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Sintomas de câncer de estômago: o que observar e quando buscar ajuda

Sinais iniciais podem ser vagos e confundidos com outras condições; fatores como dieta, H. pylori e histórico familiar aumentam o risco

Sentir um desconforto no estômago, azia ou aquela sensação de "estômago cheio" depois de comer é algo comum. Na grande maioria das vezes, não passa de uma indigestão passageira ou um problema gástrico mais simples.

Sintomas de câncer de estômago

No entanto, é preciso estar atento, pois alguns desses sinais, especialmente se persistentes, podem ser sintomas de câncer de estômago

O grande desafio é que, nas fases iniciais, esse tipo de câncer costuma ser silencioso ou apresentar sintomas muito vagos, facilmente confundidos com outras condições. Por isso, conhecer os possíveis sinais e os fatores de risco é fundamental para saber quando é hora de procurar ajuda médica e aumentar as chances de um diagnóstico precoce. 

O que é câncer de estômago e como ele se desenvolve

O câncer de estômago, também chamado de câncer gástrico, acontece quando células do revestimento interno deste órgão começam a se multiplicar de forma descontrolada, formando um tumor maligno. O tipo mais comum, responsável por mais de 90% dos casos, é o adenocarcinoma, que se origina nas células glandulares da mucosa gástrica.

Na maioria das vezes, esse tipo de câncer se desenvolve lentamente, ao longo de muitos anos. Frequentemente, começa com alterações pré-cancerosas na mucosa do estômago, como uma inflamação crônica (gastrite atrófica), o desenvolvimento de pólipos ou uma condição chamada metaplasia intestinal (quando as células do estômago se tornam parecidas com as do intestino). 

Essas alterações iniciais podem não causar sintomas por muito tempo e, se não forem identificadas e tratadas (quando possível), podem evoluir para um câncer.

Sintomas iniciais que costumam passar despercebidos

Em seus estágios iniciais, os sintomas de câncer de estômago costumam ser muito vagos e inespecíficos. Muitas pessoas nem chegam a notar ou atribuem o desconforto a outras causas mais comuns. Mas, os sinais mais frequentes nessa fase são:

  • Indigestão persistente ou azia: aquela sensação de queimação ou má digestão que não melhora facilmente.
  • Sensação de empachamento: sentir o estômago "cheio" mesmo após comer pequenas quantidades de comida.
  • Dor ou desconforto na parte superior do abdômen: geralmente na região da "boca do estômago", podendo ser uma dor leve, tipo queimação ou apenas um incômodo.
  • Perda de apetite leve: não ter tanta vontade de comer como antes.
  • Náuseas leves e ocasionais.

Vale mencionar que muita gente tem azia ou má digestão de vez em quando. O sinal de alerta aqui é a persistência ou a mudança no padrão desses sintomas. Se algo que era ocasional se torna frequente, ou se não melhora com medidas simples, vale a pena investigar.

Sintomas avançados e sinais de gravidade

À medida que o câncer de estômago cresce e, eventualmente, se espalha para outras partes do corpo, os sintomas tendem a se tornar mais intensos, específicos e preocupantes. Esses sinais geralmente indicam que a doença está em um estágio mais avançado. São eles:

  • Perda de peso inexplicada: emagrecer significativamente sem estar fazendo dieta ou exercício para isso.
  • Dor abdominal persistente e mais intensa.
  • Vômitos frequentes: especialmente se contiverem sangue (com aparência de "borra de café" ou sangue vivo).
  • Sangue nas fezes: as fezes podem ficar muito escuras, quase pretas e com odor forte (melena), indicando sangue digerido, ou apresentar sangue vivo.
  • Dificuldade para engolir (disfagia): sensação de que a comida está "entalada", principalmente se o tumor estiver localizado perto da entrada do estômago.
  • Sensação de saciedade precoce intensa: sentir-se completamente cheio logo no início da refeição, comendo muito pouco.
  • Fadiga extrema e fraqueza: muitas vezes resultado de anemia causada por perda crônica de sangue pelo tumor.
  • Massa palpável: sentir um "caroço" ou inchaço na parte superior do abdômen.
  • Icterícia: pele e olhos amarelados, que pode ocorrer se o câncer se espalhar para o fígado.

