07/05/2025
Revisado em: 07/05/2025
Sinais iniciais podem ser vagos e confundidos com outras condições; fatores como dieta, H. pylori e histórico familiar aumentam o risco
Sentir um desconforto no estômago, azia ou aquela sensação de "estômago cheio" depois de comer é algo comum. Na grande maioria das vezes, não passa de uma indigestão passageira ou um problema gástrico mais simples.
No entanto, é preciso estar atento, pois alguns desses sinais, especialmente se persistentes, podem ser sintomas de câncer de estômago.
O grande desafio é que, nas fases iniciais, esse tipo de câncer costuma ser silencioso ou apresentar sintomas muito vagos, facilmente confundidos com outras condições. Por isso, conhecer os possíveis sinais e os fatores de risco é fundamental para saber quando é hora de procurar ajuda médica e aumentar as chances de um diagnóstico precoce.
O câncer de estômago, também chamado de câncer gástrico, acontece quando células do revestimento interno deste órgão começam a se multiplicar de forma descontrolada, formando um tumor maligno. O tipo mais comum, responsável por mais de 90% dos casos, é o adenocarcinoma, que se origina nas células glandulares da mucosa gástrica.
Na maioria das vezes, esse tipo de câncer se desenvolve lentamente, ao longo de muitos anos. Frequentemente, começa com alterações pré-cancerosas na mucosa do estômago, como uma inflamação crônica (gastrite atrófica), o desenvolvimento de pólipos ou uma condição chamada metaplasia intestinal (quando as células do estômago se tornam parecidas com as do intestino).
Essas alterações iniciais podem não causar sintomas por muito tempo e, se não forem identificadas e tratadas (quando possível), podem evoluir para um câncer.
Em seus estágios iniciais, os sintomas de câncer de estômago costumam ser muito vagos e inespecíficos. Muitas pessoas nem chegam a notar ou atribuem o desconforto a outras causas mais comuns. Mas, os sinais mais frequentes nessa fase são:
Vale mencionar que muita gente tem azia ou má digestão de vez em quando. O sinal de alerta aqui é a persistência ou a mudança no padrão desses sintomas. Se algo que era ocasional se torna frequente, ou se não melhora com medidas simples, vale a pena investigar.
À medida que o câncer de estômago cresce e, eventualmente, se espalha para outras partes do corpo, os sintomas tendem a se tornar mais intensos, específicos e preocupantes. Esses sinais geralmente indicam que a doença está em um estágio mais avançado. São eles:
A presença de um ou mais desses sintomas avançados não significa necessariamente câncer avançado, mas são sinais de alerta importantes que precisam ser investigados pelo médico.
O câncer de estômago não tem uma causa única. Uma combinação de fatores é que podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolvê-lo ao longo da vida. Mas podemos dizer que a infecção pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori) seria o fator de risco mais importante.
Essa bactéria infecta o estômago e causa inflamação crônica (gastrite), que pode evoluir para atrofia, metaplasia intestinal e, eventualmente, câncer em algumas pessoas.
Além disso, são fatores de risco:
Ter um ou mais fatores de risco não significa que você terá câncer de estômago, mas indica a necessidade de maior atenção aos sintomas e, possivelmente, a um acompanhamento médico mais próximo.
Em caso de suspeita de câncer de estômago com base nos sintomas ou fatores de risco, o exame considerado padrão-ouro é a endoscopia digestiva alta.Nele, um tubo fino e flexível com uma câmera na ponta (endoscópio) é introduzido pela boca e permite ao médico visualizar diretamente o interior do esôfago, estômago e duodeno. O médico pode identificar lesões suspeitas, úlceras, inflamações ou tumores.
Durante a endoscopia, se o médico encontrar alguma área suspeita, ele retira pequenos fragmentos de tecido (biópsias) dessa área. Essas amostras são enviadas para análise em laboratório por um patologista, que verificará se há células cancerígenas e qual o tipo de câncer. A biópsia é essencial para confirmar o diagnóstico.
Após a confirmação do câncer pela biópsia, outros exames podem ser necessários para avaliar o estágio da doença (o quão avançado está e se espalhou), o que ajuda a definir o melhor tratamento. Entre eles, temos:
O gastroenterologista é o médico especialista no aparelho digestivo, incluindo o estômago, e deve ser procurado imediatamente caso sintomas de câncer em estágio mais avançado sejam percebidos. Entre eles: perda de peso inexplicada, vômitos persistentes ou com sangue, sangue nas fezes, dificuldade para engolir, anemia, massa palpável.
