podem invadir tecidos e órgãos, comprometendo o funcionamento do corpo.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil pode registrar mais de 700 mil novos casos da doença em 2025. Os fatores de risco são variados: alguns estão ligados ao estilo de vida, como tabagismo e sedentarismo, enquanto outros têm relação com a genética ou infecções virais.
Existem diversos tipos de câncer e alguns são mais frequentes na população brasileira. A boa notícia é que já contamos com protocolos bem estabelecidos de rastreamento e tratamento.
Por isso, é fundamental conhecer essas doenças para entender o que os sinais de alerta estão dizendo sobre seu corpo.
Veja os principais:
É o tipo mais comum no Brasil e, felizmente, um dos mais tratáveis. O câncer de pele não melanoma costuma surgir em áreas da pele frequentemente expostas ao sol, como rosto, orelhas, pescoço e braços.
Em geral, se manifesta como feridas que não cicatrizam, manchas que mudam de cor ou textura, ou nódulos que crescem com o tempo. Porém, felizmente, esse tipo é que tem altíssimos índices de cura, quando rastreado precocemente.
Duas formas de prevenção para esse câncer são o uso diário de protetor solar e a observação regular da pele juntamente com o dermatologista.
O câncer de mama é muito comum entre mulheres, mas também pode atingir homens, embora em menor proporção.
Normalmente, é percebido como um nódulo na mama, alterações no formato ou textura da pele, ou secreção pelo mamilo.
O autoexame ajuda na percepção de mudanças, mas não substitui a mamografia, exame fundamental para o diagnóstico precoce. E vale ressaltar que quando detectado nas fases iniciais, as chances de cura ultrapassam 90%.
O câncer de próstata aparece com maior frequência em homens a partir dos 60 anos. Pode evoluir de forma silenciosa, o que torna o rastreamento ainda mais importante. Exames como o PSA (antígeno prostático específico) e o toque retal são os principais recursos para detecção precoce.
Em estágios avançados, pode causar dificuldade para urinar, dor na pelve ou presença de sangue na urina. Com acompanhamento adequado, a maioria dos casos pode ser tratada com sucesso.
Um dos mais agressivos e letais, o câncer de pulmão está fortemente associado ao tabagismo, embora também possa ocorrer em não fumantes.
Os sintomas muitas vezes só aparecem quando a doença já está em estágio avançado e incluem tosse persistente, falta de ar, dor no peito e perda de peso sem causa aparente.
Parar de fumar e evitar ambientes com fumaça são formas fundamentais de prevenção para uma vida saudável.
É mais comum a partir dos 50 anos, embora o câncer colorretal possa aparecer antes em pessoas com histórico familiar ou doenças intestinais inflamatórias.
Os sintomas mais frequentes incluem:
Colonoscopias regulares são essenciais para detectar e remover pólipos antes que evoluam para câncer. Uma dieta rica em fibras, pobre em carnes processadas e o controle do peso corporal também ajudam na prevenção.
Embora menos frequentes, esses tipos de câncer exigem atenção especial, pois tendem a ser mais difíceis de diagnosticar e tratar.
Em geral, apresentam sintomas menos específicos ou surgem em regiões menos acessíveis do corpo.
São cânceres que atingem o sangue e a medula óssea, comprometendo a produção das células sanguíneas. A leucemia pode ser aguda (de evolução rápida) ou crônica (mais lenta), e acomete tanto adultos quanto crianças.
Os sinais incluem:
O tratamento depende do tipo específico e pode envolver quimioterapia, imunoterapia e, em alguns casos, transplante de medula óssea.
Representam um grupo raro de tumores que se desenvolvem em tecidos como músculos, gordura, ossos e vasos sanguíneos.
Por surgirem em diferentes partes do corpo, os sintomas variam bastante, mas costumam incluir inchaços persistentes, dores localizadas e dificuldade de movimentação, quando atingem membros.
O diagnóstico precoce é um desafio, por isso a investigação por imagem (como ressonância magnética) é essencial. O tratamento geralmente envolve cirurgia, associada à radioterapia e quimioterapia.
É um tipo raro e agressivo de câncer que afeta a pleura - membrana que reveste os pulmões - ou o peritônio, que é a membrana do abdômen.
Está fortemente associado à exposição prolongada ao amianto, substância já banida em muitos países, mas ainda presente em algumas construções antigas.
Os sintomas incluem:
O tratamento costuma ser complexo, envolvendo combinações de cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
O câncer de pâncreas é considerado um dos tumores mais silenciosos e difíceis de diagnosticar. Os sintomas - como dor abdominal, perda de apetite, icterícia (pele e olhos amarelados) e perda de peso - geralmente aparecem apenas em estágios avançados.
A taxa de sobrevivência ainda é baixa, mas vem melhorando com o desenvolvimento de novas terapias e cirurgias mais seguras. O tratamento depende da localização do tumor e pode incluir cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
Ao receber o diagnóstico, uma das primeiras perguntas que surgem é: "qual será o tratamento?".
A resposta depende de vários fatores, como o tipo de câncer, o estágio da doença, a localização do tumor e as condições gerais de saúde da pessoa.
Mas, acima de tudo, é importante saber que o tratamento oncológico evoluiu muito nos últimos anos. Assim, hoje há alternativas cada vez mais eficazes e menos invasivas.
Abaixo, você confere os principais tipos de tratamento utilizados no combate ao câncer:
Na maioria dos casos, a cirurgia tem como objetivo remover o tumor, seja parcial ou totalmente. Quando o câncer está em estágio inicial e bem localizado, a cirurgia pode até significar a cura. Porém, também pode ser usada para aliviar sintomas ou prevenir complicações.