A presença de um ou mais desses sintomas avançados não significa necessariamente câncer avançado, mas são sinais de alerta importantes que precisam ser investigados pelo médico. 

Fatores de risco para desenvolver a doença

O câncer de estômago não tem uma causa única. Uma combinação de fatores é que podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolvê-lo ao longo da vida. Mas podemos dizer que a infecção pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori) seria o fator de risco mais importante.

Essa bactéria infecta o estômago e causa inflamação crônica (gastrite), que pode evoluir para atrofia, metaplasia intestinal e, eventualmente, câncer em algumas pessoas.

Além disso, são fatores de risco:

  • Dieta: um padrão alimentar pobre em frutas, legumes e fibras e rico em sal, alimentos defumados, carnes processadas (como linguiça, presunto, salsicha) e conservas aumenta o risco.
  • Tabagismo: fumar duplica o risco de câncer de estômago, especialmente na parte superior do órgão, perto do esôfago.
  • Idade: o risco aumenta significativamente após os 50 anos.
  • Sexo: homens têm quase o dobro de chances de desenvolver a doença em comparação com as mulheres.
  • Histórico familiar: ter parentes de primeiro grau (pai, mãe, irmãos) com câncer de estômago aumenta o risco.
  • Cirurgia gástrica prévia: pessoas que retiraram parte do estômago (gastrectomia parcial) por outras razões (como úlcera) têm um risco aumentado após muitos anos.
  • Anemia perniciosa: uma condição que afeta a absorção de vitamina b12 e causa alterações no estômago.
  • Obesidade: o excesso de peso também tem sido associado a um maior risco.
  • Gastrite crônica atrófica e metaplasia intestinal: são consideradas lesões pré-cancerosas.
  • Síndromes genéticas raras: como a síndrome de lynch ou a polipose adenomatosa familiar.

Ter um ou mais fatores de risco não significa que você terá câncer de estômago, mas indica a necessidade de maior atenção aos sintomas e, possivelmente, a um acompanhamento médico mais próximo.

Exames que ajudam no diagnóstico

Em caso de suspeita de câncer de estômago com base nos sintomas ou fatores de risco, o exame considerado padrão-ouro é a endoscopia digestiva alta.Nele, um tubo fino e flexível com uma câmera na ponta (endoscópio) é introduzido pela boca e permite ao médico visualizar diretamente o interior do esôfago, estômago e duodeno. O médico pode identificar lesões suspeitas, úlceras, inflamações ou tumores.

Durante a endoscopia, se o médico encontrar alguma área suspeita, ele retira pequenos fragmentos de tecido (biópsias) dessa área. Essas amostras são enviadas para análise em laboratório por um patologista, que verificará se há células cancerígenas e qual o tipo de câncer. A biópsia é essencial para confirmar o diagnóstico.

Após a confirmação do câncer pela biópsia, outros exames podem ser necessários para avaliar o estágio da doença (o quão avançado está e se espalhou), o que ajuda a definir o melhor tratamento. Entre eles, temos:

  • Tomografia computadorizada (tc): de tórax, abdômen e pelve para verificar se o câncer se espalhou para linfonodos próximos ou órgãos distantes (fígado, pulmões).
  • Ultrassonografia endoscópica: um endoscópio com um ultrassom na ponta avalia a profundidade que o tumor invadiu a parede do estômago e se atingiu linfonodos próximos.
  • Pet scan: pode ser usado em casos específicos para detectar metástases.
  • Laparoscopia diagnóstica: uma pequena cirurgia para visualizar diretamente a cavidade abdominal e verificar se há disseminação do câncer.
  • Exames de sangue: podem verificar anemia (comum no câncer gástrico) ou avaliar a função de outros órgãos, mas não diagnosticam o câncer em si.

Quando procurar um gastroenterologista

O gastroenterologista é o médico especialista no aparelho digestivo, incluindo o estômago, e deve ser procurado imediatamente caso sintomas de câncer em estágio mais avançado sejam percebidos. Entre eles: perda de peso inexplicada, vômitos persistentes ou com sangue, sangue nas fezes, dificuldade para engolir, anemia, massa palpável.

