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Quais são os sintomas do lúpus e quando procurar um médico especialista?

Entenda os sinais que o corpo emite, desde o cansaço persistente e dores articulares até as conhecidas manchas na pele.

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Começa com um cansaço que não passa, mesmo após uma boa noite de sono. Depois, surgem dores nas juntas que parecem migrar pelo corpo, um dia no punho, no outro no joelho. Uma mancha avermelhada aparece no rosto e se intensifica após um breve passeio ao sol. Esses cenários, isolados ou combinados, podem ser os primeiros indícios do lúpus.

O que é lúpus?

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), popularmente conhecido como lúpus, é uma doença autoimune crônica. Isso significa que o sistema de defesa do corpo, que normalmente combate infecções, passa a atacar as próprias células e tecidos saudáveis, causando inflamação e danos em diversas partes do organismo.

A condição pode se manifestar de formas muito diferentes entre os pacientes, dada a sua complexidade e capacidade de afetar quase todos os órgãos e tecidos do corpo. Os sintomas variam de manifestações cutâneas leves a danos graves em órgãos internos. A doença não é contagiosa e suas causas exatas ainda são estudadas, mas envolvem uma combinação de fatores genéticos, hormonais e ambientais.

Reumatologistas são os especialistas indicados para o acompanhamento dessa condição. A Rede Américas tem vários profissionais renomados em seus hospitais.

Quais são os primeiros sintomas de lúpus?

Os sinais iniciais do lúpus costumam ser gerais e podem ser confundidos com outras condições, o que muitas vezes atrasa o diagnóstico. Ficar atento a um conjunto de manifestações é fundamental para buscar ajuda médica no tempo certo.

Os sintomas mais frequentes no início da doença são:

  • Fadiga: um cansaço intenso e debilitante que não melhora com o repouso.
  • Febre baixa: geralmente abaixo de 38°C e sem uma causa aparente, como uma infecção.
  • Dor nas articulações (artralgia): dor, por vezes com inchaço e rigidez, principalmente em mãos, punhos, joelhos e pés.
  • Perda de peso e apetite: emagrecimento não intencional e falta de vontade de comer.

Como os sintomas do lúpus se manifestam no corpo?

O lúpus é conhecido como a "doença das mil faces" devido à sua natureza complexa e à ampla e variada gama de sintomas que podem afetar quase todos os órgãos e tecidos do corpo. Desde lesões na pele e úlceras na boca até alterações no sangue, problemas neurológicos e distúrbios renais, as manifestações são diversas. Eles podem ser agrupados em categorias para facilitar o entendimento.

Manifestações na pele e no cabelo

A pele é um dos órgãos mais afetados. A sensibilidade à luz solar (fotossensibilidade) é uma característica marcante, piorando as lesões cutâneas.

  • Eritema malar (asa de borboleta): mancha avermelhada que cobre as bochechas e o nariz.
  • Lesões discoides: placas vermelhas, elevadas e escamosas que podem aparecer no rosto, couro cabeludo e orelhas, podendo deixar cicatrizes.
  • Queda de cabelo (alopecia): o cabelo pode ficar mais fino e quebradiço, com queda difusa ou em áreas específicas.
  • Úlceras orais: pequenas feridas indolores na boca ou no nariz.
  • Fenômeno de Raynaud: os dedos das mãos e dos pés ficam pálidos ou azulados em resposta ao frio ou estresse.

Dores nas articulações e músculos

A inflamação nas articulações (artrite) é um dos sintomas mais comuns do lúpus, afetando mais de 90% dos pacientes em algum momento, segundo dados do Ministério da Saúde. A dor pode ser migratória e, geralmente, não causa deformidades permanentes nas juntas.

Além disso, dores musculares (mialgia) e fraqueza são queixas frequentes, contribuindo para a sensação geral de mal-estar e fadiga.

Envolvimento de órgãos internos

Em casos mais graves, a inflamação pode atingir órgãos vitais. Esse envolvimento requer atenção médica imediata e tratamento específico para evitar danos permanentes.

  • Rins (nefrite lúpica): pode causar inchaço nas pernas e pés, aumento da pressão arterial e presença de espuma na urina. É uma das complicações mais sérias.
  • Pulmões e coração: a inflamação das membranas que revestem esses órgãos (pleurite e pericardite) causa dor no peito que piora com a respiração profunda. É importante ressaltar que o lúpus pode levar a sérios problemas nos vasos sanguíneos e no coração, sendo as doenças cardiovasculares a principal causa de morte em pacientes com esta condição.
  • Cérebro e sistema nervoso: pode levar a dores de cabeça, convulsões, alterações de humor, problemas de memória e até psicose.
  • Sangue: anemia (redução de glóbulos vermelhos), leucopenia (redução de glóbulos brancos) e plaquetopenia (redução de plaquetas) são comuns, aumentando o risco de infecções e sangramentos.

Os sintomas do lúpus são sempre iguais?

Não. Uma característica central do lúpus é sua natureza flutuante. Os pacientes alternam entre períodos de atividade da doença, conhecidos como "crises" ou "surtos", e períodos de remissão, quando os sintomas diminuem ou desaparecem.

Os gatilhos para uma crise podem variar, mas frequentemente incluem exposição solar excessiva, infecções, estresse emocional intenso ou a suspensão do tratamento sem orientação médica. O acompanhamento regular é essencial para controlar a doença e manter a qualidade de vida.

Quando devo procurar um reumatologista?

Procurar um médico especialista em reumatologia é o passo mais importante diante da suspeita de lúpus. Um reumatologista é o profissional indicado para avaliar os sintomas e realizar o diagnóstico adequado. Não hesite em marcar uma consulta se você apresentar uma combinação dos seguintes sinais, especialmente se eles forem persistentes ou recorrentes:

  • Dores articulares persistentes em mais de uma junta.
  • Fadiga extrema que interfere nas atividades diárias.
  • Manchas vermelhas na pele, principalmente no rosto ou em áreas expostas ao sol.
  • Febre sem causa infecciosa identificada.
  • Dor no peito ao respirar fundo.
  • Inchaço inexplicável nas pernas.

Como é feito o diagnóstico de lúpus?

O diagnóstico de lúpus é um desafio e não se baseia em um único exame. O reumatologista realiza uma avaliação completa, que inclui a análise do histórico clínico do paciente, um exame físico detalhado e a solicitação de exames laboratoriais.

Exames de sangue, como a pesquisa do Fator Antinuclear (FAN), e outros testes de autoanticorpos específicos ajudam a confirmar a suspeita. Análises de urina e de sangue também são usadas para verificar o funcionamento dos rins e outros órgãos. O processo pode levar tempo, pois é preciso descartar outras doenças com sintomas semelhantes.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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