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Quais são os principais sintomas do hipertireoidismo? Veja como se cuidar

Entenda os sinais que indicam uma produção excessiva de hormônios pela tireoide e por que a avaliação médica é fundamental.

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Você se sente constantemente ligado na tomada, mesmo sem cafeína? O coração dispara em momentos de calma, as mãos tremem levemente e o calor parece insuportável enquanto todos ao redor estão com frio. Sintomas como ansiedade, insônia, palpitações e perda de peso sem explicação também são frequentemente relatados. Esses sinais, muitas vezes atribuídos ao estresse do dia a dia, podem na verdade ser o seu corpo pedindo atenção para a tireoide.

O que é hipertireoidismo e por que ele acelera o corpo

A tireoide é uma glândula em formato de borboleta localizada na base do pescoço. Ela produz os hormônios triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), que regulam o metabolismo, ou seja, a velocidade com que o corpo utiliza energia.

O hipertireoidismo é a condição em que a tireoide se torna hiperativa e libera esses hormônios em excesso. Com mais "combustível" do que o necessário, todas as funções do corpo aceleram, como um motor que funciona em rotação máxima o tempo todo. Essa aceleração generalizada é a causa direta da maioria dos sintomas.

Quais são os sintomas mais comuns do hipertireoidismo

Os sinais do hipertireoidismo podem ser sutis no início, mas tendem a se intensificar com o tempo. Eles afetam o corpo de maneiras diversas e podem ser agrupados por sistemas para facilitar a identificação.

Sintomas metabólicos e gerais

Como o metabolismo está acelerado, o corpo queima calorias muito mais rápido. Isso leva a manifestações clássicas:

  • Perda de peso: emagrecimento rápido e não intencional, mesmo comendo normalmente ou até mais que o habitual. Este é um dos sintomas mais comuns, sendo frequentemente sem explicação aparente.
  • Aumento do apetite: a necessidade constante de energia faz com que a fome aumente.
  • Intolerância ao calor e sudorese: o corpo gera mais calor, causando uma sensação constante de abafamento e suor excessivo. A pele pode ficar quente ao toque, indicando o metabolismo acelerado.
  • Fadiga e fraqueza muscular: apesar da agitação, o corpo se esgota, resultando em cansaço e dificuldade para realizar tarefas simples, como subir escadas.

Sintomas cardiovasculares

O coração é um dos órgãos mais afetados pela sobrecarga hormonal. A aceleração pode causar:

  • Taquicardia: frequência cardíaca acelerada, geralmente acima de 100 batimentos por minuto em repouso.
  • Palpitações: sensação de que o coração está batendo de forma irregular, forte ou "pulando" batidas.
  • Arritmias: alterações no ritmo cardíaco que, em casos mais graves, podem aumentar o risco de complicações. A fibrilação atrial, um tipo de batimento cardíaco irregular e acelerado, pode inclusive ser o primeiro sinal visível do hipertireoidismo.

Sintomas neurológicos e psicológicos

O sistema nervoso também fica em estado de alerta permanente, o que se reflete no comportamento e no estado emocional. Sinais como ansiedade, insônia, nervosismo e tremores finos nas mãos são manifestações comuns desse estado de hiperatividade hormonal:

  • Nervosismo, ansiedade e irritabilidade: sensação de estar "com os nervos à flor da pele".
  • Tremores: principalmente um tremor fino nas mãos e nos dedos.
  • Insônia: dificuldade para adormecer ou manter o sono, devido à agitação mental e física.
  • Dificuldade de concentração: a mente acelerada pode ter problemas para focar em uma única tarefa.

Outros sinais importantes

A condição pode afetar diversas outras partes do corpo, manifestando-se por meio de:

  • Alterações intestinais: aumento da frequência das evacuações, podendo chegar a quadros de diarreia.
  • Pele, cabelos e unhas: a pele pode ficar mais fina e quente, os cabelos mais finos e quebradiços, com queda acentuada, e as unhas podem descolar do leito (onicólise).
  • Ciclo menstrual irregular: em mulheres, os períodos podem se tornar mais leves, espaçados ou até mesmo ausentes.

O que pode ser visto no pescoço e nos olhos

Dois sinais físicos são particularmente característicos de problemas na tireoide. Um deles é o bócio, um aumento visível do volume da glândula tireoide que causa um inchaço na parte da frente do pescoço, conforme observado em alguns casos de hipertireoidismo.

Outro sinal, associado principalmente à Doença de Graves (a causa mais comum de hipertireoidismo), é a oftalmopatia. Nessa condição, os olhos podem parecer mais saltados (exoftalmia), as pálpebras ficam inchadas e retraídas, e pode haver visão dupla ou irritação ocular. 

A presença de olhos saltados é um dos sinais visíveis que podem acompanhar a condição, como o bócio.

Quando o hipertireoidismo se torna uma emergência médica

Embora raro, o hipertireoidismo não tratado ou mal controlado pode evoluir para uma complicação grave chamada crise tireotóxica ou "tempestade tireoidiana". Trata-se de uma exacerbação súbita e intensa dos sintomas, com febre alta, batimentos cardíacos extremamente rápidos, agitação intensa, confusão mental e até perda de consciência.

A crise tireotóxica é uma emergência médica que exige hospitalização imediata. Por isso, o acompanhamento regular é vital para manter a condição sob controle.

Como é feito o diagnóstico a partir dos sintomas

Se você se identifica com vários dos sintomas descritos, o próximo passo é procurar um médico, preferencialmente um endocrinologista. O profissional irá realizar uma avaliação clínica completa e ouvir seu histórico de saúde.

Para confirmar o diagnóstico, são solicitados exames de sangue que medem os níveis dos hormônios tireoidianos (T3 e T4) e do hormônio estimulante da tireoide (TSH), produzido pela hipófise. No hipertireoidismo, os níveis de T3 e T4 geralmente estão altos, enquanto o TSH está baixo.

O reconhecimento precoce dos sintomas é o primeiro passo para obter o diagnóstico correto e iniciar o tratamento adequado, que visa normalizar os níveis hormonais e devolver a qualidade de vida ao paciente.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

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