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Entenda por que a expressão pode ser um sinal de alerta para condições como trombose e saiba quando a avaliação de um hematologista é necessária.

Você vai coletar sangue para um exame de rotina e ouve um comentário casual do profissional: "seu sangue está um pouco grosso hoje". A frase, embora comum, pode gerar preocupação e muitas dúvidas. Afinal, o que isso realmente quer dizer do ponto de vista da saúde?
A expressão "sangue grosso" não é um diagnóstico médico formal, mas serve como um alerta para duas condições que precisam de atenção: o aumento da viscosidade sanguínea ou um estado de hipercoagulabilidade. Ambas as situações alteram o fluxo normal do sangue e podem aumentar o risco de problemas circulatórios graves.
A condição popularmente chamada de "sangue grosso" é medicamente definida como trombofilia. Este é um estado de hipercoagulabilidade persistente que predispõe o indivíduo a complicações sérias, como a formação de coágulos (trombose) e embolia venosa.
Hematologistas são os especialistas indicados para o acompanhamento e tratamento dessa condição. A Rede Américas possui especialistas renomados em seu corpo médico atendendo em vários hospitais do Brasil.
Quando leigos usam o termo "sangue grosso", eles podem estar se referindo, sem saber, a duas alterações distintas no sangue. É fundamental entender a diferença para compreender os riscos e tratamentos envolvidos.
Esta condição descreve um desequilíbrio nos componentes responsáveis pela coagulação. O corpo pode produzir em excesso as proteínas que formam coágulos ou ter deficiência das que os dissolvem. O resultado é uma maior propensão à formação de trombos (coágulos) dentro dos vasos sanguíneos, mesmo sem um ferimento aparente.
Essa condição, também conhecida como trombofilia, é frequentemente causada por defeitos genéticos que elevam o risco de coágulos, levando ao que se chama tromboembolismo venoso. A identificação precoce da trombofilia é crucial, pois permite um tratamento adequado que protege o paciente contra futuros eventos trombóticos sistêmicos.
Aqui, o problema está na composição física do sangue. Um número excessivo de células sanguíneas — principalmente glóbulos vermelhos (eritrócitos), condição conhecida como policitemia — torna o fluido mais denso e espesso. Isso dificulta sua passagem por veias e artérias, especialmente as de menor calibre.
Diversos fatores, que vão desde a genética até o estilo de vida, podem levar a um estado de hipercoagulabilidade ou aumento da viscosidade. As causas são geralmente agrupadas em três categorias principais.
Algumas pessoas herdam mutações genéticas que afetam as proteínas de coagulação, uma condição chamada de trombofilia hereditária. A mais comum é o Fator V de Leiden. Essas condições aumentam o risco de trombose ao longo da vida, especialmente quando combinadas com outros fatores de risco.
Indivíduos com trombofilia congênita, como a deficiência de Antitrombina (AT) Tipo II HBS, são considerados de risco máximo para desenvolver coágulos (trombose). Nesses casos, a profilaxia anticoagulante deve ser ajustada especificamente ao defeito genético, inclusive quando há sintomas leves de uma infecção.
Várias doenças podem alterar a composição ou a coagulação do sangue. Entre as mais relevantes, destacam-se:
O seu dia a dia também exerce grande influência. A desidratação, por exemplo, concentra os componentes do sangue, aumentando temporariamente sua viscosidade. O tabagismo lesa a parede dos vasos sanguíneos e o sedentarismo diminui o fluxo de sangue nas pernas, ambos facilitando a formação de trombos.
Muitas vezes, o "sangue grosso" é uma condição silenciosa e só é descoberta após uma complicação.
No entanto, alguns sinais podem servir de alerta:
É importante notar que esses sintomas são inespecíficos e podem estar associados a diversas outras condições. Por isso, a avaliação médica é indispensável.
Sim, um estado persistente de hipercoagulabilidade ou alta viscosidade é perigoso. A principal ameaça é a formação de coágulos que podem obstruir o fluxo sanguíneo, levando a quadros graves e potencialmente fatais.
A trombofilia, ou o estado de hipercoagulabilidade, é uma condição médica que predispõe à formação de coágulos (trombose) nas veias ou artérias. Essa condição aumenta o risco de coágulos e, quando identificada, permite o tratamento adequado para proteger o paciente de eventos trombóticos sistêmicos futuros (BADESCU et al., 2022; SAMFIREAG et al., 2022).
É a formação de um coágulo em uma veia profunda, geralmente nas pernas. Causa dor, inchaço e vermelhidão no local. O grande perigo é quando este coágulo se desprende.
Ocorre quando um coágulo (geralmente vindo de uma TVP) viaja pela corrente sanguínea e se aloja nos pulmões, bloqueando a circulação. Os sintomas incluem falta de ar súbita, dor no peito e tosse, sendo uma emergência médica.
Se um coágulo se forma ou viaja para as artérias que irrigam o cérebro, pode causar um AVC isquêmico. Se a obstrução ocorrer em uma artéria do coração, o resultado é um infarto agudo do miocárdio.
Apenas um médico pode confirmar se o "sangue grosso" representa um risco real. O diagnóstico começa com uma avaliação clínica detalhada e o histórico do paciente. Em seguida, o especialista, geralmente um hematologista, pode solicitar exames específicos.
Exames de imagem, como o ultrassom com Doppler, podem ser usados para localizar coágulos existentes nas veias e artérias.
O tratamento depende diretamente da causa identificada. O objetivo é sempre normalizar o fluxo sanguíneo e prevenir a formação de coágulos perigosos.
As abordagens podem incluir:
Atenção: nunca utilize medicamentos para "afinar o sangue" por conta própria. O uso incorreto pode causar hemorragias graves. A orientação médica é obrigatória.
Se você ouviu o termo "sangue grosso" em um exame, tem histórico familiar de trombose ou apresenta sintomas sugestivos, procure um clínico geral ou um hematologista. Busque atendimento de emergência se surgirem sinais de complicações agudas, como:
Entender o que o "sangue grosso" significa é o primeiro passo para cuidar da sua saúde vascular. Com o diagnóstico correto e o acompanhamento de um especialista, é possível controlar os riscos e manter a qualidade de vida.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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BADESCU, M. C. et al. Osteonecrosis of the jaws in patients with hereditary thrombophilia/hypofibrinolysis—from pathophysiology to therapeutic implications. International Journal of Molecular Sciences, v. 23, n. 2, jan. 2022. Disponível: https://www.mdpi.com/1422-0067/23/2/640. Acesso em: 26 nov. 2025.
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