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Um guia para entender as características do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em diferentes fases do desenvolvimento infantil

Você está em um parquinho e observa seu filho. Enquanto outras crianças correm juntas, ele se concentra intensamente em alinhar pedrinhas no chão, sem responder quando você o chama pelo nome. Essa cena, ou outras parecidas, pode gerar dúvidas e preocupações em muitos pais sobre o desenvolvimento infantil.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição relacionada ao neurodesenvolvimento que afeta como uma pessoa percebe o mundo e interage com os outros. O TEA se caracteriza por desafios na interação social e comunicação, além de padrões de comportamento restritos e repetitivos.
O termo "espectro" é usado porque a condição se manifesta de formas e intensidades muito diferentes. Não existem duas crianças com autismo exatamente iguais. Por isso, a observação atenta dos sinais é o primeiro passo para buscar o suporte adequado.
Os sinais de TEA são geralmente agrupados em três áreas principais. Uma criança não precisa apresentar todos os sintomas para receber um diagnóstico, mas um padrão consistente em diferentes contextos é um indicativo importante.
Os pilares principais que os pais devem observar incluem dificuldades persistentes na comunicação e interação social, padrões repetitivos ou restritos de comportamento e interesses, e uma sensibilidade incomum (hipersensibilidade ou hipossensibilidade) a estímulos sensoriais.
Esta é uma das áreas centrais do diagnóstico. Os desafios podem aparecer de várias formas:
Comportamentos ritualizados e um foco intenso em interesses específicos são comuns no TEA.
Muitas crianças no espectro autista têm uma sensibilidade diferente aos estímulos do ambiente. Elas podem ser hipersensíveis (sensibilidade exagerada) ou hipossensíveis (baixa sensibilidade).
Além desses pontos, é importante notar que dificuldades com a coordenação motora grossa, como aprender a jogar bola ou realizar movimentos que exigem o corpo todo, podem ser um sinal precoce e significativo, conectado aos sintomas centrais do autismo.
A manifestação do TEA evolui com o desenvolvimento da criança. É fundamental observar os marcos esperados para cada fase.
Sinais muito precoces podem ser sutis, mas alguns chamam a atenção:
Nesta fase, os sinais relacionados à fala e interação se tornam mais evidentes.
Com o aumento da demanda social na escola, outros desafios podem surgir.
É importante destacar que as manifestações do TEA podem ser diferentes entre meninos e meninas.
Meninas autistas, por exemplo, podem apresentar sintomas mais variados, como um foco maior em brincadeiras imaginativas, o que pode dificultar o diagnóstico precoce em comparação aos meninos.
Muitas vezes, as meninas recebem o diagnóstico de autismo mais tarde. Isso ocorre porque os sinais iniciais do TEA nelas se manifestam de maneiras menos óbvias e elas tendem a "camuflar" ou esconder suas características autísticas para se ajustar socialmente.
O autismo nível 1, frequentemente chamado de "autismo leve", envolve desafios mais sutis. A criança geralmente desenvolve a fala sem atrasos e possui inteligência típica ou acima da média. Contudo, as dificuldades na interação social persistem.
Elas podem ter problemas para entender regras sociais não escritas, manter o fluxo de uma conversa ou lidar com a flexibilidade que as relações exigem. Muitas vezes, o diagnóstico acontece mais tarde, na idade escolar ou mesmo na vida adulta.
Perceber alguns desses sinais não significa, necessariamente, que a criança tem autismo. Muitas características podem fazer parte do desenvolvimento típico. O mais importante é não ignorar suas preocupações.
O primeiro passo é conversar com o pediatra que acompanha a criança. Relate todas as suas observações de forma clara. Ele poderá fazer uma triagem inicial e, se necessário, encaminhar para uma equipe multidisciplinar.
O diagnóstico do TEA é clínico, feito por especialistas como neuropediatras, psiquiatras infantis e psicólogos. A avaliação envolve a observação do comportamento da criança e entrevistas detalhadas com os pais.
Independentemente do diagnóstico, a identificação precoce de atrasos no desenvolvimento é crucial.
Terapias com fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos especializados podem oferecer o suporte necessário para que a criança desenvolva suas habilidades e tenha mais qualidade de vida.
Lembre-se: um diagnóstico não é um rótulo, mas uma chave que abre portas para o entendimento e para as intervenções corretas, promovendo o bem-estar e o potencial do seu filho.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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