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Sintomas da Doença de Crohn: saiba identificar os sinais e quando procurar ajuda

Mais de 3 milhões de pessoas vivem com a doença de Crohn no mundo. Descubra os sinais de alerta e a diferença crucial entre Crohn e outras condições intestinais.

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A Doença de Crohn é uma das principais Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), uma condição crônica que atinge o sistema digestivo. Na última década, as internações por DII no SUS aumentaram 61%, passando de 14.782 para 23.825 internações entre 2015 e 2024, conforme dados obtidos da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP).

A condição pode ocorrer em qualquer parte do trato gastrointestinal, mas se manifesta mais frequentemente no final do intestino delgado (íleo) e no intestino grosso (cólon). Ela é caracterizada pela inflamação em todas as camadas da parede intestinal, que pode levar a um quadro de sintomas recorrentes (chamados "crises") e debilitantes.

Embora a causa exata seja desconhecida, ela está ligada a uma resposta desregulada do sistema imunológico.

O diagnóstico precoce é fundamental. Acompanhe para reconhecer os sinais de alerta da Crohn, entender o que a distingue de outras condições digestivas e saber o momento de buscar a avaliação de um especialista.

Quais os sintomas da Doença de Crohn

A manifestação da doença de Crohn varia muito entre os pacientes. Contudo, há um conjunto de sinais característicos que indicam a presença da inflamação crônica.

Os primeiros sinais da Doença de Crohn

Os sintomas iniciais mais comuns estão ligados à irritação e má absorção no intestino:

  • Diarreia crônica: é o sintoma mais comum e persistente, embora a diarreia possa ter outras causas. As evacuações da diarreia, nesse caso, são frequentes, com fezes amolecidas ou líquidas, podendo ser acompanhadas de sangue ou muco;
  • Dor e cólicas abdominais: a dor geralmente é do tipo cólica e surge após as refeições. Pode ser constante, mas é frequentemente localizada na porção inferior direita do abdômen;
  • Perda de peso e anorexia: a inflamação dificulta a absorção de nutrientes, levando à perda de peso não intencional e à falta de apetite (anorexia).
  • Fadiga e fraqueza: o processo inflamatório constante e a dificuldade em absorver ferro e vitaminas podem causar anemia e uma sensação de cansaço extremo (fadiga).
  • Lesões perianais: em muitos casos, os primeiros sinais aparecem na região do ânus, como fissuras, abcessos (bolsas de pus) ou fístulas (pequenos "túneis" anormais).

Embora esses sinais iniciais possam ser gerenciados, a natureza crônica da doença significa que a inflamação pode progredir. Continue lendo para conhecer também os sintomas mais graves que podem se desenvolver caso a doença não seja controlada.

Sinais de estágio avançado da Doença de Crohn

A progressão da doença, sem tratamento, pode levar a complicações sérias, que podem exigir cirurgia:

 

  • Obstrução intestinal: a inflamação e a cicatrização da parede intestinal podem causar o estreitamento das alças (estenose), bloqueando a passagem de alimentos e fezes;
  • Fístulas e abcessos complexos: fístulas são canais anormais que podem ligar o intestino a outros órgãos (como a bexiga) ou à pele, resultando em infecções e drenagens constantes;
  • Sintomas extraintestinais: a inflamação causada pela Crohn pode afetar outras partes do corpo. Manifestações comuns incluem dores nas articulações (artrite), problemas na visão e lesões na pele.

É importante saber reconhecer esses sinais, sejam eles precoces ou de complicação, para saber quando procurar um médico.

No entanto, como muitos desses sintomas são comuns a outras disfunções digestivas, é fundamental saber diferenciar a Doença de Crohn de condições parecidas, como a Síndrome do Intestino Irritável.

O que pode ser confundido com Doença de Crohn?

É muito comum que os sintomas iniciais da Crohn sejam confundidos com outras condições digestivas mais brandas ou menos graves. O principal diagnóstico diferencial é feito em relação à:

Síndrome do Intestino Irritável (SII)

A SII causa dor abdominal e alteração no padrão de evacuações (diarreia ou prisão de ventre), mas a diferença crucial é que a SII não causa inflamação, úlceras, sangramento visível ou lesões permanentes no intestino (CDC). 

O médico usa exames (como colonoscopia) para distinguir a Crohn da SII, e definir o tratamento adequado.

Retocolite Ulcerativa (RCU)

Também é uma DII, mas a RCU afeta apenas o intestino grosso (cólon) e o reto, enquanto a Crohn afeta todo o trato digestivo, podendo deixar áreas saudáveis entre as áreas inflamadas.

Por esses motivos, a autoavaliação não substitui a precisão médica. Apenas exames específicos e o olhar de um especialista podem diferenciar a inflamação permanente da Crohn de outras condições digestivas que causam sintomas semelhantes.

Como fica a barriga de quem tem Doença de Crohn?

A manifestação física na região abdominal está intimamente ligada à intensidade da inflamação.

Como citado anteriormente, o sinal mais marcante é a dor abdominal, que tipicamente se manifesta como uma cólica recorrente ou uma sensação de queimação, muitas vezes localizada na porção inferior direita.

Além disso, a inflamação e a dificuldade de absorção no intestino frequentemente causam distensão abdominal (inchaço) e sensibilidade ao toque. Em fases de maior atividade da doença, ou se houver formação de abcessos, a região abdominal pode ficar rígida e dolorida.

Quando procurar um médico?

O diagnóstico precoce e o início do tratamento adequado são cruciais para gerenciar a Doença de Crohn e evitar complicações.

Você deve procurar um gastroenterologista imediatamente se notar a persistência ou a gravidade dos seguintes sintomas:

  • Diarreia crônica: diarreia que dura mais de quatro semanas;
  • Dor persistente: cólicas abdominais que não cessam ou que pioram com o tempo, permanecendo por mais de três meses, por exemplo;
  • Sinais de desnutrição: perda de peso inexplicada, fraqueza ou sinais de anemia;
  • Complicações anais: sangramento retal, dor anal ou secreção de fístulas.

O médico utilizará exames como a colonoscopia para avaliar o intestino, confirmar o diagnóstico e iniciar o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) adequado ao seu caso.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

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BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Doença de Crohn. [S. l.]: BVS, [2024]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/doenca-de-crohn/. Acesso em: 29 set. 2025.

WALFISH, Aaron E.; COMPANIONI, Rafael Antonio Ching. Doença de Crohn. In: MANUAL MSD. Versão Saúde para a Família. [S. l.]: Merck Sharp & Dohme, [2025]. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/doen%C3%A7a-intestinal-inflamat%C3%B3ria-dii/doen%C3%A7a-de-crohn. Acesso em: 29 set. 2025.

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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Doença de Crohn. Brasília, DF: CONITEC, [2024]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/pcdt/d/doenca-de-crohn/view. Acesso em: 29 set. 2025.

AGÊNCIA BRASIL. Internações por inflamações intestinais cresceram 61% em dez anos. Brasília, DF: EBC, 19 maio 2025. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-05/internacoes-por-inflamacoes-intestinais-cresceram-61-em-dez-anos. Acesso em: 29 set. 2025.

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