14/08/2025
Revisado em: 15/08/2025
Esquecimentos comuns do dia a dia podem ser sinais de alerta para esse tipo de demência
Esquecer onde deixou as chaves ou confundir o nome de um conhecido pode acontecer com qualquer um, principalmente na terceira idade. Mas quando os esquecimentos se tornam frequentes, afetando o dia a dia, é importante prestar atenção. Esses podem ser os primeiros sintomas do Alzheimer em idosos.
O Alzheimer é uma condição progressiva que afeta áreas do cérebro responsáveis pela memória, linguagem, raciocínio e comportamento. Com o tempo, a pessoa perde a capacidade de fazer tarefas simples, se comunicar com clareza e até reconhecer familiares.
A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) afirma em uma de suas pesquisa que a prevalência aumenta com a idade: entre pessoas com 85 a 89 anos, demência acomete cerca de 21 %, e chega a 43 % em idosos acima de 90 anos.
Para ajudar alguém com a doença, é preciso saber como tudo se inicia e quais os próximos passos a serem tomados para que aquele paciente possa ter maior qualidade de vida, retardando a evolução do Alzheimer.
O Alzheimer não aparece de um dia para o outro. Essa doença se desenvolve aos poucos, e os sinais iniciais são sutis e facilmente confundidos apenas com a agitação da rotina.No começo, o idoso ainda é independente, mas com o passar do tempo, passa a depender cada vez mais de apoio para as atividades diárias.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 55 milhões de pessoas vivem com demência no mundo, sendo o Alzheimer a forma mais comum da condição. Esse número pode chegar a 139 milhões até 2050 com o envelhecimento da população global.
E se aquele “esquecimento bobo” for, na verdade, um sinal de alerta? Os sintomas iniciais do Alzheimer muitas vezes passam despercebidos, até que começam a mudar a rotina de forma silenciosa.
Veja alguns dos sinais mais comuns que podem surgir nas fases iniciais da doença:
A pessoa esquece informações que acabou de receber ou falar e se perde no meio de uma conversa. Esses lapsos de memória são persistentes, afetando a rotina.
Atividades que antes eram feitas automaticamente começam a gerar confusão. O preparo de uma receita conhecida se torna um desafio, por exemplo.
Mesmo tarefas domésticas rotineiras, como organizar a casa ou fazer uma lista de compras, podem ficar confusas, pois a pessoa perde a noção da sequência lógica.
Outro sinal precoce é a desorientação. O idoso pode esquecer em que dia da semana está, se confundir com o mês ou se sentir perdido mesmo estando em lugares familiares, como o próprio bairro.
Em casos mais avançados, ele pode sair para uma caminhada e não conseguir voltar para casa, sem entender como chegou ali ou o motivo de ter saído.
O Alzheimer também impacta o lado emocional. Mudanças repentinas de humor, irritabilidade sem motivo claro, episódios de raiva, desconfiança exagerada ou tristeza profunda são comuns. Pessoas que antes eram sociáveis podem começar a se isolar.
Essas alterações acontecem porque a doença afeta regiões do cérebro responsáveis pelo controle comportamental.
Nos estágios iniciais, o paciente pode ter dificuldade para encontrar palavras durante uma conversa. Às vezes, o idoso até para no meio de uma frase e não consegue continuar.
A fala se torna mais lenta e confusa. Essa dificuldade pode levar a situações de frustração ou constrangimento.
O Alzheimer pode afetar a capacidade de tomar decisões. Isso se manifesta de diferentes formas, como vestir roupas inadequadas para o clima, confiar em pessoas desconhecidas, gastar dinheiro de forma impulsiva ou não reconhecer riscos.
Situações comuns do cotidiano, como atravessar a rua, usar o fogão ou tomar medicamentos corretamente, passam a representar perigo.
Vale dizer que sinais não significam, isoladamente, que a pessoa tem Alzheimer. Porém, se mais de um deles começar a aparecer com frequência e estiver atrapalhando a rotina ou a segurança do idoso, é fundamental procurar avaliação médica.
Um neurologista ou geriatra poderá solicitar exames, analisar o histórico clínico e orientar o melhor caminho para um diagnóstico seguro.
E lembre-se que quanto mais cedo os sintomas do Alzheimer em idosos for identificado, maiores as chances de promover qualidade de vida, retardar a progressão da doença e oferecer suporte adequado à pessoa e à família.
Sim, receber o diagnóstico de Alzheimer pode ser assustador, tanto para quem tem a doença quanto para a família. Afinal, haverá mudanças consideráveis na rotina de ambas as partes.
Mas com informação e acolhimento, é possível cuidar da pessoa com dignidade e qualidade de vida.
Veja algumas atitudes que fazem diferença:
Conviver com alguém com Alzheimer exige paciência e atenção. E tudo começa por saber o que observar. Esquecimentos constantes, desorientação, alterações de humor e dificuldade em realizar tarefas simples não devem ser ignorados.
Se você percebeu algum desses sinais em um familiar, ou em si mesmo, não hesite em buscar ajuda. Falar com um médico é o primeiro passo para entender o que está acontecendo e o que pode ser feito a partir disso.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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Ministério da Saúde. Ministério da Saúde destaca a importância do diagnóstico precoce para evitar a progressão da doença. Brasília, 21 set. 2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2024/setembro/ministerio-da-saude-destaca-a-importancia-do-diagnostico-precoce-para-evitar-a-progressao-da-doenca, consultado em 30 jul. 2025
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Revista Pesquisa (FAPESP). Bagiani, Belisa; Zorzetto, Ricardo. Ao menos 1,76 milhão de pessoas têm alguma forma de demência no Brasil. Revista Pesquisa, n. 329, jul. 2023; atual. 12 out. 2023. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/ao-menos-176-milhao-de-pessoas-tem-alguma-forma-de-demencia-no-brasil/, consultado em 30 jul. 2025
EBC Agência Gov‑Brasil. Alzheimer: condição afeta 1,2 milhão de pessoas no Brasil. Brasília, 2023 (outubro). Disponível em: https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202310/alzheimer-condicao-afeta-1-2-milhao-de-pessoas-no-brasil, consultado em 30 jul. 2025.
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