20/08/2025
Revisado em: 20/08/2025
Os sinais de cansaço excessivo causados pelo trabalho não devem ser ignorados
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A exaustão constante, a falta de motivação para o trabalho e as dificuldades de concentração podem ser sinais de que algo vai além do cansaço do dia a dia. Os sintomas de burnout, muitas vezes confundidos com o estresse comum, exigem atenção e cuidados médicos.
A síndrome tem crescido nos últimos anos, especialmente em ambientes profissionais exigentes, e pode comprometer a saúde física e mental de forma significativa. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o burnout é reconhecido como um fenômeno ocupacional, relacionado ao contexto de trabalho, e não como uma condição médica isolada.
O diagnóstico correto, no entanto, depende da análise clínica individualizada. Por isso, é essencial conhecer os sinais mais frequentes e entender como diferenciá-los do estresse pontual.
Burnout é uma síndrome resultante do estresse crônico no trabalho que não foi adequadamente gerenciado.
A condição passou a ser oficialmente reconhecida pela OMS em 2019 e foi incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID-11) como um fenômeno ocupacional. O burnout não se refere a problemas em outras áreas da vida, embora possa afetar todos os aspectos do cotidiano.
A síndrome é caracterizada por três dimensões principais:
É importante destacar que o burnout não afeta apenas profissionais da saúde ou executivos. Qualquer pessoa exposta a uma rotina de trabalho desgastante, com cobranças excessivas e pouca recuperação emocional, pode desenvolver os sintomas.
Os sintomas de burnout se manifestam tanto no corpo quanto na mente. A exaustão física persistente é um dos primeiros sinais. A pessoa sente que está sempre cansada, mesmo após dormir ou descansar.
Outros sintomas frequentes incluem:
Além disso, o burnout pode desencadear sintomas físicos semelhantes aos de outras doenças, como:
Por isso, é comum que os sinais sejam confundidos com quadros clínicos diversos, o que atrasa o diagnóstico correto.
Embora o estresse faça parte da vida e possa até ser positivo em alguns contextos, o estresse excessivo, quando contínuo e mal gerenciado, pode evoluir para o burnout.
A principal diferença está na duração e na intensidade dos sintomas. O estresse tende a ser uma resposta momentânea a situações específicas. Após a resolução do problema, os sintomas costumam desaparecer. Já o burnout é crônico e progressivo.
Outro ponto é que, enquanto o estresse está associado a um estado de alerta elevado, que pode gerar hiperatividade, o burnout frequentemente leva à apatia. A pessoa não apenas se sente cansada, mas também desmotivada e emocionalmente esgotada.
Mais uma de distinção é a relação com o trabalho. O burnout está diretamente ligado ao ambiente profissional e à percepção de sobrecarga ou falta de reconhecimento. Já o estresse pode surgir em diferentes contextos, como conflitos pessoais, questões financeiras ou problemas familiares.
A ajuda médica deve ser buscada sempre que o estresse começa a comprometer o funcionamento cotidiano, a qualidade do sono e o bem-estar emocional. Se os sintomas persistirem por mais de duas semanas, mesmo após tentativas de descanso, é importante procurar um profissional de saúde mental.
Psiquiatras e psicólogos são os especialistas mais indicados para avaliar o quadro. O tratamento pode envolver psicoterapia, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, o uso de medicamentos, como antidepressivos ou ansiolíticos.
Vale lembrar que o diagnóstico precoce ajuda a evitar o agravamento da síndrome e reduz o risco de afastamentos prolongados do trabalho.
A prevenção do burnout envolve mudanças tanto no ambiente profissional quanto na rotina individual. Algumas estratégias recomendadas por especialistas incluem:
Isso não é um trabalho apenas do funcionário. Empresas também têm um papel essencial na prevenção da síndrome. Políticas que promovam saúde mental, jornadas mais flexíveis, reconhecimento pelo desempenho e ambientes colaborativos ajudam a reduzir os casos de estresse crônico entre os funcionários.
Uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association (ISMA-BR) aponta que cerca de 72% dos brasileiros sofrem com sintomas relacionados ao burnout. O dado reforça a importância de iniciativas coletivas para lidar com o problema.
Os sintomas de burnout não devem ser tratados como simples cansaço ou fase difícil no trabalho. Reconhecer os sinais, procurar ajuda especializada e adotar medidas preventivas são passos fundamentais para preservar o equilíbrio e evitar que a sobrecarga se transforme em adoecimento.
Se você sente que os sintomas não passam, mesmo com descanso, ou percebe que está perdendo o entusiasmo pelas tarefas do dia a dia, procure orientação médica. O cuidado com a saúde mental precisa ser contínuo e levado a sério.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Síndrome de Burnout. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sindrome-de-burnout. Acesso em: 6 ago. 2025.
BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Síndrome do esgotamento profissional (Burnout). Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/sindrome-do-esgotamento-profissional-burnout. Acesso em: 6 ago. 2025.
CORREIO DO POVO. Estudo conclui que 30% dos profissionais brasileiros desenvolveram síndrome de burnout. 2023. Disponível em: https://www.correiodopovo.com.br/notícias/geral/estudo-conclui-que-30-dos-profissionais-brasileiros-desenvolveram-síndrome-de-burnout-1.176034. Acesso em: 6 ago. 2025.
ISTOE DINHEIRO. 72% dos brasileiros estão estressados no trabalho, revela pesquisa. 2023. Disponível em: https://istoedinheiro.com.br/72-dos-brasileiros-estao-estressados-no-trabalho-revela-pesquisa. Acesso em: 6 ago. 2025.
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE (OPAS). CID: burnout é um fenômeno ocupacional. 2019. Disponível em: https://www.paho.org/pt/noticias/28-5-2019-cid-burnout-e-um-fenomeno-ocupacional Acesso em: 6 ago. 2025.
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