14/08/2025
Revisado em: 14/08/2025
Se você está grávida, identificar os sinais de hipertensão gestacional é crucial para a sua saúde e a do seu bebê. Saiba mais aqui.
Você está grávida e, de repente, percebe que sua pressão arterial está mais alta que o usual. Essa situação, conhecida como hipertensão na gravidez ou hipertensão gestacional, ocorre quando os níveis de pressão arterial se elevam acima do normal (igual ou superior a 140/90 mmHg) após a 20ª semana de gestação em mulheres que não eram hipertensas antes.
Vale dizer que essa condição é preocupante porque pode levar a diversas complicações se não for diagnosticada e tratada a tempo. De fato, distúrbios hipertensivos na gravidez são responsáveis por até 44% das mortes maternas nos primeiros seis dias após o parto, conforme um estudo publicado no Journal of the American Heart Association.
O acompanhamento médico regular é imprescindível para identificar precocemente qualquer alteração e garantir a segurança de ambos.
Embora frequentemente associadas, a hipertensão gestacional e a pré-eclâmpsia são condições distintas. A hipertensão gestacional é caracterizada pela pressão alta que surge após a 20ª semana, sem outros sinais de comprometimento de órgãos. Ela geralmente se resolve após o parto.
Por outro lado, a pré-eclâmpsia é uma condição mais grave, afetando cerca de 3% a 4% das gestações. Nela, a pressão alta se associa a sinais de danos em outros sistemas de órgãos, como rins (detectado pela presença de proteína na urina, conhecida como proteinúria), fígado, sangue ou cérebro.
É essencial que a diferenciação seja feita por um profissional de saúde, pois a pré-eclâmpsia exige monitoramento e tratamento mais intensivos devido aos riscos potenciais para mãe e bebê.
A identificação precoce dos sintomas de pressão alta na gravidez é vital. Muitas vezes, esses sinais podem ser confundidos com desconfortos comuns da gestação, mas a persistência ou intensidade deles deve ligar um alerta. É importante estar atenta e comunicar qualquer sintoma ao seu médico.
Um dos sintomas mais comuns é o inchaço (edema), especialmente no rosto e nas mãos. Enquanto algum inchaço é normal na gravidez, um inchaço súbito e excessivo, que não melhora com repouso, pode ser um sinal de alerta de pré-eclâmpsia.
Outro sintoma frequente é a dor de cabeça, principalmente na nuca. Se a dor for persistente, forte e não melhorar com analgésicos comuns, ou se for acompanhada de outros sintomas, é crucial buscar avaliação médica.
Além disso, o ganho de peso repentino, que não está relacionado com a alimentação, também pode indicar retenção de líquidos e ser um indício de pressão alta.
Alterações na visão são um sintoma preocupante e exigem atenção imediata. Visão embaçada, pontos luminosos (escotomas), flashes de luz, visão dupla ou sensibilidade aumentada à luz (fotofobia) podem indicar comprometimento da retina ou do cérebro devido à pressão alta.
Assim, qualquer alteração visual deve ser comunicada ao médico imediatamente, pois pode ser um sinal de pré-eclâmpsia grave ou eclâmpsia iminente.
A dor na barriga, especialmente na região superior direita ou na região do estômago (epigástrica), é outro sinal que merece atenção especial. Essa dor pode indicar problemas no fígado, uma complicação grave da pré-eclâmpsia. Náuseas e vômitos persistentes, que não melhoram com medidas habituais, também podem estar presentes.
Menos comuns, mas igualmente sérios, são a diminuição da quantidade de urina (oligúria) e a falta de ar. Estes podem indicar comprometimento renal ou pulmonar, respectivamente. Portanto, é fundamental não ignorar nenhum desses sintomas e procurar ajuda profissional.
A hipertensão na gravidez, se não for controlada, pode trazer sérios riscos para a saúde da mãe e para o desenvolvimento do feto. As complicações variam de leves a potencialmente fatais, ressaltando a importância do diagnóstico e tratamento precoces.
