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Quando fazer cirurgia é realmente necessário? Entenda os critérios médicos

A decisão por uma cirurgia envolve muitos fatores, desde a falha de outros tratamentos até a análise de riscos e qualidade de vida.

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O diagnóstico chegou e, com ele, a recomendação do médico: "vamos precisar considerar uma cirurgia". Para muitas pessoas, essa frase gera um misto de alívio e ansiedade. Afinal, como saber se essa é realmente a melhor ou a única opção disponível? A indicação cirúrgica não é uma decisão arbitrária; ela segue critérios clínicos bem definidos.

O que leva um médico a indicar uma cirurgia?

A recomendação para um procedimento cirúrgico é o resultado de uma avaliação completa, que considera a condição específica do paciente, seu histórico de saúde e a resposta a outras terapias. A decisão de um médico em recomendar uma cirurgia é guiada por critérios como a rápida piora da condição de saúde ou a ineficácia de outros tratamentos.

Além disso, é crucial que os benefícios esperados do procedimento superem os riscos para a vida do paciente. Geralmente, quatro fatores principais pesam nessa balança.

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Falha do tratamento conservador

Na maioria dos casos, a cirurgia não é a primeira linha de tratamento. Antes de indicá-la, os especialistas exploram opções menos invasivas, conhecidas como tratamento conservador. Isso pode incluir:

  • Uso de medicamentos;
  • Sessões de fisioterapia;
  • Mudanças no estilo de vida (dieta e exercícios);
  • Terapias complementares.

A cirurgia se torna a principal alternativa quando essas abordagens não produzem o resultado esperado, não aliviam os sintomas nem controlam a progressão da doença de forma satisfatória. 

Frequentemente, quando os sintomas persistem por um longo período e tratamentos não cirúrgicos falham, a cirurgia eletiva pode ser recomendada, sendo muitas vezes vista pelo paciente como uma solução bem-vinda.

Em situações específicas, como em um hematoma epidural espontâneo na coluna, a decisão cirúrgica é tomada com base na urgência e na existência de déficits neurológicos severos. Na ausência desses fatores, o tratamento conservador, sem cirurgia, pode ser uma alternativa eficaz.

Impacto significativo na qualidade de vida

Uma condição de saúde pode não representar um risco imediato à vida, mas comprometer severamente o dia a dia. Dor crônica, dificuldade de locomoção, incapacidade de realizar tarefas simples ou prejuízo na função de um órgão são exemplos de como a qualidade de vida pode ser afetada. Nesses cenários, a cirurgia pode ser a intervenção necessária para restaurar o bem-estar e a autonomia do paciente.

Prevenção de danos futuros

Algumas cirurgias são indicadas com um objetivo preventivo. A remoção de um tumor em estágio inicial, por exemplo, visa impedir que ele cresça e se espalhe para outras partes do corpo. Da mesma forma, a correção de um aneurisma pode prevenir sua ruptura, um evento com consequências potencialmente fatais. O objetivo é intervir antes que um problema maior se instale.

Diagnóstico e estadiamento de doenças

Em certas situações, a cirurgia é a única forma de obter um diagnóstico preciso. Procedimentos como a biópsia, em que uma amostra de tecido é retirada para análise, são fundamentais para confirmar ou descartar suspeitas de doenças, como o câncer. Além de diagnosticar, a cirurgia pode ajudar a determinar a extensão (estadiamento) da doença, informação crucial para definir o tratamento mais adequado.

Quais são os tipos de cirurgia quanto à urgência?

Entender a classificação de uma cirurgia ajuda a compreender a janela de tempo disponível para sua realização. As cirurgias são classificadas em três categorias principais, baseadas na sua urgência: emergente, quando é preciso salvar a vida imediatamente; urgente, para casos que demandam intervenção em dias ou semanas; e eletiva, que pode ser planejada sem pressa.

Cirurgia de emergência

É a categoria de cirurgia emergente, realizada imediatamente, pois há um risco agudo e iminente à vida do paciente. As causas comuns incluem traumas graves (como acidentes de trânsito), hemorragias internas, perfuração de órgãos ou complicações agudas de doenças crônicas. Não há tempo para planejamento.

