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Como desfazer a vasectomia: entenda os riscos e quem pode realizar a cirurgia

A vasectomia é um método contraceptivo definitivo, mas, caso o homem mude de ideia, a reversão é tecnicamente possível, embora a chance de sucesso não seja garantida.

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É tecnicamente possível desfazer a vasectomia por meio de uma cirurgia chamada vasovasostomia ou vasoepididimostomia, popularmente conhecida como reversão de vasectomia.

A Biblioteca Virtual de Saúde do Ministério da Saúde afirma que a vasectomia é um procedimento simples para o planejamento familiar que interrompe o fluxo de espermatozoides.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a reversão é a cirurgia para religar as extremidades dos canais deferentes que foram cortados ou obstruídos, permitindo que os espermatozóides voltem a fazer parte do sêmen.

A reversão exige o uso de microscópio cirúrgico e fios extremamente finos, o que a classifica como uma microcirurgia, sendo muito mais delicada e demorada que a vasectomia original, ainda segundo a SBU.

 

Quantos anos pode desfazer a vasectomia? Existe um limite?

Não existe um limite máximo de tempo para a reversão. No entanto, o tempo decorrido entre a vasectomia e a reversão é o fator mais importante para o sucesso (Sociedade Brasileira de Urologia).

Segundo estudos revisados por Li e Schlegel (2016), as chances de sucesso dependem diretamente desse intervalo:

Intervalo de Tempo Após a Vasectomia

Taxa de Presença de Espermatozóides (Patência Cirúrgica)

Taxa de Gravidez Natural

Menos de 3 anos

Aproximadamente 97%

Até 76%

Entre 3 e 8 anos

Cerca de 88%

Até 53%

Mais de 15 anos

Cerca de 71%

Até 30%

Fonte: Estudos de Li e Schlegel (2016)

  

As taxas permanecem razoáveis mesmo após longos períodos, mas, quanto mais tempo passa, maior é a chance de obstruções secundárias no epidídimo, o que exige a cirurgia mais complexa (vasoepididimostomia) e impacta o resultado final (Li e Schlegel).

Reversão de vasectomia: quanto tempo para engravidar?

O tempo para que a gravidez ocorra após a reversão é variável. Em primeiro lugar, os espermatozóides precisam reaparecer no sêmen, o que costuma levar entre 3 a 12 meses após a cirurgia (Sociedade Brasileira de Urologia).

Após o reaparecimento, o casal é orientado a tentar a concepção natural. A chance de sucesso na gravidez depende da qualidade do sêmen recuperado e, criticamente, da fertilidade da parceira.

A taxa de gravidez natural após a reversão microcirúrgica varia de 30% a 76%, dependendo do tempo transcorrido, conforme mostrado na tabela anterior.

 

Quais os riscos de reverter uma vasectomia?

A reversão da vasectomia é um procedimento cirúrgico seguro, mas, como toda intervenção, apresenta riscos. Eles são geralmente baixos:

  • Complicações comuns: sangramento e a formação de hematoma no escroto, ou risco de infecção na incisão;
  • Dor crônica: dor persistente na região é uma complicação extremamente rara (Sociedade Brasileira de Urologia).

O maior "risco" é a falha da cirurgia em religar os canais ou a ocorrência de nova obstrução. Nesse caso, a gravidez natural não é restaurada e o casal deve recorrer a técnicas de reprodução assistida, como a Fertilização In Vitro (Li e Schlegel, 2016).

Quanto custa para desfazer uma vasectomia?

O custo da reversão de vasectomia é significativamente mais alto do que o da vasectomia original, e não há um valor fixo no Brasil. O preço varia conforme:

  1. Complexidade da técnica: a necessidade da técnica mais avançada, a vasoepididimostomia, eleva o custo;
  2. Honorários e experiência: a microcirurgia exige urologistas altamente treinados, o que impacta os honorários;
  3. Local da cirurgia: custos hospitalares e de centro cirúrgico.

No entanto, o tratamento para reversão de vasectomia pode ser a opção mais econômica a longo prazo.

Estudos demonstram que, em casais onde a parceira tem boa fertilidade, o custo por nascimento obtido via reversão é menor do que o custo por nascimento via Fertilização In Vitro, tornando-a a primeira escolha terapêutica (Li e Schlegel, 2016).

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

LI, Peter S.; SCHLEGEL, Peter N. Vasectomy and Vasectomy Reversal: Current Status and Future Directions. Current Urology Reports, v. 17, n. 4, 2016. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC4854082/. Acesso em: 29 set. 2025.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE UROLOGIA. Reversão de Vasectomia. Portal da Urologia. [S. l.], [2025]. Disponível em: https://portaldaurologia.org.br/sua-saude/duvidas-frequentes/reversao-de-vasectomia. Acesso em: 29 set. 2025.

BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE. Vasectomia. Ministério da Saúde. [S. l.], [2025]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/vasectomia/. Acesso em: 29 set. 2025.

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