Ícone
InícioSaúdeSaúde da criança

Resuma este artigo com IA:

Ícone

Sintomas de meningite em criança: como reconhecer, quando agir e riscos

A meningite é uma emergência médica, e saber identificar seus sinais em cada faixa etária pode ser decisivo.

sintomas de meningite em criança​1.jpg

Toda febre em uma criança liga um sinal de alerta nos pais. Quando ela vem acompanhada de choro intenso, irritabilidade ou sonolência fora do comum, a preocupação aumenta. 

A febre é o sintoma de alerta mais comum em crianças com suspeita de meningite, estando presente em mais de 80% dos casos investigados. Embora muitas vezes seja apenas um resfriado, esses podem ser os primeiros sinais de uma condição muito mais séria: a meningite.

O que é a meningite infantil?

A meningite é um processo inflamatório das meninges, que são as três membranas protetoras que revestem o cérebro e a medula espinhal. Essa inflamação pode ser causada por diversos agentes, como fungos, vírus e bactérias.

As meningites virais costumam ser mais leves e ter uma evolução benigna, semelhante a um resfriado forte. Já as meningites bacterianas são extremamente graves, com progressão rápida e alto risco de sequelas neurológicas ou óbito, exigindo diagnóstico e tratamento imediatos.

Hospital

Localização

Agendamento

Hospital Paraná

Av. Dr. Luiz Teixeira Mendes, 1929 - Zona 05, Maringá - PR, 87015-000

Busque aqui um neurologista mais próximo de você no Paraná

Hospital Leforte Morumbi

Rua dos Três Irmãos, 121 - Morumbi - São Paulo-SP

 

 

Clique e encontre um neurologista disponível em SP

Hospital Leforte Liberdade

Rua Barão de Iguape - Liberdade, São Paulo - SP

Hospital Christóvão da Gama Diadema

R. São Jorge, 98 - Centro, Diadema - SP

Hospital Nove de Julho - Alphaville

Av. Cauaxi, 118 - Alphaville - barueri - São Paulo-Sp

A Rede Américas possui neurologistas renomados.

Encontre um especialista perto de você!

A meningite e a encefalite são condições graves que afetam o sistema nervoso central em crianças, tornando o diagnóstico rápido dos agentes causadores uma prioridade médica. Mesmo com os avanços da medicina e o uso de vacinas, a meningite bacteriana continua sendo uma doença de alto risco com potencial de morte. 

A infecção por pneumococo (Streptococcus pneumoniae) é reconhecida como a principal causa dessa doença em crianças entre 2 meses e 16 anos. De acordo com artigo publicado na microorganisms, em abril de 2021, globalmente, a meningite pneumocócica representou uma significativa carga de morbidade e mortalidade, com cerca de 37.900 mortes estimadas em 2015. 

Para crianças com menos de cinco anos, a pesquisa aponta que essa condição é ainda mais preocupante: aproximadamente 83.900 casos foram registrados em 2015, com uma taxa de letalidade alarmante de 44%. 

Isso significa que quase metade das crianças nessa faixa etária que contraem a doença podem não sobreviver.

Como os sintomas de meningite em criança variam conforme a idade?

Um dos maiores desafios no diagnóstico da meningite infantil é que os sintomas mudam significativamente dependendo da idade da criança. Os sinais clássicos nem sempre estão presentes nos mais novos, o que exige atenção redobrada de pais e cuidadores.

Em bebês com menos de 1 ano

Nesta faixa etária, os sintomas são frequentemente vagos e podem ser confundidos com outras doenças comuns da infância. É preciso estar atento a um conjunto de alterações no comportamento do bebê. Os principais sinais são:

  • Irritabilidade e choro intenso: um choro agudo, inconsolável e que piora quando o bebê é pego no colo.
  • Sonolência excessiva: dificuldade para acordar o bebê ou uma letargia anormal, com pouca reação a estímulos.
  • Recusa alimentar: falta de interesse em mamar no peito ou na mamadeira.
  • Febre ou hipotermia: a temperatura pode estar muito alta ou, em alguns casos, mais baixa que o normal (corpo frio).
  • Moleira abaulada: a fontanela (parte mole no topo da cabeça) pode ficar tensa ou estufada.
  • Vômitos: episódios de vômito em jato, não apenas uma regurgitação normal.
  • Rigidez corporal: o corpo do bebê pode parecer mais rígido ou, ao contrário, excessivamente mole.

Em crianças maiores de 1 ano e adolescentes

A partir de um ano de idade, o quadro clínico tende a ser mais característico, facilitando a suspeita da doença. Os sintomas mais comuns incluem a chamada tríade clássica da meningite:

  1. Febre alta e súbita: a temperatura sobe rapidamente.
  2. Dor de cabeça intensa: a criança se queixa de dor forte e contínua.
  3. Rigidez na nuca: dificuldade e dor ao tentar encostar o queixo no peito.

