Quais os sintomas de câncer de pulmão e como investigar

Sintomas como tosse contínua, dor no peito e falta de ar podem ter diferentes causas, mas sua persistência exige atenção e avaliação médica.

O câncer de pulmão nem sempre apresenta sintomas logo no início. Isso faz com que muitos diagnósticos ocorram em fases mais avançadas. Porém, reconhecer sinais persistentes pode ajudar a buscar atendimento médico mais cedo, favorecendo a investigação e o início do tratamento.

Como começa o câncer de pulmão?

O câncer de pulmão costuma começar silenciosamente, sem causar dor ou sintomas logo no início. As primeiras alterações nas células do pulmão podem passar despercebidas por bastante tempo.

Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver esse tipo de câncer, como:

• o hábito de fumar;
• a exposição frequente à poluição do ar;
• o contato com substâncias tóxicas no ambiente de trabalho (como poeiras industriais e produtos químicos);
• histórico familiar da doença.

Com o passar do tempo, essas células alteradas podem formar um nódulo ou lesão que atrapalha o funcionamento normal do pulmão. Em alguns casos, como acontece nos primeiros sintomas de câncer no sangue, o corpo começa a dar sinais apenas quando a doença já está mais avançada.

Quais sintomas devem levantar suspeitas?

A tosse persistente é um dos principais sinais que merecem atenção. Quando há mudança no padrão da tosse habitual de um fumante, por exemplo, ou quando a tosse vem acompanhada de secreção com sangue.

Outros sintomas que também devem levantar suspeitas incluem:

• falta de ar mesmo em repouso;
• chiado no peito e rouquidão;
• tosse persistente;
• perda de peso ou apetite sem causa clara;
• pneumonia ou bronquite recorrente. 

Vale lembrar que esses sintomas podem estar presentes em doenças respiratórias comuns, como bronquite e pneumonia. Mas, se não houver melhora com o tratamento indicado, uma investigação mais profunda pode ser necessária.

Esses sinais também são citados entre os 7 sintomas do câncer em homens, o que reforça a importância de observar o corpo com atenção.

Quando a tosse persistente é um sinal de alerta?

A tosse é uma reação natural do organismo para limpar as vias respiratórias. Porém, quando dura mais de três semanas e não está relacionada a infecções respiratórias sazonais, pode ser um sinal de alerta.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a tosse com sangue é um sintoma que deve sempre ser investigado, pois pode estar associada a doenças mais graves, incluindo o câncer de pulmão. 

Por isso, se a tosse não passa com o tempo, ou se ela muda de característica (mais seca, mais forte ou com secreção), vale consultar um pneumologista.

Falta de ar e dor no peito indicam algo grave?

Sentir dificuldade para respirar ou dor constante no peito pode ter várias causas. Em alguns casos, isso pode indicar uma obstrução nas vias respiratórias causada por um tumor ou acúmulo de líquido ao redor do pulmão.

A dor no peito relacionada ao câncer no pulmão costuma ser persistente e pode piorar com respiração profunda, tosse ou esforço físico. Já a falta de ar pode surgir mesmo em situações leves do dia a dia, como subir escadas ou caminhar por curtas distâncias.

Esses sintomas não confirmam, por si só, um diagnóstico de câncer. Porém, quando associados a outros sinais, como a tosse crônica e o cansaço, precisam de uma avaliação clínica mais detalhada.

Como o diagnóstico é feito?

O diagnóstico do câncer de pulmão envolve uma série de etapas. O primeiro passo é uma avaliação clínica com histórico do paciente, incluindo hábitos, como tabagismo, histórico familiar e exposição ocupacional.

Os exames iniciais costumam incluir:

• radiografia de tórax;
• tomografia computadorizada;
• biópsia pulmonar, quando necessária.

Esses exames ajudam a identificar a presença de massas ou nódulos suspeitos. Caso confirmada a suspeita, o médico pode solicitar exames adicionais para verificar a extensão da doença, como PET scan ou ressonância magnética.

O que muda no tratamento quando há diagnóstico precoce?

Quando o câncer de pulmão é identificado em estágios iniciais, as chances de controle da doença aumentam. Isso porque, em fases iniciais, o tumor pode estar restrito ao pulmão, sem ter se espalhado para outros órgãos.

Nesses casos, o tratamento pode incluir cirurgia para retirada do tumor, além de quimioterapia e/ou radioterapia, dependendo do tipo e localização. Já em estágios mais avançados, o tratamento tende a ser mais complexo, com foco em controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

O INCA reforça que o diagnóstico precoce está diretamente relacionado à maior chance de sucesso no tratamento. 

Quando procurar um pneumologista?

A consulta com um pneumologista é indicada quando os sintomas respiratórios persistem por mais de duas ou três semanas, especialmente quando incluem tosse seca ou com sangue, falta de ar, dor no peito ou rouquidão sem causa aparente.

Também devem procurar avaliação médica pessoas com histórico de tabagismo ou que trabalham em ambientes com exposição prolongada a substâncias tóxicas. Quanto mais cedo for feita a investigação, maiores as chances de esclarecer a origem dos sintomas.

Bibliografia

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Câncer de pulmão. Ministério da Saúde, 2025. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/pulmao. Acesso em: 25 jul. 2025.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Detecção precoce do câncer. Rio de Janeiro: INCA, 2022. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/deteccao-precoce-do-cancer.pdf. Acesso em: 25 jul. 2025.