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Sintomas de autismo em criança: o que pais e cuidadores devem observar

Um guia para entender as características do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em diferentes fases do desenvolvimento infantil

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Você está em um parquinho e observa seu filho. Enquanto outras crianças correm juntas, ele se concentra intensamente em alinhar pedrinhas no chão, sem responder quando você o chama pelo nome. Essa cena, ou outras parecidas, pode gerar dúvidas e preocupações em muitos pais sobre o desenvolvimento infantil. 

O que é o transtorno do espectro autista (TEA)?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição relacionada ao neurodesenvolvimento que afeta como uma pessoa percebe o mundo e interage com os outros. O TEA se caracteriza por desafios na interação social e comunicação, além de padrões de comportamento restritos e repetitivos.

O termo "espectro" é usado porque a condição se manifesta de formas e intensidades muito diferentes. Não existem duas crianças com autismo exatamente iguais. Por isso, a observação atenta dos sinais é o primeiro passo para buscar o suporte adequado.

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Sintomas de autismo em criança

Os sinais de TEA são geralmente agrupados em três áreas principais. Uma criança não precisa apresentar todos os sintomas para receber um diagnóstico, mas um padrão consistente em diferentes contextos é um indicativo importante. 

Os pilares principais que os pais devem observar incluem dificuldades persistentes na comunicação e interação social, padrões repetitivos ou restritos de comportamento e interesses, e uma sensibilidade incomum (hipersensibilidade ou hipossensibilidade) a estímulos sensoriais.

Dificuldades na comunicação e interação social

Esta é uma das áreas centrais do diagnóstico. Os desafios podem aparecer de várias formas:

  • Pouco contato visual: a criança evita olhar nos olhos ou o faz de forma fugaz.
  • Não responder ao nome: parece não ouvir quando é chamada, mesmo com a audição normal.
  • Atraso na fala: demora a balbuciar ou a formar as primeiras palavras, ou não desenvolve a fala.
  • Dificuldade em compartilhar interesses: não aponta para mostrar algo que achou interessante e não busca a atenção dos pais para dividir uma descoberta.
  • Não imitar: pouca ou nenhuma imitação de gestos, sons ou expressões faciais de outras pessoas.
  • Preferência por brincar sozinho: mostra pouco interesse em interagir com outras crianças.

Padrões de comportamento restritos e repetitivos

Comportamentos ritualizados e um foco intenso em interesses específicos são comuns no TEA.

  • Movimentos estereotipados (estereotipias): balançar o corpo para frente e para trás, agitar as mãos (flapping) ou girar em círculos.
  • Apego a rotinas: grande desconforto ou irritabilidade com pequenas mudanças no dia a dia, como um caminho diferente para a escola.
  • Interesses intensos e focados: fascínio por um único tema (dinossauros, números, planetas) ou por partes de objetos (rodas de um carrinho).
  • Organização de objetos: mania de enfileirar ou empilhar brinquedos e outros itens de forma metódica.
  • Fala repetitiva (ecolalia): repetição de palavras ou frases que ouviu, fora de contexto.

Questões de processamento sensorial

Muitas crianças no espectro autista têm uma sensibilidade diferente aos estímulos do ambiente. Elas podem ser hipersensíveis (sensibilidade exagerada) ou hipossensíveis (baixa sensibilidade).

  • Hipersensibilidade: forte incômodo com sons altos (liquidificador, secador de cabelo), luzes fortes, texturas de roupas ou alimentos, e toques inesperados.
  • Hipossensibilidade: busca por estímulos sensoriais intensos, como abraços muito apertados, ou aparente indiferença à dor ou a temperaturas extremas.
  • Seletividade alimentar: aceitação de uma variedade muito limitada de alimentos, baseada em cor, textura ou cheiro.

Além desses pontos, é importante notar que dificuldades com a coordenação motora grossa, como aprender a jogar bola ou realizar movimentos que exigem o corpo todo, podem ser um sinal precoce e significativo, conectado aos sintomas centrais do autismo.

Como os sinais de autismo mudam conforme a idade?

A manifestação do TEA evolui com o desenvolvimento da criança. É fundamental observar os marcos esperados para cada fase.

Em bebês (até 18 meses)

Sinais muito precoces podem ser sutis, mas alguns chamam a atenção:

  • Não sorri de volta para os cuidadores (sorriso social).
  • Não acompanha objetos com o olhar.
  • Pouco ou nenhum balbucio por volta dos 9 meses.
  • Não responde a gestos como acenar ou apontar por volta dos 12 meses.

Em crianças de 2 a 3 anos

Nesta fase, os sinais relacionados à fala e interação se tornam mais evidentes.

  • Atraso significativo no desenvolvimento da fala.
  • Não forma frases simples com duas palavras.
  • Não se engaja em brincadeiras de "faz de conta".
  • Parece estar em seu "próprio mundo", com pouco interesse em colegas.

Na idade escolar (a partir dos 4 anos)

Com o aumento da demanda social na escola, outros desafios podem surgir.

  • Dificuldade para iniciar ou manter uma conversa.
  • Linguagem formal ou "adulta" para a idade.
  • Dificuldade para entender piadas, ironias ou linguagem figurada.
  • Problemas para fazer e manter amizades.

É importante destacar que as manifestações do TEA podem ser diferentes entre meninos e meninas. 

Meninas autistas, por exemplo, podem apresentar sintomas mais variados, como um foco maior em brincadeiras imaginativas, o que pode dificultar o diagnóstico precoce em comparação aos meninos.

Muitas vezes, as meninas recebem o diagnóstico de autismo mais tarde. Isso ocorre porque os sinais iniciais do TEA nelas se manifestam de maneiras menos óbvias e elas tendem a "camuflar" ou esconder suas características autísticas para se ajustar socialmente.

E quando os sinais são sutis, como no autismo nível 1?

O autismo nível 1, frequentemente chamado de "autismo leve", envolve desafios mais sutis. A criança geralmente desenvolve a fala sem atrasos e possui inteligência típica ou acima da média. Contudo, as dificuldades na interação social persistem.

Elas podem ter problemas para entender regras sociais não escritas, manter o fluxo de uma conversa ou lidar com a flexibilidade que as relações exigem. Muitas vezes, o diagnóstico acontece mais tarde, na idade escolar ou mesmo na vida adulta.

O que fazer ao identificar esses sinais no seu filho?

Perceber alguns desses sinais não significa, necessariamente, que a criança tem autismo. Muitas características podem fazer parte do desenvolvimento típico. O mais importante é não ignorar suas preocupações.

Busque uma avaliação profissional

O primeiro passo é conversar com o pediatra que acompanha a criança. Relate todas as suas observações de forma clara. Ele poderá fazer uma triagem inicial e, se necessário, encaminhar para uma equipe multidisciplinar.

O diagnóstico do TEA é clínico, feito por especialistas como neuropediatras, psiquiatras infantis e psicólogos. A avaliação envolve a observação do comportamento da criança e entrevistas detalhadas com os pais.

A importância da intervenção precoce

Independentemente do diagnóstico, a identificação precoce de atrasos no desenvolvimento é crucial. 

Terapias com fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos especializados podem oferecer o suporte necessário para que a criança desenvolva suas habilidades e tenha mais qualidade de vida.

Lembre-se: um diagnóstico não é um rótulo, mas uma chave que abre portas para o entendimento e para as intervenções corretas, promovendo o bem-estar e o potencial do seu filho.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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