O médico também deve ser procurado se sintomas digestivos (como azia, má digestão, dor abdominal leve, empachamento) se tornarem persistentes (por várias semanas), recorrentes (irem e voltarem com frequência) ou piorarem com o tempo.

Também vale ter o olhar de um especialista se os sintomas não melhoram com tratamentos simples ou mudanças na dieta, se você tiver mais de 40 ou 50 anos e começar a ter sintomas digestivos novos e persistentes ou ainda se possuir fatores de risco importantes para câncer de estômago (como histórico familiar, infecção por h. Pylori conhecida, gastrite crônica). 

Diferença entre gastrite e câncer gástrico

Os sintomas iniciais podem ser bem parecidos, mas a principal diferença está na natureza do problema:

  • Gastrite: é uma inflamação da mucosa que reveste o estômago. Pode ser aguda (curta duração) ou crônica (longa duração). As causas mais comuns são a infecção por h. Pylori e o uso de anti-inflamatórios. Os sintomas típicos são dor na "boca do estômago", queimação, náuseas e sensação de estômago cheio.
  • Câncer gástrico: é o crescimento descontrolado de células malignas na parede do estômago, formando um tumor (Fonte: Einstein).

Embora sejam condições diferentes, elas podem estar relacionadas. A gastrite crônica, especialmente a causada pelo h. Pylori e a do tipo atrófica, é um fator de risco importante para o desenvolvimento do câncer de estômago.

Apenas pelos sintomas, é impossível diferenciar com certeza uma gastrite de um câncer de estômago inicial. Por isso, sintomas persistentes sempre devem ser investigados com exames, principalmente a endoscopia com biópsia, que é o único método capaz de fazer essa diferenciação de forma definitiva.

Importância do diagnóstico precoce

Quando o câncer é detectado precocemente, ainda restrito às camadas mais superficiais da parede do estômago e sem ter se espalhado para linfonodos ou outros órgãos, as chances de tratamento curativo são muito maiores. Nesses casos, tratamentos menos invasivos, como a remoção do tumor por endoscopia ou cirurgias menores, podem ser possíveis, com uma recuperação mais rápida e melhores resultados a longo prazo.

À medida que o tumor cresce e invade camadas mais profundas ou se espalha (metástase), o tratamento se torna mais complexo (envolvendo cirurgias maiores, quimioterapia, radioterapia) e as chances de cura diminuem significativamente. 

Por isso, a conscientização sobre os sintomas (mesmo os vagos, se persistentes) e os fatores de risco, aliada à busca por avaliação médica no tempo certo, é a melhor estratégia para aumentar as chances de um diagnóstico precoce e um tratamento bem-sucedido.

Perguntas frequentes

Quais os primeiros sinais de câncer no estômago?

Os primeiros sinais costumam ser vagos e podem incluir indigestão ou azia persistente, dor ou desconforto leve na parte superior do abdômen ("boca do estômago"), sensação de estômago cheio logo após começar a comer (saciedade precoce), perda de apetite leve e náuseas ocasionais.

Como saber se é gastrite ou câncer?

É muito difícil saber a diferença apenas pelos sintomas, pois eles podem ser muito parecidos no início. A gastrite é uma inflamação, enquanto o câncer é um tumor maligno. somente exames médicos, principalmente a endoscopia digestiva alta com biópsia, podem confirmar o diagnóstico correto. Se tiver sintomas persistentes, procure um médico

Onde é a dor do câncer de estômago?

A dor, quando presente, costuma ser localizada na parte superior do abdômen, na região conhecida como epigástrio ou "boca do estômago". pode ser descrita como um desconforto persistente, uma dor tipo queimação ou, em fases mais avançadas, uma dor mais intensa e contínua.

Quando suspeitar de câncer de estômago?

Deve-se suspeitar quando sintomas digestivos como dor, queimação, má digestão ou perda de apetite são persistentes (duram semanas), não melhoram com medidas habituais, ou pioram. A suspeita aumenta se a pessoa tiver mais de 40-50 anos, fatores de risco (como infecção por h. Pylori, histórico familiar) ou se surgirem sinais de alarme como perda de peso inexplicada, vômitos (especialmente com sangue), sangue nas fezes ou dificuldade para engolir.

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