O médico também deve ser procurado se sintomas digestivos (como azia, má digestão, dor abdominal leve, empachamento) se tornarem persistentes (por várias semanas), recorrentes (irem e voltarem com frequência) ou piorarem com o tempo.
Também vale ter o olhar de um especialista se os sintomas não melhoram com tratamentos simples ou mudanças na dieta, se você tiver mais de 40 ou 50 anos e começar a ter sintomas digestivos novos e persistentes ou ainda se possuir fatores de risco importantes para câncer de estômago (como histórico familiar, infecção por h. Pylori conhecida, gastrite crônica).
Os sintomas iniciais podem ser bem parecidos, mas a principal diferença está na natureza do problema:
Embora sejam condições diferentes, elas podem estar relacionadas. A gastrite crônica, especialmente a causada pelo h. Pylori e a do tipo atrófica, é um fator de risco importante para o desenvolvimento do câncer de estômago.
Apenas pelos sintomas, é impossível diferenciar com certeza uma gastrite de um câncer de estômago inicial. Por isso, sintomas persistentes sempre devem ser investigados com exames, principalmente a endoscopia com biópsia, que é o único método capaz de fazer essa diferenciação de forma definitiva.
Quando o câncer é detectado precocemente, ainda restrito às camadas mais superficiais da parede do estômago e sem ter se espalhado para linfonodos ou outros órgãos, as chances de tratamento curativo são muito maiores. Nesses casos, tratamentos menos invasivos, como a remoção do tumor por endoscopia ou cirurgias menores, podem ser possíveis, com uma recuperação mais rápida e melhores resultados a longo prazo.
À medida que o tumor cresce e invade camadas mais profundas ou se espalha (metástase), o tratamento se torna mais complexo (envolvendo cirurgias maiores, quimioterapia, radioterapia) e as chances de cura diminuem significativamente.
Por isso, a conscientização sobre os sintomas (mesmo os vagos, se persistentes) e os fatores de risco, aliada à busca por avaliação médica no tempo certo, é a melhor estratégia para aumentar as chances de um diagnóstico precoce e um tratamento bem-sucedido.
Os primeiros sinais costumam ser vagos e podem incluir indigestão ou azia persistente, dor ou desconforto leve na parte superior do abdômen ("boca do estômago"), sensação de estômago cheio logo após começar a comer (saciedade precoce), perda de apetite leve e náuseas ocasionais.
É muito difícil saber a diferença apenas pelos sintomas, pois eles podem ser muito parecidos no início. A gastrite é uma inflamação, enquanto o câncer é um tumor maligno. somente exames médicos, principalmente a endoscopia digestiva alta com biópsia, podem confirmar o diagnóstico correto. Se tiver sintomas persistentes, procure um médico
A dor, quando presente, costuma ser localizada na parte superior do abdômen, na região conhecida como epigástrio ou "boca do estômago". pode ser descrita como um desconforto persistente, uma dor tipo queimação ou, em fases mais avançadas, uma dor mais intensa e contínua.
Quando suspeitar de câncer de estômago?
Deve-se suspeitar quando sintomas digestivos como dor, queimação, má digestão ou perda de apetite são persistentes (duram semanas), não melhoram com medidas habituais, ou pioram. A suspeita aumenta se a pessoa tiver mais de 40-50 anos, fatores de risco (como infecção por h. Pylori, histórico familiar) ou se surgirem sinais de alarme como perda de peso inexplicada, vômitos (especialmente com sangue), sangue nas fezes ou dificuldade para engolir.
POPULARES EM DOENÇAS
Os conteúdos mais buscados sobre Doenças
Sintomas de câncer de estômago: quando investigar
Sinais iniciais podem ser vagos e confundidos com outras condições; fatores como dieta, H. pylori e histórico familiar aumentam o risco
Leia maisSintomas de conjuntivite: quando buscar um médico
A doença afeta os olhos, provocando coceira, secreção excessiva e inchaço nas pálpebras
Leia maisMiopia: causas, sintomas e como tratar a condição
Erro refrativo dificulta enxergar objetos distantes com clareza, afetando cada vez mais crianças e jovens
Leia mais