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A meningite é uma emergência médica, e saber identificar seus sinais em cada faixa etária pode ser decisivo.

Toda febre em uma criança liga um sinal de alerta nos pais. Quando ela vem acompanhada de choro intenso, irritabilidade ou sonolência fora do comum, a preocupação aumenta.
A febre é o sintoma de alerta mais comum em crianças com suspeita de meningite, estando presente em mais de 80% dos casos investigados. Embora muitas vezes seja apenas um resfriado, esses podem ser os primeiros sinais de uma condição muito mais séria: a meningite.
A meningite é um processo inflamatório das meninges, que são as três membranas protetoras que revestem o cérebro e a medula espinhal. Essa inflamação pode ser causada por diversos agentes, como fungos, vírus e bactérias.
As meningites virais costumam ser mais leves e ter uma evolução benigna, semelhante a um resfriado forte. Já as meningites bacterianas são extremamente graves, com progressão rápida e alto risco de sequelas neurológicas ou óbito, exigindo diagnóstico e tratamento imediatos.
A meningite e a encefalite são condições graves que afetam o sistema nervoso central em crianças, tornando o diagnóstico rápido dos agentes causadores uma prioridade médica. Mesmo com os avanços da medicina e o uso de vacinas, a meningite bacteriana continua sendo uma doença de alto risco com potencial de morte.
A infecção por pneumococo (Streptococcus pneumoniae) é reconhecida como a principal causa dessa doença em crianças entre 2 meses e 16 anos. De acordo com artigo publicado na microorganisms, em abril de 2021, globalmente, a meningite pneumocócica representou uma significativa carga de morbidade e mortalidade, com cerca de 37.900 mortes estimadas em 2015.
Para crianças com menos de cinco anos, a pesquisa aponta que essa condição é ainda mais preocupante: aproximadamente 83.900 casos foram registrados em 2015, com uma taxa de letalidade alarmante de 44%.
Isso significa que quase metade das crianças nessa faixa etária que contraem a doença podem não sobreviver.
Um dos maiores desafios no diagnóstico da meningite infantil é que os sintomas mudam significativamente dependendo da idade da criança. Os sinais clássicos nem sempre estão presentes nos mais novos, o que exige atenção redobrada de pais e cuidadores.
Nesta faixa etária, os sintomas são frequentemente vagos e podem ser confundidos com outras doenças comuns da infância. É preciso estar atento a um conjunto de alterações no comportamento do bebê. Os principais sinais são:
A partir de um ano de idade, o quadro clínico tende a ser mais característico, facilitando a suspeita da doença. Os sintomas mais comuns incluem a chamada tríade clássica da meningite:
Além desses três, outros sintomas são frequentes e ajudam a compor o quadro de alerta:
As manchas na pele, chamadas de petéquias ou púrpuras, são um sinal de alerta gravíssimo e estão mais associadas à meningite meningocócica, um tipo bacteriano. Elas surgem quando as bactérias entram na corrente sanguínea e causam danos aos vasos, provocando pequenos sangramentos sob a pele.
Essas manchas começam como pequenos pontos vermelhos ou arroxeados, semelhantes a picadas de inseto, mas não desaparecem quando pressionadas. Um teste simples, conhecido como "teste do copo", pode ser feito: pressione a base de um copo de vidro transparente contra a mancha. Se ela não sumir com a pressão, procure um pronto-socorro imediatamente.
Circulam informações sobre manobras para testar a rigidez da nuca em casa, como pedir para a criança encostar o queixo no peito. Essa dificuldade é um sinal clínico conhecido como sinal de Brudzinski, avaliado por médicos.
Contudo, é fundamental entender que esses testes não são confiáveis se feitos por leigos e não substituem uma avaliação médica. A ausência desses sinais não descarta a doença, especialmente em bebês. Tentar realizar diagnósticos em casa apenas atrasa a busca por ajuda profissional, o que pode ser fatal no caso da meningite bacteriana.
A meningite bacteriana é uma emergência médica. Ao notar um ou mais dos sintomas descritos, principalmente a combinação de febre alta com rigidez de nuca, prostração intensa ou manchas na pele, não hesite.
Leve a criança imediatamente ao serviço de emergência mais próximo. Não espere para ver se os sintomas melhoram. O diagnóstico precoce e o início rápido do tratamento com antibióticos são cruciais para aumentar as chances de recuperação e reduzir o risco de sequelas graves.
A forma mais eficaz de prevenção contra os principais tipos de meningite bacteriana é a vacinação. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde oferece gratuitamente vacinas que protegem contra diversas bactérias causadoras da doença, como:
Manter a caderneta de vacinação da criança em dia é um ato de proteção essencial. Além disso, bons hábitos de higiene, como lavar as mãos com frequência e evitar o compartilhamento de objetos pessoais, ajudam a reduzir a transmissão de agentes infecciosos.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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