Revisado em: 08/12/2025
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Conhecida como "barriga d'água", a ascite é um sinal de alerta do corpo que nunca deve ser ignorado. Entenda os sintomas.

Começa de forma sutil. Aquela calça que servia perfeitamente na semana passada agora parece apertada na cintura. Pode parecer um simples inchaço, mas quando o volume abdominal aumenta dia após dia, acompanhado de um ganho de peso inexplicável, pode ser um sinal de ascite.
A ascite, popularmente conhecida como "barriga d'água", não é uma doença em si, mas um sinal clínico de que algo não vai bem no organismo. Ela se caracteriza pelo acúmulo anormal de líquido dentro da cavidade abdominal, no espaço que reveste os órgãos, chamado de peritônio.
Na maioria dos casos, a ascite é uma consequência de doenças do fígado, principalmente a cirrose. Quando o fígado está danificado, a pressão na veia porta (que leva sangue para o órgão) aumenta, um quadro chamado de hipertensão portal. Isso força o extravasamento de líquido dos vasos sanguíneos para o abdômen.
Além disso, um fígado doente produz menos albumina, uma proteína que ajuda a manter o líquido dentro dos vasos. Outras condições, como insuficiência cardíaca, insuficiência renal, pancreatite e alguns tipos de câncer, também podem levar ao desenvolvimento de ascite.
Para pacientes com câncer de ovário, por exemplo, o acúmulo de líquido na barriga é um problema clínico comum, presente em mais de 75% dos casos diagnosticados em estágio avançado. Nesses cenários, a ascite é um sinal de que a doença progrediu e pode afetar significativamente a qualidade de vida do paciente, indicando um prognóstico desfavorável.
Por isso é importante a procura por um médico especialista para cuidar do seu caso.
Os sintomas variam conforme a quantidade de líquido acumulado. Em fases iniciais, com pouco líquido, a ascite pode até passar despercebida. Contudo, à medida que o volume aumenta, os sinais se tornam mais evidentes e incômodos.
Com o acúmulo de um ou mais litros de líquido, os sintomas se intensificam e novos sinais aparecem, impactando diretamente a qualidade de vida.
Durante o exame físico, um médico pode identificar a presença significativa de ascite através de um sinal chamado 'macicez móvel' (shifting dullness), que geralmente se torna detectável quando há cerca de 1,5 litro de líquido acumulado no abdômen.
Em alguns casos, a ascite pode ser acompanhada de complicações que exigem atenção médica imediata. Uma das mais graves é a Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE), uma infecção do líquido ascítico.
Os sinais de alerta para PBE incluem:
A PBE é uma emergência médica e requer tratamento hospitalar imediato com antibióticos. Se não tratada, pode levar a complicações sérias.
O diagnóstico geralmente começa com a avaliação clínica e o histórico do paciente. O médico realizará um exame físico para avaliar a distensão abdominal. Para confirmar a presença de líquido e investigar a causa, podem ser solicitados alguns exames:
Sim. O tratamento da ascite foca em dois objetivos principais: controlar os sintomas e tratar a doença que está causando o acúmulo de líquido. A abordagem é sempre individualizada e deve ser conduzida por um especialista.
As estratégias mais comuns incluem:
Vale dizer que o tratamento mais importante é o da causa base. Controlar a doença hepática, a insuficiência cardíaca ou outra condição associada é a única forma de prevenir a recorrência da ascite a longo prazo.
Qualquer inchaço abdominal progressivo deve ser avaliado por um médico. No entanto, procure atendimento de emergência se, além do inchaço, você apresentar:
A ascite é um sinal clínico importante que reflete a saúde de órgãos vitais. Identificar seus sintomas precocemente e buscar orientação médica é o passo mais seguro para um diagnóstico correto e um plano de tratamento eficaz.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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