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Qual o tratamento para câncer de pele? Entenda os tipos e etapas

O tratamento para o câncer de pele oferece altas taxas de cura; saiba quais são as principais opções e em que casos são indicadas.

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Após a ansiedade da suspeita e a confirmação do diagnóstico por meio da biópsia, surge a pergunta mais importante: "e agora, qual o tratamento para o câncer de pele?". O que se segue, na maioria das vezes, é uma jornada com altas perspectivas de cura, pois as abordagens terapêuticas são muito bem estabelecidas. 

O caminho é individualizado, e o dermatologista definirá a melhor estratégia com base no tipo de tumor e em suas características.

Quais são os tipos de câncer de pele?

O câncer de pele não é uma doença única, na realidade, ele é dividido em dois grandes grupos: o não melanoma e o melanoma, que têm comportamentos e prognósticos muito diferentes.

O tipo não melanoma é, de longe, o mais frequente no Brasil e no mundo. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), ele corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Este grupo inclui principalmente dois tipos:

  • Carcinoma Basocelular (CBC): é o tipo mais comum e menos agressivo, com crescimento lento e altíssimas chances de cura, pois raramente se espalha.
  • Carcinoma Espinocelular (CEC): o segundo tipo mais frequente e, embora tenha altas chances de cura, é mais agressivo que o CBC, com risco de se espalhar se não for tratado.

O melanoma é outro tipo de câncer de pele que exige muito mais atenção. Embora seja o tipo mais raro, representando menos de 5% dos casos de tumores de pele, ele é o mais perigoso devido ao seu alto potencial de metástase. 

Esse tipo de câncer de pele tem origem nos melanócitos, que são as células que produzem o pigmento da pele, e sua gravidade reforça a importância de entender qual a diferença de câncer maligno e benigno.

Como é feito o diagnóstico?

O plano de tratamento para câncer de pele se baseia em um diagnóstico preciso, que começa com a avaliação do dermatologista no consultório. 

Na consulta, o médico irá inspecionar a lesão e utilizar um aparelho chamado dermatoscópio, uma espécie de lupa com uma luz especial que permite visualizar as estruturas da pele de forma ampliada e detalhada, muito além do que se vê a olho nu.

Com base nesse exame, o médico pode, em muitos casos, já ter uma forte suspeita sobre a natureza da lesão. Logo, se as características forem benignas, o acompanhamento pode ser suficiente. No entanto, se houver qualquer sinal de alerta, o passo seguinte para a confirmação definitiva é a biópsia.

Este é um procedimento simples, realizado no próprio consultório com anestesia local, no qual o especialista retira um pequeno fragmento ou a lesão inteira. Posteriormente, o material coletado é enviado para a análise de um médico patologista.

A confirmação definitiva do diagnóstico vem da análise do tecido no microscópio, um exame chamado de histopatológico. O seu laudo informa o tipo exato de câncer e detalha dados como a profundidade de invasão do tumor na pele. Com base nessas informações, o médico consegue definir o tratamento mais adequado para cada caso.

Qual o tipo de tratamento para o câncer de pele?

Com o diagnóstico confirmado, o passo seguinte é a definição do tratamento, que no caso do câncer de pele é sempre uma abordagem personalizada e nunca um protocolo único. Dessa forma, o médico especialista irá traçar um plano que equilibra o objetivo principal, a remoção completa do tumor com as maiores chances de cura, com a preservação da função e da estética da área tratada

Para traçar a melhor estratégia, o especialista leva em consideração ainda uma série de fatores. 

O tipo de câncer é o principal deles: um carcinoma basocelular, que é um tumor maligno de baixo risco, é tratado de forma diferente de um melanoma, que é mais agressivo. Além disso, o tamanho e a profundidade da lesão, sua localização no corpo e as condições gerais de saúde do paciente também são considerados para a decisão.

A partir dessa análise, a escolha da terapia se baseia em uma pergunta: a doença está restrita a um único local ou já se espalhou pelo corpo? A resposta a divide as opções em duas categorias principais.

As terapias locais são as mais comuns no tratamento do câncer de pele, sendo utilizadas quando a doença está localizada, e o seu objetivo é destruir o tumor apenas na área afetada, com altíssimas taxas de sucesso. 

Essa categoria inclui a cirurgia, que é a abordagem principal, a radioterapia, a crioterapia (congelamento da lesão) e a quimioterapia tópica, na qual um creme é aplicado sobre o tumor.

Já as terapias sistêmicas são necessárias em casos mais avançados, geralmente de melanoma, quando a doença se espalha para outras partes do corpo (metástase). Como nesse caso a cirurgia local já não é suficiente, são utilizados medicamentos que agem no organismo como um todo, administrados por via oral ou intravenosa. As principais opções nesta categoria são a imunoterapia, a terapia-alvo e a quimioterapia.

Quando a cirurgia é indicada?

A remoção cirúrgica é a abordagem mais utilizada e o tratamento de escolha para a maioria dos carcinomas e para os melanomas em estágio inicial, pois oferece as mais altas taxas de cura. Essa abordagem se divide em duas técnicas principais: a excisão simples e a Cirurgia Micrográfica de Mohs, cada uma com sua indicação específica.

A Excisão Cirúrgica Simples é o procedimento mais comum. Nele, o dermatologista aplica anestesia local para remover o tumor visível juntamente com uma margem de segurança de pele aparentemente saudável ao redor. Essa margem é usada para garantir que qualquer "raiz" invisível do câncer seja retirada. 

