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Sintomas de depressão infantil: veja quando a criança demonstra sinais

Entender os sinais é o primeiro passo para garantir o bem-estar emocional das crianças. Saiba como diferenciar tristeza e depressão.

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Toda mãe, pai ou cuidador conhece a cena: um joelho ralado que gera choro, uma briga com um amigo que resulta em um bico ou a frustração por não conseguir montar um brinquedo. A tristeza faz parte do desenvolvimento e do aprendizado. Contudo, quando a apatia, a irritabilidade e o desinteresse se tornam constantes, pode ser um sinal de algo mais profundo.

A depressão infantil é uma condição de saúde mental séria que afeta crianças e adolescentes, mas seus sintomas nem sempre são óbvios. 

A manifestação da depressão nessa fase da vida costuma ser menos típica do que em adultos, tornando o diagnóstico baseado apenas na observação um processo delicado. Diferente dos adultos, as crianças muitas vezes não conseguem verbalizar o que sentem, expressando seu sofrimento através de mudanças no comportamento.

É fundamental reconhecer esses sinais precocemente, pois a depressão que se manifesta na juventude pode causar impactos duradouros, como dificuldades no trabalho e na vida social adulta. 

A experiência de maus-tratos ou negligência na infância é um forte fator de risco que pode amplificar o desenvolvimento de sintomas depressivos graves na adolescência e na fase adulta jovem. Oferecer suporte adequado desde cedo é crucial para o bem-estar da criança.

Pediatras e psiquiatras são especialistas que podem ajudá-lo no acompanhamento dessas condições infantis. A Rede Américas conta com vários médicos renomados atendendo em vários hospitais do Brasil.

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Como a depressão se manifesta em crianças?

A depressão em crianças é um transtorno de humor que impacta negativamente seus pensamentos, sentimentos e ações. A manifestação é ampla e pode ser facilmente confundida com "fase", "birra" ou "mau comportamento". Por isso, é preciso atenção a um conjunto de sinais persistentes.

Sinais emocionais e comportamentais

As alterações de humor são o pilar da depressão, mas em crianças, a irritabilidade crônica pode ser mais proeminente que a tristeza. 

Observe se a criança apresenta, na maior parte do tempo, um ou mais dos seguintes comportamentos:

  • Irritabilidade constante: explosões de raiva, agressividade ou hostilidade que parecem desproporcionais à situação.
  • Tristeza e choro fácil: períodos de choro sem motivo aparente ou uma sensação persistente de desesperança.
  • Perda de interesse (anedonia): abandono de atividades e brincadeiras que antes eram prazerosas. A criança pode dizer que "tudo é chato".
  • Isolamento social: afastar-se de amigos e familiares, preferindo ficar sozinha no quarto.
  • Baixa autoestima: verbalizar sentimentos de inutilidade, culpa excessiva ou autocrítica severa ("eu sou burro", "ninguém gosta de mim"). Crianças com depressão podem demonstrar uma resposta cerebral menos intensa à aceitação social, como elogios ou inclusão, o que sugere uma dificuldade em processar interações positivas.

Sinais físicos e somáticos

Muitas vezes, o corpo da criança expressa o que a mente não consegue. Queixas físicas recorrentes e sem causa médica aparente podem ser um sinal de alerta importante. 

Fique atento a:

  • Alterações no apetite: perda de peso significativa ou, ao contrário, ganho de peso por comer em excesso.
  • Mudanças no padrão de sono: insônia, dificuldade para adormecer, despertar no meio da noite ou dormir muito mais que o habitual (hipersonia).
  • Fadiga e falta de energia: cansaço constante, mesmo sem esforço físico, e lentidão nos movimentos.
  • Queixas físicas recorrentes: dores de cabeça, dores de barriga ou outras dores no corpo que não são explicadas por outra condição médica. É comum que crianças e adolescentes com sofrimento emocional ou depressão expressem seus sintomas através dessas queixas físicas, como dores de cabeça e estômago frequentes.