Cirurgia de urgência

A cirurgia urgente exige que o paciente seja submetido ao procedimento rapidamente, mas não há um risco imediato à vida. Geralmente, a cirurgia deve ser feita em horas ou poucos dias para evitar complicações graves. Um exemplo é a apendicite aguda não complicada.

Cirurgia eletiva

Na categoria eletiva, a cirurgia é planejada, sem caráter de urgência. O paciente e a equipe médica têm tempo para agendar o procedimento no momento mais conveniente, permitindo uma preparação adequada. A maioria das cirurgias, como a de catarata ou a colocação de uma prótese de quadril, se enquadra nesta categoria.

Como a avaliação de risco e benefício é feita?

Toda cirurgia, por mais simples que seja, envolve riscos. Por isso, a decisão é sempre ponderada em uma balança, comparando os potenciais benefícios do procedimento com os possíveis riscos envolvidos. A escolha do procedimento cirúrgico envolve uma análise individualizada, ponderando o risco de lesões contra o momento mais oportuno para a intervenção, sempre com o foco no maior benefício para o paciente.

Fatores do paciente

A condição geral de saúde do paciente é o ponto de partida. Fatores como idade, presença de doenças crônicas (comorbidades) como diabetes e hipertensão, uso de medicamentos, tabagismo e obesidade são levados em conta. Um check-up completo, conhecido como avaliação de risco cirúrgico, é fundamental para mapear esses pontos.

Complexidade do procedimento

Cirurgias maiores e mais longas naturalmente apresentam mais riscos do que procedimentos minimamente invasivos. O médico explicará a natureza da cirurgia, a técnica a ser utilizada e as possíveis complicações, como infecções, sangramentos ou reações à anestesia.

O que acontece se a cirurgia não for feita?

Esta é uma pergunta central na análise. Avaliar o prognóstico da condição sem a intervenção cirúrgica é crucial. Se a não realização da cirurgia levar à piora progressiva dos sintomas, perda de função de um órgão ou diminuição da expectativa de vida, os benefícios do procedimento tendem a superar os riscos.

Existe um momento ideal para agendar o procedimento?

Para cirurgias eletivas, a escolha do momento certo pode otimizar a recuperação. A decisão deve considerar a estabilidade clínica do paciente, fatores logísticos pessoais e a melhor oportunidade para o cirurgião. Este alinhamento visa o benefício máximo do paciente.

Fator

Descrição

 

Estabilidade da condição clínica

O ideal é que qualquer outra condição de saúde, como pressão alta ou diabetes, esteja bem controlada antes da cirurgia para minimizar riscos.

Fatores pessoais e logísticos

É importante planejar a cirurgia para um período em que seja possível se afastar do trabalho e contar com uma rede de apoio familiar ou de amigos para auxiliar na recuperação.

Estação do ano

Embora não seja um fator médico determinante, algumas pessoas preferem operar em estações mais frias. Temperaturas amenas podem tornar o uso de cintas e curativos mais confortável e reduzir o inchaço.

Como se preparar para a decisão e o procedimento?

Sentir-se seguro e informado é parte essencial do processo. Uma postura ativa pode fazer toda a diferença.

Converse abertamente com sua equipe médica

Não guarde dúvidas. Prepare uma lista de perguntas para o seu médico sobre o procedimento, a recuperação, os resultados esperados e as alternativas disponíveis. Entender cada etapa do processo ajuda a reduzir a ansiedade.

Busque uma segunda opinião quando necessário

Em casos de cirurgias eletivas complexas ou se você ainda se sente inseguro sobre a indicação, procurar uma segunda opinião de outro especialista qualificado é um direito seu e uma prática recomendada. Isso pode confirmar a necessidade do procedimento ou apresentar novas perspectivas.

Cuidados pré-operatórios essenciais

Siga rigorosamente todas as orientações da equipe de saúde, como a realização de exames, ajustes em medicamentos e o cumprimento do jejum. Um bom preparo é fundamental para o sucesso da cirurgia e para uma recuperação mais tranquila.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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