O tipo de cirurgia e o tempo de recuperação variam bastante conforme o local e o tamanho do tumor. Por isso, é recomendado conversar com o seu médico para entender melhor seu quadro.
É um dos tratamentos do câncer mais conhecidos. Mas, afinal, o que é a quimioterapia? Consiste no uso de medicamentos que circulam pelo corpo e agem nas células que se multiplicam rapidamente, incluindo as cancerígenas.
Pode ser usada sozinha ou combinada com outros métodos, como a cirurgia ou radioterapia. Embora cause efeitos colaterais, como queda de cabelo, cansaço ou enjoos, hoje existem protocolos mais modernos que ajudam a tornar o processo menos desgastante.
Neste tratamento, é utilizado radiação para destruir as células do tumor ou impedir seu crescimento. A aplicação é local, ou seja, concentrada na área afetada.
Pode ser usada antes de uma cirurgia, para reduzir o tamanho do tumor, ou depois, para eliminar possíveis células que tenham restado.
É um procedimento seguro e, em muitos casos, indolor. Os efeitos colaterais dependem da região tratada e da dose utilizada.
A imunoterapia é o tipo de tratamento que estimula o próprio sistema imunológico a reconhecer e atacar as células do câncer.
Tem sido uma esperança real em casos de melanoma, câncer de pulmão e outros tumores mais resistentes.
A resposta ao tratamento varia de pessoa para pessoa, mas em muitos casos ele ajuda a controlar a doença por períodos prolongados.
Terapias-alvo são medicamentos desenvolvidos para agir em alterações específicas das células tumorais. Em vez de atacar todas as células do corpo, como a quimioterapia, elas agem de forma mais seletiva.
Por isso, costumam causar menos efeitos colaterais. São indicadas quando exames mostram que o tumor tem essas alterações genéticas específicas.
Alguns tumores, como os de mama e próstata, crescem estimulados por hormônios do corpo. Nesse caso, esse tipo de tratamento pode incluir medicamentos que bloqueiam a ação desses hormônios.
A terapia hormonal pode ser usada isoladamente ou em conjunto com outras abordagens.
Indicado especialmente em casos de leucemia, linfomas e mieloma múltiplo. O transplante permite substituir a medula óssea doente por células saudáveis, seja do próprio paciente ou de um doador compatível.
É um procedimento complexo e exige um preparo físico e emocional importante, mas pode representar a chance de cura em muitos casos.
Cada corpo responde de um jeito ao tratamento. Alguns efeitos colaterais são mais comuns, como fadiga, náuseas, alterações na pele ou nos cabelos.
Mas é importante lembrar que a medicina de suporte oncológico está cada vez mais avançada. Hoje, existem medicamentos que ajudam a reduzir os desconfortos e melhorar a qualidade de vida durante o tratamento.
O acompanhamento com profissionais como oncologistas, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas é essencial para um cuidado completo.
Nem sempre é possível evitar o câncer. Mas é possível reduzir o risco com atitudes simples no dia a dia, e a prevenção continua sendo uma das ferramentas mais poderosas que temos.
Veja algumas medidas eficazes:
Além disso, é essencial estar atento aos sinais do corpo, como caroços, sangramentos incomuns, perda de peso sem explicação e cansaço excessivo merecem investigação médica.
Falar sobre os tipos de câncer e seus tratamentos é também falar sobre esperança. Embora o diagnóstico traga insegurança, hoje há muitos recursos disponíveis e o primeiro passo para enfrentá-lo é buscar informação de qualidade.
Cada pessoa vive o câncer de uma forma, mas ninguém precisa passar por isso sozinho. Com apoio médico, acompanhamento psicológico e, principalmente, acesso ao tratamento certo, é possível atravessar esse caminho com mais segurança.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Estimação de 704 000 novos casos de câncer por ano no Brasil até 2025. INCA – Ministério da Saúde, 23 nov 2022. Disponível em: gov.br/inca/pt‑br/assuntos/noticias/2022/inca‑estima‑704‑mil‑casos‑de‑cancer‑por‑ano‑no‑brasil‑ate‑2025. Acesso em: 31 jul. 2025.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). O que é câncer? INCA – Ministério da Saúde, acessado 2025. Disponível em: gov.br/inca/pt‑br/assuntos/cancer/o‑que‑e‑cancer. Acesso em: 31 jul. 2025.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Tipos de câncer mais incididos no Brasil. INCA – Ministério da Saúde, acessado 2025. Disponível em: gov.br/inca/pt‑br/assuntos/cancer/tipos. Acesso em: 31 jul. 2025.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Câncer no Brasil: números e estatísticas epidemiológicas. INCA – Ministério da Saúde, acessado 2025. Disponível em: gov.br/inca/pt‑br/assuntos/cancer/numeros. Acesso em: 31 jul. 2025.
ONCOGUIA – Associação de Pacientes Oncológicos. Os 6 tipos de câncer mais perigosos e os principais sintomas de cada tumor. Oncoguia, 2025. Disponível em: oncoguia.org.br/conteudo/os‑6‑tipos‑de‑cancer‑mais‑perigosos‑e‑os‑principais‑sintomas‑de‑cada‑tumor/16412/7. Acesso em: 31 jul. 2025.
POPULARES EM DOENÇAS
Os conteúdos mais buscados sobre Doenças
Conheça os sinais de alerta do câncer de pele em peles negras, os locais onde a doença mais aparece e como fazer a prevenção corretamente.
Leia maisDescobrir um neuroblastoma na vida adulta pode ser assustador. Entenda os sintomas, causas e tratamentos para enfrentar esse desafio com mais clareza.
Leia maisConheça os tipos mais comuns de câncer e seus tratamentos. Entenda como a informação pode ajudar no enfrentamento da doença.
Leia mais