Após o procedimento, o material é então enviado para análise patológica, que irá confirmar se as margens estão "livres", ou seja, se todo o tumor foi de fato removido.

Para tumores em áreas onde é preciso preservar o máximo de tecido saudável, como no caso do câncer de pele no nariz, pálpebras e orelhas, ou para tumores que retornaram após um tratamento prévio (recidivados), que possuem bordas mal definidas ou que são de subtipos histologicamente mais agressivos, a técnica de eleição é a Cirurgia Micrográfica de Mohs. 

Nesse procedimento de alta precisão, o cirurgião remove o câncer camada por camada, analisando 100% das margens no microscópio durante a cirurgia. Esse processo se repete até que não reste nenhuma célula cancerígena, o que assegura a maior taxa de cura possível e, ao mesmo tempo, a remoção da menor quantidade de pele sã. 

Radioterapia e quimioterapia funcionam para o câncer de pele?

Ambas são ferramentas importantes no arsenal terapêutico contra o câncer de pele, mas utilizadas em cenários muito específicos, geralmente quando a cirurgia não é a melhor ou a única opção.

No caso da radioterapia, são utilizados feixes de radiação de alta energia para destruir as células cancerígenas em uma área localizada. 

Ela pode ser uma excelente opção de tratamento principal para pacientes que, por questões de saúde, não podem passar por um procedimento cirúrgico, ou para tumores localizados em áreas de difícil abordagem, como a pálpebra ou a ponta do nariz.

A radioterapia também atua como tratamento adjuvante. Nesse caso, o tratamento é feito após a cirurgia, quando a análise da biópsia revela que o tumor era muito agressivo ou que havia risco das células terem ficado para trás. A aplicação de radiação na área operada ajuda a reduzir  as chances de a doença retornar.

A quimioterapia para o câncer de pele pode ser de dois tipos completamente diferentes: tópica ou sistêmica. A quimioterapia tópica é um tratamento local, apresentado em forma de creme que provoca uma reação inflamatória intensa que destrói as células doentes.

Em lesões pré-cancerosas, como as queratoses actínicas, ou para carcinomas basocelulares muito superficiais, a quimioterapia é indicada. 

Já as terapias sistêmicas são reservadas para os casos de melanoma em estágio avançado, quando a doença se espalhou para outros órgãos. Hoje, a quimioterapia intravenosa tradicional é menos utilizada como primeira linha. 

Os tratamentos mais modernos para o melanoma metastático são a imunoterapia (que estimula o próprio sistema de defesa do paciente a atacar o tumor) e a terapia-alvo (com medicamentos que atacam mutações específicas presentes nas células do câncer).

A pele pode voltar ao normal depois do tratamento?

A resposta honesta é que a pele da área tratada não será exatamente como antes, mas as técnicas modernas buscam o melhor resultado estético e funcional possível. Portanto, é importante alinhar as expectativas para a fase de recuperação.

No caso da cirurgia, qualquer procedimento que remove um tecido resultará em uma cicatriz. Contudo, os dermatologistas e cirurgiões plásticos são treinados em técnicas avançadas de sutura e reconstrução para minimizar sua aparência, o que inclui posicionar os cortes em linhas de força naturais da pele, tornando a cicatriz menos aparente com o tempo. 

Para remoções maiores, especialmente no rosto, o médico pode realizar retalhos (deslocando pele vizinha para cobrir a área) ou enxertos (usando um pequeno fragmento de pele de outra área). 

O objetivo do retalho é oferecer uma cicatrização com cor e textura muito semelhantes às da pele ao redor. Já o enxerto pode resultar em uma leve diferença de cor ou textura, mas ambas são técnicas usadas para obter o melhor resultado funcional e estético possível.

Quando o tratamento envolve a radioterapia, as alterações são de outra natureza. A pele na área tratada pode ficar mais sensível, avermelhada e ressecada durante e logo após as sessões. A longo prazo, podem ocorrer mudanças na pigmentação (tornando-se mais clara ou mais escura) e na textura da pele.

É preciso lembrar que a cicatrização é um processo longo e uma cicatriz cirúrgica leva de 6 a 12 meses para amadurecer, clarear e se tornar mais suave. No entanto, após a liberação médica, existem tratamentos como o uso de lasers e pomadas específicas que podem ajudar a melhorar ainda mais sua aparência. 

Quais as chances de cura do câncer de pele?

As perspectivas são muito animadoras, especialmente com o diagnóstico precoce. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), os carcinomas basocelular e espinocelular, quando detectados e tratados em sua fase inicial, apresentam taxas de cura superiores a 95%.

Para o melanoma, a detecção precoce é decisiva. De acordo com o INCA, quando diagnosticado em estágio inicial, com o tumor ainda localizado e fino, as chances de cura também são muito altas, ultrapassando os 90%.

O conhecimento sobre os tratamentos para o câncer de pele é poderoso porque revela um cenário de altas chances de cura. Essa perspectiva otimista, porém, depende diretamente da detecção precoce. 

Mais do que se preocupar com cada nova pinta, o objetivo é transformar a informação em uma atitude de cuidado: realize o autoexame da sua pele e não hesite em procurar um especialista ao notar qualquer mudança. 

 

Referências Bibliográficas:

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA (SBD). Tipos de Câncer da Pele. Rio de Janeiro: SBD, [s. d.]. Disponível em: https://www.sbd.org.br/doencas/cancer-da-pele/. Acesso em: 30 jul. 2025.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Câncer de Pele Melanoma. Rio de Janeiro: INCA, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/pele-melanoma. Acesso em: 30 jul. 2025.

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