Sinais cognitivos e escolares

A depressão afeta diretamente a capacidade de concentração e o raciocínio. Um dos primeiros lugares onde os sinais se tornam evidentes é na escola.

  • Queda no rendimento escolar: notas baixas, dificuldade em completar tarefas e falta de interesse nos estudos.
  • Dificuldade de concentração: problemas para focar em aulas, leituras ou mesmo em uma conversa.
  • Problemas de memória: esquecer recados, tarefas ou informações aprendidas recentemente.
  • Pensamentos negativos: em casos mais graves, a criança pode expressar ideias sobre morte ou suicídio, o que exige atenção imediata.

Existe diferença dos sintomas por faixa etária?

Sim, a forma como a depressão se manifesta pode variar significativamente com a idade e a capacidade de comunicação da criança. É fundamental ajustar o olhar para cada fase do desenvolvimento.

Em crianças pré-escolares (3 a 5 anos)

Nesta idade, os sintomas são predominantemente não verbais. A criança pode apresentar regressão em marcos do desenvolvimento, como voltar a fazer xixi na cama. Apatia, falta de expressão facial, choro excessivo e irritabilidade são comuns.

Em crianças em idade escolar (6 a 12 anos)

Aqui, os sintomas se tornam mais claros. A criança pode verbalizar tristeza, mas as queixas físicas (dores de barriga para não ir à escola), a irritabilidade e a queda no desempenho escolar são mais evidentes. O isolamento dos amigos e a recusa em participar de atividades em grupo também são frequentes.

Em adolescentes (a partir de 13 anos)

A apresentação se aproxima mais da depressão adulta, com humor deprimido e anedonia. Contudo, a irritabilidade, a sensibilidade extrema à rejeição, problemas de autoestima e o comportamento desafiador podem ser mais intensos. O risco de automutilação e ideação suicida aumenta nesta faixa etária.

Tristeza comum ou um sinal de alerta para depressão?

Diferenciar a tristeza normal da depressão clínica é um desafio para muitos pais. A tristeza é uma emoção saudável e esperada diante de perdas ou frustrações. A depressão é uma doença que interfere na capacidade da criança de funcionar. A tabela abaixo ajuda a esclarecer as diferenças.

Característica

Tristeza Comum

Sinal de Alerta para Depressão

 

Duração

Temporária, dura horas ou alguns dias.

Persistente, dura semanas ou meses, na maior parte do dia.

Causa

Geralmente ligada a um evento específico (ex: briga, nota baixa).

Pode não ter uma causa aparente ou a reação é desproporcional.

Impacto

Não impede a criança de brincar, estudar ou se divertir em outros momentos.

Afeta todas as áreas da vida: escola, família, amizades e lazer.

O que fazer ao identificar os sinais de depressão infantil?

Se você suspeita que seu filho pode estar com depressão, o primeiro passo é agir com calma e acolhimento. A jornada para o bem-estar começa com o apoio familiar e a orientação correta.

  1. Converse e escute sem julgamento: crie um ambiente seguro para a criança se expressar. Valide seus sentimentos, mesmo que não os compreenda totalmente. Evite frases como "isso é bobagem" ou "não tem motivo para ficar assim".
  2. Observe e registre: anote as mudanças de comportamento, a frequência e a intensidade dos sintomas. Essas informações serão valiosas para o profissional de saúde.
  3. Procure ajuda profissional: o diagnóstico de depressão só pode ser feito por um especialista. O caminho ideal é começar com o pediatra, que poderá avaliar a saúde geral e encaminhar para um psicólogo ou psiquiatra infantil, se necessário.

O tratamento da depressão infantil geralmente envolve psicoterapia e, em alguns casos, o uso de medicamentos, sempre sob estrita supervisão médica. O apoio da escola e da família é uma parte vital do processo de recuperação.

Lembre-se que a depressão infantil não é culpa dos pais nem sinal de fraqueza da criança. É uma condição médica tratável. Buscar ajuda é um ato de cuidado e amor.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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