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Sintomas de toxoplasmose na gravidez: riscos, cuidados e como se prevenir

Muitas vezes, os sinais da infecção são sutis ou inexistentes na mãe, mas o acompanhamento médico é fundamental para a saúde do bebê.

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A descoberta de uma gravidez é um momento de grande alegria, mas também o início de uma jornada de cuidados. Entre os exames do pré-natal, um nome pode gerar apreensão: toxoplasmose. Muitas dúvidas surgem sobre como a infecção se manifesta e quais os verdadeiros riscos envolvidos.

O que é a toxoplasmose na gravidez?

A toxoplasmose é uma infecção causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. Embora possa afetar qualquer pessoa, ela requer atenção especial durante a gestação devido ao risco de ser transmitida da mãe para o feto através da placenta.

A principal preocupação é que, enquanto a mãe pode não sentir nada, o bebê em desenvolvimento fica vulnerável a complicações sérias. A toxoplasmose adquirida pela gestante pode levar a consequências graves e devastadoras para o feto. Por essa razão, o acompanhamento médico rigoroso desde o início da gravidez, com monitoramento e triagem preventiva, é a principal ferramenta de proteção.

Ginecologistas podem acompanhar o tratamento de toxoplasmose na gravidez de acordo com o tipo. A Rede Américas possui especialistas renomados atendendo em vários hospitais brasileiros.

Quais são os sintomas de toxoplasmose na gestante?

A maioria das gestantes infectadas pelo Toxoplasma gondii não apresenta qualquer sintoma. Estudos indicam que apenas cerca de 11% das gestantes afetadas manifestam sinais como febre ou fadiga. 

Essa característica silenciosa da doença torna o rastreio laboratorial a principal forma de diagnóstico e tratamento preventivo, reforçando a importância dos exames de rotina. Quando os sintomas aparecem, geralmente são leves e facilmente confundidos com os de outras doenças virais.

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Sinais de alerta que merecem atenção

Se manifestados, os sintomas costumam surgir de uma a três semanas após a infecção e podem incluir:

  • Sintomas gripais: febre baixa, mal-estar geral e cansaço.
  • Dores no corpo: dores musculares e nas articulações.
  • Gânglios aumentados: pequenas ínguas, principalmente na região do pescoço, nuca e axilas.
  • Dor de cabeça: pode ser persistente.
  • Manchas na pele: erupções cutâneas vermelhas podem ocorrer, embora sejam menos comuns.

Como esses sinais são muito inespecíficos, é fundamental não se autodiagnosticar. Apenas um médico, com o auxílio de exames laboratoriais, pode confirmar a infecção.

Qual o real perigo da toxoplasmose para o bebê?

O perigo não está nos sintomas da mãe, mas na possibilidade de o parasita atravessar a barreira placentária e infectar o feto, causando a chamada toxoplasmose congênita. Enquanto a toxoplasmose é geralmente assintomática em adultos, com cerca de 80% dos casos sem manifestação, a infecção durante a gravidez é considerada perigosa. Ela pode causar graves sequelas neurológicas, danos oculares ou, em casos mais severos, resultar em aborto ou morte fetal.

As consequências para o bebê dependem muito da idade gestacional em que a infecção ocorre. Segundo o Ministério da Saúde, o risco de transmissão aumenta com o avançar da gravidez, mas a gravidade das sequelas tende a ser maior quando a infecção acontece no primeiro trimestre.

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Principais riscos e sequelas da toxoplasmose congênita

Um bebê infectado pode não apresentar sinais ao nascer, mas as complicações podem se manifestar meses ou até anos depois. Os principais riscos incluem:

  • Problemas de visão: lesões na retina (coriorretinite), que podem levar à cegueira parcial ou total.
  • Danos neurológicos: hidrocefalia (acúmulo de líquido no cérebro), calcificações cerebrais e convulsões.
  • Atraso no desenvolvimento: dificuldades motoras e intelectuais.
  • Outras complicações: surdez, icterícia e aumento do fígado ou do baço.

Como é feito o diagnóstico durante o pré-natal?

O diagnóstico da toxoplasmose na gravidez é realizado por meio de um exame de sangue chamado sorologia, que detecta a presença de anticorpos específicos: IgG e IgM.

Este exame é um dos primeiros a ser solicitado no pré-natal e pode ser repetido ao longo da gestação para mulheres que nunca tiveram contato com o parasita (suscetíveis).

É importante saber que o rastreamento por ultrassom durante o pré-natal só consegue detectar o dano fetal causado pela toxoplasmose se houver anomalias neurológicas graves. Lesões menos severas ou oculares podem não ser visíveis nesse exame, ressaltando a importância dos exames de sangue para um diagnóstico abrangente.

Entendendo os resultados: IgG e IgM

Interpretar o resultado pode parecer complexo, mas seu obstetra irá explicar detalhadamente. De forma simplificada, os resultados indicam cenários diferentes:

IgG

IgM

Possível interpretação

 

Não reagente

Não reagente

A gestante nunca teve contato. É suscetível e precisa manter a prevenção.

Reagente

Não reagente

Infecção antiga. A gestante já tem anticorpos e, em geral, está imune.

Reagente ou Não

Reagente

Pode indicar uma infecção recente ou ativa. Exames complementares são necessários para confirmar.

Existe tratamento para a toxoplasmose na gestação?

Sim, existe tratamento. Quando a infecção aguda é diagnosticada na gestante, o médico inicia um protocolo com medicamentos específicos para reduzir o risco de transmissão do parasita para o bebê.

Caso a infecção fetal seja confirmada, o tratamento também é ajustado para tratar o bebê. A abordagem terapêutica é sempre individualizada e conduzida por uma equipe médica especializada, visando minimizar as possíveis sequelas.

Como posso prevenir a infecção por toxoplasmose?

Para gestantes que não são imunes, a prevenção é a melhor estratégia. As medidas são simples e se baseiam em hábitos de higiene e cuidados com a alimentação:

  • Alimentação segura: não coma carnes cruas ou malpassadas. Cozinhe bem todos os tipos de carne.
  • Higiene de alimentos: lave muito bem frutas, legumes e verduras em água corrente antes de consumir.
  • Cuidado com a água: beba apenas água filtrada, fervida ou engarrafada.
  • Contato com gatos: evite manusear a caixa de areia do gato. Se for necessário, use luvas e lave bem as mãos depois. As fezes dos felinos podem conter o parasita.
  • Jardinagem e terra: use luvas ao praticar jardinagem ou manusear terra, pois ela pode estar contaminada.
  • Higiene das mãos: lave as mãos com frequência, especialmente após manusear alimentos crus e antes de comer.

Seguir essas orientações e realizar o acompanhamento pré-natal de forma rigorosa são as atitudes mais importantes para garantir uma gestação tranquila e um bebê saudável.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

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