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Sintomas de pré-eclâmpsia: sinais de alerta que toda gestante precisa conhecer

Saiba identificar os sinais importantes da pré-eclâmpsia, uma condição séria na gravidez, e entenda a importância do acompanhamento médico rigoroso.

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A gravidez é um período de muitas expectativas e mudanças no corpo. Você pode sentir cansaço, inchaço nos pés e até algumas dores que, geralmente, são consideradas normais. No entanto, alguns sinais merecem atenção redobrada, como os da pré-eclâmpsia. Esta é uma complicação séria que afeta até 5% das gestações, ocorrendo com maior frequência após a 20ª semana.

A pré-eclâmpsia é uma condição geralmente associada à pressão arterial alta (hipertensão) e à presença de proteína na urina. Ela ocorre quando a gestante desenvolve pressão arterial alta após a 20ª semana de gravidez, acompanhada de sinais de danos em outros sistemas de órgãos, mais frequentemente os rins e o fígado. 

A condição pode evoluir rapidamente e, se não tratada, pode levar a complicações graves para a mãe e o bebê, como parto prematuro, baixo peso ao nascer e, em casos mais graves, eclâmpsia, que envolve convulsões.

Quais são os principais sintomas de pré-eclâmpsia?

A identificação precoce dos sintomas é fundamental para o manejo adequado da pré-eclâmpsia. É crucial que toda gestante conheça os sinais de alerta e procure ajuda médica rapidamente ao notar qualquer um deles.

Pressão arterial elevada e persistente

A hipertensão é o principal indicador da pré-eclâmpsia. Uma leitura de pressão igual ou superior a 140/90 mmHg, registrada em duas ocasiões com pelo menos quatro horas de intervalo, após a 20ª semana de gestação, é um sinal de alerta. 

O acompanhamento regular da pressão arterial durante o pré-natal é indispensável para monitorar essa condição.

Presença de proteína na urina (proteinúria)

Embora não seja um sintoma perceptível pela gestante, a proteinúria é um achado importante em exames laboratoriais. 

Ela indica que os rins podem estar sendo afetados pela pré-eclâmpsia. Testes de urina regulares são parte do pré-natal para detectar essa alteração.

Inchaço (edema) excessivo: quando se preocupar?

O inchaço nos pés e tornozelos é comum na gravidez. No entanto, o inchaço associado à pré-eclâmpsia é diferente. 

Ele geralmente se manifesta de forma súbita e mais intensa, atingindo o rosto, as mãos e outras partes do corpo, sem aliviar com repouso. É importante observar se o inchaço é acompanhado de outros sintomas.

Dores de cabeça intensas e que não aliviam

Uma dor de cabeça persistente, forte e que não melhora com o uso de analgésicos comuns pode ser um sinal de pré-eclâmpsia. 

Essa dor pode ser diferente daquelas sentidas normalmente na gravidez e, muitas vezes, é acompanhada de outros sintomas visuais ou neurológicos.

Alterações visuais: o que observar?

Distúrbios visuais são sintomas preocupantes. Incluem visão embaçada, o aparecimento de "estrelinhas" ou flashes de luz (escotomas), sensibilidade aumentada à luz (fotofobia) ou, em casos mais graves, perda temporária da visão. 

Essas alterações indicam um possível comprometimento neurológico.

Dor na parte superior direita do abdômen

Essa dor, localizada abaixo das costelas e próxima ao estômago, pode indicar problemas no fígado, um órgão que pode ser afetado pela pré-eclâmpsia. 

A dor pode ser constante e intensa, às vezes irradiando para as costas.

Náuseas e vômitos persistentes

Embora náuseas e vômitos sejam comuns no início da gravidez, se eles surgirem ou se intensificarem subitamente na segunda metade da gestação, podem ser um sintoma de pré-eclâmpsia. 

É importante estar atenta à diferença de padrão e intensidade.

Ganho de peso repentino e sem explicação

Um aumento de peso rápido e inesperado, superior a 1 kg por semana, pode ser causado pela retenção de líquidos. 

Essa retenção é um sinal de edema generalizado e pode indicar o desenvolvimento da pré-eclâmpsia.

