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Sintomas antes da convulsão: como reconhecer rápido os sinais de alerta?

Entender os sinais que o corpo emite antes de uma crise pode ser fundamental para garantir a segurança de quem convive com epilepsia.

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Uma sensação estranha, difícil de descrever, começa a surgir. Pode ser um cheiro que ninguém mais sente, uma onda de ansiedade inexplicável ou até uma sensação de "déjà vu". Para muitas pessoas que vivem com epilepsia, esses não são eventos aleatórios, mas sim os primeiros sinais de que uma convulsão está prestes a acontecer.

Esses avisos refletem as mudanças graduais na atividade elétrica do cérebro, um período conhecido como estado pré-ictal. Reconhecer esses sinais é um passo crucial para a segurança e o manejo da condição.

Neurologistas são os especialistas que podem acompanhá-lo no diagnóstico e tratamento dessa condição. A Rede Américas conta com inúmeros especialistas em vários hospitais do Brasil.

O que se sente antes de uma convulsão?

Os sintomas que antecedem uma crise convulsiva não são uniformes e variam significativamente entre os indivíduos. Eles são geralmente classificados em duas fases distintas: a fase prodrômica e a aura epiléptica. Compreender a diferença entre elas é fundamental para a antecipação.

A fase prodrômica: os primeiros sinais sutis

O pródromo pode ocorrer horas ou até dias antes da convulsão. Trata-se de um conjunto de alterações mais sutis no humor e no comportamento, que servem como um alerta precoce. 

Nem todas as pessoas com epilepsia vivenciam essa fase, mas, para quem a experimenta, os sinais podem incluir:

  • irritabilidade ou ansiedade;
  • dificuldade de concentração;
  • alterações no sono;
  • dor de cabeça (cefaleia);
  • sensação de cansaço ou letargia.

Esses sintomas são vagos e podem ser facilmente confundidos com o estresse do dia a dia. Por isso, manter um registro detalhado pode ajudar a identificar um padrão.

A aura epiléptica: o aviso imediato

A aura ocorre segundos ou minutos antes de uma convulsão mais intensa. É importante notar que, do ponto de vista neurológico, a aura não é apenas um presságio; ela já é o início da crise, uma convulsão focal consciente. 

Durante a aura, a pessoa permanece ciente do que está acontecendo. Os sintomas são muito variados, pois dependem da área do cérebro onde a atividade elétrica anormal se inicia.

É possível prever uma crise convulsiva?

Prever com exatidão o momento de uma crise ainda é um desafio. Contudo, estudos recentes têm focado na identificação de padrões específicos de atividade elétrica cerebral que ocorrem antes das convulsões, buscando métodos de detecção precoce. 

As convulsões epilépticas são precedidas por fases pré-ictais, que são padrões elétricos complexos, e a compreensão dessas dinâmicas oferece uma janela para antecipar e, potencialmente, prevenir o evento.

Antes de uma convulsão, o cérebro passa por mudanças graduais em sua atividade elétrica, o que pode indicar o início da crise e ajudar a prever sua ocorrência. Em alguns casos, como em crianças com epilepsia de ausência, pesquisadores observam um aumento específico na atividade das ondas cerebrais delta e theta, que podem atuar como sinais de alerta.

Para os pacientes, no entanto, aprender a reconhecer os próprios sinais prodrômicos e auras ainda é a forma mais eficaz de antecipação disponível. A identificação desses sinais funciona como um sistema de alarme pessoal, permitindo que a pessoa se prepare para a crise.

Um "diário de crises" é uma ferramenta valiosa nesse processo. Nele, a pessoa pode anotar não apenas as convulsões, mas também qualquer sintoma incomum, emoção ou evento que as antecedeu. Com o tempo, esses registros podem revelar padrões que tornam os gatilhos e os sinais de alerta mais claros, tanto para o paciente quanto para o médico que o acompanha.

Quais são os principais tipos de aura?

As auras são classificadas de acordo com o tipo de sintoma que provocam. Conhecer essa diversidade ajuda a entender a complexidade das manifestações epilépticas e a validar experiências que, de outra forma, poderiam parecer estranhas ou sem explicação.

Tipo de Aura

Sintomas Comuns

 

Sensorial

Inclui alterações nos sentidos, como ver luzes piscando (visual), ouvir zumbidos (auditiva), sentir cheiros estranhos (olfativa), sentir gostos metálicos (gustativa) ou experimentar formigamento e dormência (tátil).

Psíquica ou Emocional

Manifesta-se por meio de emoções súbitas e intensas sem motivo aparente, como medo, pânico, ansiedade ou uma sensação de familiaridade (déjà vu) ou estranheza (jamais vu).

Autonômica

Envolve reações do sistema nervoso autônomo. A pessoa pode sentir náuseas, desconforto no estômago, palpitações, suor excessivo ou palidez.

Motora

Caracteriza-se por movimentos involuntários repetitivos, como estalar os lábios, piscar excessivamente ou realizar movimentos automáticos com as mãos.

O que fazer ao reconhecer os sinais de alerta?

Identificar uma aura ou um sintoma prodrômico oferece uma janela de oportunidade para agir e reduzir os riscos de lesões. Se você ou alguém próximo sentir que uma convulsão está se aproximando, algumas medidas de segurança podem ser tomadas imediatamente:

  1. Busque um local seguro: afaste-se de escadas, ruas movimentadas, piscinas ou objetos pontiagudos. O ideal é sentar-se ou deitar-se no chão.
  2. Avise alguém: informe a uma pessoa próxima o que está sentindo. Se estiver sozinho, envie uma mensagem ou ligue para alguém.
  3. Afrouxe roupas apertadas: desabotoe colarinhos ou retire cachecóis e gravatas para facilitar a respiração.
  4. Posicione-se de lado: se possível, deite-se de lado para evitar a aspiração de saliva ou vômito, caso a crise evolua com perda de consciência.

Quando é necessário procurar ajuda médica?

Embora pessoas com diagnóstico de epilepsia aprendam a manejar suas crises, a avaliação médica é indispensável. É fundamental procurar um neurologista para diagnóstico e acompanhamento. 

Além disso, a busca por um serviço de emergência é recomendada nas seguintes situações:

  • se for a primeira convulsão da pessoa;
  • se a convulsão durar mais de cinco minutos;
  • se a pessoa tiver dificuldade para respirar ou acordar após a crise;
  • se ocorrer uma segunda crise logo em seguida;
  • se a pessoa se machucar durante a convulsão;
  • se a convulsão ocorrer na água.

O acompanhamento médico contínuo é essencial para ajustar o tratamento, esclarecer dúvidas e garantir a melhor qualidade de vida possível.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

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