Para a mãe, a pressão alta não tratada pode levar a condições como a eclâmpsia, que é a ocorrência de convulsões em gestantes com pré-eclâmpsia, e a síndrome HELLP, uma condição rara e grave que afeta o fígado e a coagulação do sangue.
Mulheres com diabetes e histórico de distúrbios hipertensivos na gravidez podem ter um risco de 10% a 20% maior de desenvolver doenças cardiovasculares no futuro, um impacto relevante para a saúde materna.
É importante ressaltar que o risco de mortalidade por doença cardiovascular é cinco vezes maior em mulheres com histórico de pré-eclâmpsia de início precoce, em comparação com aquelas sem esse histórico, segundo um estudo publicado no Balkan Medical Journal.
Outras complicações incluem insuficiência renal, descolamento prematuro da placenta, acidente vascular cerebral (AVC) e edema pulmonar. Estas condições exigem intervenção médica urgente e podem ter consequências a longo prazo para a saúde da mulher.
A pressão alta materna pode afetar significativamente o bebê. Ela pode reduzir o fluxo sanguíneo para a placenta, o que diminui o aporte de oxigênio e nutrientes para o feto.
Assim, isso pode resultar em restrição do crescimento intrauterino (bebê com baixo peso para a idade gestacional), parto prematuro e, em casos graves, sofrimento fetal ou óbito. Em algumas situações, pode ser necessário induzir o parto ou realizar uma cesariana antes do tempo, visando proteger a vida da mãe e do bebê.
É vital saber identificar situações que exigem atendimento médico imediato. Não hesite em procurar ajuda se você apresentar quaisquer dos seguintes sintomas, especialmente se estiver grávida e com histórico de pressão alta ou fatores de risco:
Nesses casos, a agilidade no atendimento pode fazer toda a diferença no prognóstico da mãe e do bebê. Lembre-se, o profissional de saúde é a pessoa mais indicada para avaliar e indicar a conduta adequada.
O monitoramento da pressão arterial é uma parte crucial do pré-natal para todas as gestantes, mas se torna ainda mais relevante para aquelas com risco de hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia.
A verificação regular, conforme orientação médica, é a melhor forma de detectar precocemente qualquer alteração.
As consultas de pré-natal são o principal meio para o monitoramento da pressão arterial. Durante essas consultas, o médico ou enfermeiro irá aferir sua pressão e avaliar outros sinais vitais e exames, como a pesquisa de proteína na urina.
É o momento de tirar dúvidas, relatar sintomas e seguir as orientações profissionais.
O médico pode recomendar o monitoramento da pressão em casa com um aparelho validado para uso doméstico, ensinando a técnica correta de aferição e os valores de alerta. Manter um registro das leituras pode auxiliar no diagnóstico e acompanhamento.
Embora a pressão alta na gravidez nem sempre possa ser prevenida, algumas medidas podem contribuir para uma gestação mais saudável e reduzir os riscos. Manter uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais e grãos integrais, e com baixo teor de sódio, é fundamental.
A prática regular de exercícios físicos leves a moderados, sempre com a aprovação médica, também é benéfica. Evitar o tabagismo e o consumo de álcool é primordial.
Vale ressaltar que essas medidas são complementares ao acompanhamento médico e não o substituem. O profissional de saúde poderá oferecer orientações personalizadas para cada caso, garantindo uma gravidez o mais segura possível.
A pressão alta na gravidez, seja hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia, é uma condição séria que exige atenção e monitoramento contínuos. Reconhecer os sintomas precocemente e procurar atendimento médico imediato são atitudes que podem salvar vidas e prevenir complicações graves para a mãe e o bebê.
Assim, o acompanhamento pré-natal regular com um profissional de saúde é indispensável. Não hesite em relatar qualquer preocupação ou sintoma, por menor que seja. A sua saúde e a do seu bebê dependem da informação e dos cuidados adequados.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista do Ministério da Saúde.
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