Além desses três, outros sintomas são frequentes e ajudam a compor o quadro de alerta:

  • Náuseas e vômitos.
  • Sensibilidade à luz (fotofobia).
  • Confusão mental ou sonolência.
  • Dores no corpo e nas articulações.
  • Convulsões.

Como são as manchas de pele causadas pela meningite?

As manchas na pele, chamadas de petéquias ou púrpuras, são um sinal de alerta gravíssimo e estão mais associadas à meningite meningocócica, um tipo bacteriano. Elas surgem quando as bactérias entram na corrente sanguínea e causam danos aos vasos, provocando pequenos sangramentos sob a pele.

Essas manchas começam como pequenos pontos vermelhos ou arroxeados, semelhantes a picadas de inseto, mas não desaparecem quando pressionadas. Um teste simples, conhecido como "teste do copo", pode ser feito: pressione a base de um copo de vidro transparente contra a mancha. Se ela não sumir com a pressão, procure um pronto-socorro imediatamente.

É possível fazer um teste caseiro para meningite?

Circulam informações sobre manobras para testar a rigidez da nuca em casa, como pedir para a criança encostar o queixo no peito. Essa dificuldade é um sinal clínico conhecido como sinal de Brudzinski, avaliado por médicos.

Contudo, é fundamental entender que esses testes não são confiáveis se feitos por leigos e não substituem uma avaliação médica. A ausência desses sinais não descarta a doença, especialmente em bebês. Tentar realizar diagnósticos em casa apenas atrasa a busca por ajuda profissional, o que pode ser fatal no caso da meningite bacteriana.

O que devo fazer ao suspeitar de meningite?

A meningite bacteriana é uma emergência médica. Ao notar um ou mais dos sintomas descritos, principalmente a combinação de febre alta com rigidez de nuca, prostração intensa ou manchas na pele, não hesite.

Leve a criança imediatamente ao serviço de emergência mais próximo. Não espere para ver se os sintomas melhoram. O diagnóstico precoce e o início rápido do tratamento com antibióticos são cruciais para aumentar as chances de recuperação e reduzir o risco de sequelas graves.

Como a prevenção pode proteger as crianças?

A forma mais eficaz de prevenção contra os principais tipos de meningite bacteriana é a vacinação. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde oferece gratuitamente vacinas que protegem contra diversas bactérias causadoras da doença, como:

  • Vacina BCG: protege contra formas graves de tuberculose, incluindo a meningite tuberculosa.
  • Vacina Pentavalente: protege contra a meningite causada pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b.
  • Vacina Pneumocócica 10-valente: protege contra a meningite causada por pneumococos.
  • Vacina Meningocócica C e ACWY: protegem contra a meningite causada por diferentes sorogrupos do meningococo.

Manter a caderneta de vacinação da criança em dia é um ato de proteção essencial. Além disso, bons hábitos de higiene, como lavar as mãos com frequência e evitar o compartilhamento de objetos pessoais, ajudam a reduzir a transmissão de agentes infecciosos.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

ETTEKOVEN, C. N. V. et al. Global case fatality of bacterial meningitis during an 80-year period. JAMA Network Open, Chicago, ago. 2024. DOI: https://doi.org/10.1001/jamanetworkopen.2024.24802. Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2821880. Acesso em: 12 dez. 2025.

GARCIA QUESADA, M. et al. Serotype distribution of remaining pneumococcal meningitis in the mature PCV10/13 period: findings from the PSERENADE project. Microorganisms, v. 9, n. 4, p. 738, abr. 2021. DOI: https://doi.org/10.3390/microorganisms9040738. Disponível em: https://www.mdpi.com/2076-2607/9/4/738. Acesso em: 12 dez. 2025.

GRAFF, K.; DOMINGUEZ, S. R.; MESSACAR, K. Metagenomic next-generation sequencing for diagnosis of pediatric meningitis and encephalitis: a review. Journal of the Pediatric Infectious Diseases Society, [S. l.], dez. 2021. DOI: https://doi.org/10.1093/jpids/piab067. Disponível em: https://academic.oup.com/jpids/article/10/Supplement_4/S78/6482364. Acesso em: 12 dez. 2025.

MIZUNO, S. et al. Epidemiology of pediatric meningitis and encephalitis in Japan: a cross-sectional study. Microbiology Spectrum, [s. l.], 2024. DOI: https://doi.org/10.1128/spectrum.01192-24. Disponível em: https://journals.asm.org/doi/10.1128/spectrum.01192-24. Acesso em: 12 dez. 2025.

YANG, Y. et al. Global impact of 10- and 13-valent pneumococcal conjugate vaccines on pneumococcal meningitis in all ages: The PSERENADE project. The Journal of Infection, [S.l.], [2025]. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jinf.2025.106426. Disponível em: https://www.journalofinfection.com/article/S0163-4453(25)00020-9/fulltext. Acesso em: 12 dez. 2025.

Ícone do WhatsAppÍcone do Facebook
Ícone do WhatsAppÍcone médicoAgende sua consulta