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Sintomas de leucemia infantil: conheça os principais e a importância do diagnóstico precoce

Manchas roxas, cansaço excessivo e febres persistentes podem ser mais que viroses comuns. Saiba quando se preocupar.

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Toda família conhece a cena: a criança, antes cheia de energia para correr e brincar, passa a ficar mais quieta, pálida e prefere o sofá. Uma febre que não cede ou um roxo que aparece na perna sem uma queda aparente pode ser apenas parte do crescimento, mas a persistência desses sinais exige atenção. Entender os sintomas da leucemia infantil é o primeiro passo para garantir um diagnóstico rápido e um tratamento eficaz.

O que é a leucemia infantil?

A leucemia é o tipo de câncer mais comum na infância e adolescência. Ela se desenvolve na medula óssea, a parte interna dos ossos responsável por produzir as células do sangue: os glóbulos vermelhos (que transportam oxigênio), os glóbulos brancos (que combatem infecções) e as plaquetas (que ajudam na coagulação).

Na leucemia, a medula óssea passa a produzir glóbulos brancos anormais e doentes, chamados de blastos, de forma descontrolada. Essas células não funcionam corretamente e se multiplicam rapidamente, ocupando o espaço das células sanguíneas saudáveis. Essa substituição é a causa direta da maioria dos sintomas da doença.

Quais são os principais sintomas da leucemia infantil?

Os sinais da leucemia decorrem diretamente da diminuição das células sanguíneas normais. É importante notar que muitos desses sintomas são inespecíficos e podem ser facilmente confundidos com doenças comuns da infância, como viroses. A chave é a persistência e a combinação de vários deles.

Os sintomas podem ser agrupados de acordo com a célula sanguínea afetada:

Célula Afetada

Sinais e Sintomas Associados

 

Glóbulos Vermelhos (Anemia)

  • Palidez visível na pele, lábios e na parte interna das pálpebras.
  • Cansaço extremo, fraqueza e sonolência incomum.
  • Falta de ar durante atividades físicas leves.
  • Tontura ou dores de cabeça.

Glóbulos Brancos (Leucopenia)

  • Febres recorrentes ou prolongadas, sem uma causa clara.
  • Infecções frequentes, como de garganta, ouvido ou pele, que demoram a curar.

Plaquetas (Plaquetopenia)

  • Manchas roxas (hematomas) que aparecem com facilidade, sem traumas significativos.
  • Pequenos pontos vermelhos ou roxos na pele, chamados petéquias.
  • Sangramentos nasais ou gengivais que são difíceis de estancar.

Quais outros sinais merecem atenção?

Além dos sintomas diretamente ligados ao sangue, o acúmulo de células leucêmicas em outras partes do corpo pode causar sinais adicionais.

  • Dores ósseas e articulares: muitas crianças se queixam de dor, principalmente nas pernas, o que pode ser confundido com a "dor do crescimento".
  • Inchaço de gânglios: aumento dos linfonodos no pescoço, axilas ou virilha.
  • Aumento do abdômen: o acúmulo de células doentes pode causar o inchaço do baço e do fígado, percebido como um aumento do volume da barriga.
  • Perda de apetite e de peso: consequência do mal-estar geral ou da pressão que os órgãos inchados exercem sobre o estômago.

Por que os sintomas podem ser confundidos com outras doenças?

A principal dificuldade no reconhecimento da leucemia infantil é que seus sinais imitam muitas outras condições benignas e frequentes. A febre pode ser atribuída a uma virose; o cansaço, a uma rotina agitada; e as dores nas pernas, ao estirão do crescimento.

A diferença crucial está na persistência e na combinação dos sintomas. Enquanto uma virose melhora em alguns dias, os sinais da leucemia tendem a piorar progressivamente. Uma criança que apresenta palidez, cansaço e manchas roxas ao mesmo tempo, por exemplo, deve ser avaliada por um pediatra sem demora.

Como é feito o diagnóstico para confirmar ou descartar a suspeita?

Se houver suspeita de leucemia, o primeiro passo é uma consulta com o pediatra, que fará uma avaliação clínica completa e ouvirá o relato dos pais. Para investigar a fundo, o principal exame solicitado é o hemograma completo.

Este simples exame de sangue consegue contar e analisar a aparência das diferentes células sanguíneas. Na maioria dos casos de leucemia, o hemograma mostrará alterações significativas, como anemia, baixa de plaquetas e um número muito alto ou muito baixo de glóbulos brancos, com a presença de blastos.

Em crianças, um número muito elevado de glóbulos brancos pode ser um sinal importante de leucemia mieloide crônica na fase blástica, detectado por meio desses exames.

Com um resultado alterado, o pediatra encaminhará a criança a um oncologista pediátrico. Exames mais específicos, como o mielograma (análise da medula óssea), serão realizados para confirmar o diagnóstico e identificar o tipo exato de leucemia, o que é fundamental para definir o tratamento correto. 

A pesquisa genética, por exemplo, pode identificar a fusão NUP98-KDM5A, que é um marcador importante em leucemias mieloides agudas, indicando um prognóstico desfavorável e a necessidade de tratamentos personalizados.

Qual a importância do diagnóstico precoce?

O diagnóstico precoce é um dos fatores mais importantes para o sucesso do tratamento da leucemia infantil. 

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), as chances de cura são altas, especialmente para os tipos mais comuns, como a Leucemia Linfoide Aguda (LLA). A pesquisa contínua em oncologia pediátrica, com a publicação de novos estudos, reforça a relevância da compreensão e detecção precoce de condições como a leucemia infantil.

Iniciar o tratamento rapidamente impede que a doença avance e cause complicações mais graves. Para crianças com leucemia e síndrome de Down, o diagnóstico precoce é ainda mais crucial, pois elas enfrentam maior risco de óbito e complicações, exigindo terapias personalizadas para minimizar a toxicidade.

Por isso, a vigilância dos pais e responsáveis é fundamental. Ao perceber qualquer um dos sinais descritos, principalmente se combinados e persistentes, não hesite em procurar ajuda médica. Confiar na sua intuição pode fazer toda a diferença.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

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