Revisado em: 13/11/2025
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A preocupação sobre a relação entre o aumento da próstata e a disfunção erétil é comum. Esclareça suas dúvidas e conheça as opções terapêuticas.

A cena se repete: você acorda no meio da noite com uma vontade urgente de ir ao banheiro, pela segunda ou terceira vez. Essa interrupção do sono, somada à sensação de que a bexiga nunca esvazia completamente, começa a gerar preocupação não apenas com a saúde, mas também com a intimidade e o relacionamento. Essa é uma dúvida frequente no consultório urológico e merece uma resposta clara.
Para entender a conexão, é preciso primeiro separar os conceitos. A próstata aumentada não causa disfunção erétil de forma direta, pois as estruturas anatômicas responsáveis pela ereção não são as mesmas envolvidas no crescimento benigno da glândula.
Urologistas são os especialistas mais indicados para entender o quadro e realizar o tratamento de acordo com o seu caso. A Rede Américas conta com um corpo clínico especializado e de renome.
Contudo, a relação indireta existe e se manifesta de algumas formas. A qualidade de vida do homem pode ser severamente impactada pelos sintomas urinários, o que, por sua vez, afeta a esfera sexual. Embora a HPB não cause diretamente a disfunção erétil, o aumento da próstata pode, sim, impactar o bem-estar sexual masculino.
A Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) é o termo médico para o aumento não cancerígeno da próstata, uma condição comum com o envelhecimento masculino. A próstata, uma glândula do tamanho de uma noz localizada abaixo da bexiga, envolve a uretra. Quando ela cresce, pode comprimir esse canal, dificultando a passagem da urina.
Os principais sintomas incluem:
A ligação entre HPB e disfunção erétil é majoritariamente funcional e psicológica. O desconforto constante, a preocupação com a saúde, a ansiedade e as noites mal dormidas podem diminuir o desejo sexual (libido) e a autoconfiança, fatores essenciais para uma ereção satisfatória.
A condição pode, por exemplo, levar a problemas de ereção e ejaculação, afetando a qualidade de vida e a intimidade.
Além disso, a urgência urinária pode gerar receio durante a relação sexual, criando um estado de alerta que dificulta o relaxamento necessário para a resposta erétil. Em casos mais raros, uma próstata excessivamente grande pode causar uma compressão de nervos e vasos sanguíneos pélvicos, afetando a circulação na região, mas essa não é a causa principal.
Esta é uma preocupação válida e um ponto crucial na discussão com o urologista. Sim, alguns tratamentos para a HPB podem interferir na função sexual. No entanto, a medicina avançou significativamente para minimizar esses efeitos e oferecer alternativas que preservam a qualidade de vida do paciente.
Existem duas classes principais de medicamentos para HPB, e uma delas está mais associada a efeitos na esfera sexual:
É fundamental discutir com o médico os prós e contras de cada opção, pois a escolha dependerá da intensidade dos sintomas e do perfil de cada paciente. Em alguns casos, terapias médicas específicas, como os inibidores de fosfodiesterase-5, podem auxiliar na mitigação dos sintomas relacionados à função sexual.
Quando o tratamento medicamentoso não é suficiente, a cirurgia pode ser indicada. As técnicas evoluíram muito para se tornarem menos invasivas e mais precisas, com o objetivo de preservar os nervos responsáveis pela ereção.
Procedimentos como a Ressecção Transuretral da Próstata (RTU), embora eficazes, apresentam maiores riscos de complicações sexuais. É importante notar que, embora a próstata aumentada possa impactar a função sexual, existem tratamentos cirúrgicos minimamente invasivos que buscam aliviar os sintomas urinários priorizando a saúde sexual.
Essas abordagens visam preservar a função sexual, incluindo a capacidade de ereção e ejaculação, oferecendo uma melhor qualidade de vida ao paciente.
Já técnicas mais modernas, como o laser (HoLEP) ou terapias minimamente invasivas como Rezum (vapor de água) e UroLift, buscam desobstruir o canal urinário com um impacto significativamente menor na função erétil e ejaculatória.
Os sintomas urinários não são exclusivos da HPB. Por isso, a avaliação médica é indispensável para um diagnóstico correto, descartando outras condições como prostatite ou câncer de próstata.
A abordagem ideal combina diagnóstico preciso, comunicação aberta e um plano de tratamento personalizado.
Muitos casos de próstata aumentada podem ser inicialmente manejados com ajustes no estilo de vida, como controle de fluidos, prática regular de exercícios e uma dieta saudável.
Estudos indicam que uma alimentação rica em vegetais, frutas, nozes, legumes e peixes, com menor consumo de carne vermelha, pode trazer benefícios tanto para a função erétil quanto para a redução dos sintomas da próstata aumentada.
Portanto, é perfeitamente possível ter uma vida sexual ativa e satisfatória mesmo com o diagnóstico de próstata aumentada. O segredo está em buscar ajuda especializada e encontrar, junto ao seu médico, o caminho que equilibre o alívio dos sintomas urinários com a manutenção do seu bem-estar sexual.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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