Diminuição da frequência urinária

A redução na quantidade ou frequência da urina (oligúria) pode ser um sinal de que os rins não estão funcionando adequadamente. 

É um sintoma que deve ser monitorado, especialmente se acompanhado de outros sinais.

A pré-eclâmpsia pode ser assintomática?

Sim, a pré-eclâmpsia pode se desenvolver sem que a gestante perceba sintomas claros no início. Em alguns casos, os primeiros sinais são sutis e só são detectados em exames de rotina, como a aferição da pressão arterial e exames de urina. 

Por essa razão, o acompanhamento pré-natal regular é fundamental para identificar a condição precocemente, mesmo na ausência de sintomas aparentes.

Apesar da importância da identificação precoce, a validação de modelos de previsão da pré-eclâmpsia ainda é um desafio. Isso limita a capacidade de identificar a condição de forma confiável em seus estágios iniciais.

Um rastreamento realizado no primeiro trimestre da gravidez pode ser muito eficaz, reduzindo o risco de parto prematuro (antes das 37 semanas) devido à pré-eclâmpsia em até 36%, conforme estudo publicado no Ontario Health Technology Assessment Series.

Quais os riscos da pré-eclâmpsia para a mãe e o bebê?

A pré-eclâmpsia, se não tratada, pode causar complicações sérias. Para a mãe, os riscos incluem: eclâmpsia (convulsões), acidente vascular cerebral (AVC), problemas renais e hepáticos, coagulação sanguínea deficiente e síndrome HELLP (uma complicação rara e grave que afeta o sangue e o fígado). 

Para o bebê, os riscos envolvem: crescimento intrauterino restrito devido à diminuição do fluxo sanguíneo para a placenta, parto prematuro e baixo peso ao nascer. O tratamento visa minimizar esses riscos para ambos.

A pré-eclâmpsia pode ocorrer após o parto?

Sim, a pré-eclâmpsia pode se manifestar até seis semanas após o parto, condição conhecida como pré-eclâmpsia pós-parto. Os sintomas são semelhantes aos da pré-eclâmpsia na gravidez e incluem pressão alta, dor de cabeça forte, alterações visuais e dor abdominal. 

É essencial que a mulher continue monitorando sua saúde no pós-parto e procure atendimento médico se qualquer um desses sinais surgir.

Quando procurar ajuda médica imediatamente?

Se você, como gestante, identificar qualquer um dos sintomas mencionados, especialmente inchaço súbito, dor de cabeça intensa, alterações visuais ou dor abdominal, procure um médico imediatamente. Não espere a próxima consulta de pré-natal. 

A detecção e o tratamento rápidos são essenciais para evitar complicações graves para você e seu bebê.

Como o pré-natal ajuda a monitorar a pré-eclâmpsia?

O pré-natal é a principal ferramenta de prevenção e diagnóstico precoce da pré-eclâmpsia. Durante as consultas, o médico realiza a aferição regular da pressão arterial, solicita exames de urina para verificar a presença de proteína e monitora o ganho de peso. 

Essa rotina permite identificar os sinais da condição antes que ela se agrave, possibilitando intervenções a tempo. Converse sempre abertamente com seu médico sobre quaisquer sintomas ou preocupações.

Para mulheres com histórico de pré-eclâmpsia grave ou precoce, a prevenção pode ser ainda mais direcionada. Iniciar o uso de aspirina antes das 16 semanas de gestação pode reduzir o risco de recorrência em até 40%, conforme demonstrado em um estudo publicado na revista Drugs. Essa abordagem preventiva é um exemplo de como o acompanhamento médico personalizado pode fazer a diferença na segurança da gestação. Entretanto, a prescrição só deve ser feita por um obstetra. Jamais se automedique.

Conclusão: a importância do cuidado e acompanhamento médico

A pré-eclâmpsia é uma condição séria na gravidez que exige atenção e monitoramento. Conhecer os sintomas é o primeiro passo para garantir uma gestação segura e saudável. 

Lembre-se de que o acompanhamento médico regular e a comunicação aberta com seu obstetra são insubstituíveis para sua saúde e a do seu bebê. Não hesite em buscar ajuda médica ao menor sinal de alerta.

 

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista do Ministério da Saúde.

Bibliografia

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