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Esses métodos populares na internet não possuem base científica e podem trazer riscos. Entenda por que você não deve confiar neles

A menstruação atrasa alguns dias e a ansiedade começa a crescer. Em uma busca rápida na internet por respostas imediatas, surgem diversas receitas de testes de gravidez caseiros que prometem uma solução rápida com itens que você já tem em casa. Mas será que eles realmente funcionam?
Os testes de gravidez caseiros são métodos populares, divulgados principalmente online, que utilizam substâncias comuns do dia a dia para supostamente detectar uma gestação. A urina da mulher é misturada com produtos para observar se ocorre alguma reação visual, como mudança de cor ou formação de espuma.
Entre os exemplos mais conhecidos estão:
A premissa é que uma mudança na aparência da urina indica a presença do hormônio da gravidez. Contudo, essa ideia não tem fundamento científico. Por isso é sempre importante buscar um especialista para tirar todas as suas dúvidas.
A suposta lógica desses testes é que o hormônio da gravidez, a gonadotrofina coriônica humana (hCG), reagiria quimicamente com as substâncias utilizadas, causando uma alteração visível. O hCG é, de fato, o marcador que os testes de farmácia e de laboratório detectam.
O problema é que a urina contém diversos outros compostos, como ácidos e amônia, que podem reagir com produtos como água sanitária ou vinagre. Qualquer reação observada é inespecífica e não tem relação com a presença ou ausência de hCG. Assim, a mudança de cor ou a espuma podem acontecer independentemente de haver uma gravidez.
Testes de gravidez caseiros feitos com ingredientes domésticos não são confiáveis e não possuem validação científica. Órgãos reguladores de saúde, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil, não aprovam nenhum desses métodos para a detecção de gravidez.
A falta de confiabilidade reside no fato de que eles não foram projetados para identificar o hCG. Uma analogia simples é tentar abrir uma porta com a chave errada: qualquer resultado é mero acaso.
Em contrapartida, os testes de farmácia, disponíveis comercialmente, são projetados para esta finalidade e apresentam alta precisão. Os testes de gravidez disponíveis em farmácias e supermercados são considerados muito confiáveis.
Eles conseguem detectar a gravidez com alta precisão a partir do primeiro dia de atraso menstrual, identificando o hormônio gonadotrofina coriônica humana na urina. Esses testes apresentam uma sensibilidade superior a 96%, o que significa que detectam corretamente a gravidez na grande maioria dos casos.
Eles são eficazes para identificar a gestação logo no início, e os resultados positivos obtidos em casa são frequentemente confirmados por profissionais de saúde, reforçando sua precisão.
Além disso, demonstraram ser extremamente precisos para descartar uma gestação. Quando usados nas primeiras 9 semanas (até 63 dias), apresentaram 100% de confiabilidade para resultados negativos, oferecendo grande segurança.
A utilização desses métodos não é apenas ineficaz, mas também pode trazer consequências negativas para a saúde física e emocional.
Um resultado que parece positivo pode gerar grande expectativa e ansiedade, seguida de frustração ao se descobrir que não há uma gestação. Esse ciclo de esperança e decepção pode ser emocionalmente desgastante, principalmente para quem está tentando engravidar.
Embora os testes de farmácia sejam muito precisos, em raras situações podem ocorrer falsos-positivos. Isso pode acontecer se for feito logo após um parto ou uma perda gestacional, pois certas glicoproteínas associadas à gravidez podem permanecer no corpo por algumas semanas.
Este é o risco mais grave. Um falso-negativo pode dar à mulher uma falsa sensação de segurança, fazendo com que ela demore a procurar um médico.
Isso pode atrasar o início do acompanhamento pré-natal, que é fundamental para a saúde da mãe e do bebê. Além disso, a mulher pode manter hábitos prejudiciais à gestação, como o consumo de álcool ou o uso de certos medicamentos.
Manusear produtos químicos como água sanitária pode ser perigoso. A mistura de urina (que contém amônia) com água sanitária pode liberar gases tóxicos, como a cloramina, que são prejudiciais se inalados e podem causar irritação no sistema respiratório.
Diferente dos métodos caseiros, os testes de farmácia são dispositivos médicos projetados com tecnologia específica para detectar o hCG. Eles contêm anticorpos que se ligam quimicamente ao hormônio da gravidez presente na urina.
Eles são encontrados facilmente em farmácias e supermercados, são altamente confiáveis para detectar o hCG na urina a partir do dia da menstruação atrasada.
Quando a urina passa pela tira reagente, se houver a presença do hormônio, essa ligação ocorre e aciona um indicador visual, que geralmente é uma segunda linha ou um símbolo de "+". A reação é altamente específica e, por isso, a taxa de precisão é elevada, com sensibilidade acima de 96% para detectar corretamente a gravidez.
Para confirmar o resultado, o exame de sangue conhecido como Beta hCG quantitativo é o padrão-ouro, pois mede a quantidade exata do hormônio na corrente sanguínea.
O acompanhamento médico é indispensável em qualquer etapa da suspeita ou confirmação de uma gravidez. Procure um ginecologista ou clínico geral se você apresentar:
A orientação profissional é o caminho mais seguro para cuidar da sua saúde e obter respostas confiáveis.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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