Quais são os principais sintomas da Dengue

Identificar os sinais iniciais da dengue é crucial para buscar atendimento precoce. Conforme o Digital Health (2025), os sintomas mais característicos costumam aparecer entre 3 e 14 dias após a picada do mosquito, com duração média de 2 a 7 dias. 

Veja as manifestações mais comuns:

• Febre acima de 38.5°C: início súbito, muitas vezes acompanhada de calafrios (citado em 90% dos casos do Ministério da Saúde).
• Dor retroorbital: sensação de pressão intensa atrás dos olhos que piora com movimentos oculares.
• Mialgia severa: dores musculares debilitantes, especialmente nas costas e articulações;
• Exantema cutâneo: manchas vermelhas que surgem no tórax e braços entre o 2º e 5º dia.
• Prostração intensa: fraqueza extrema que dificulta atividades diárias.

Além disso, quando analisamos os dados epidemiológicos da OMS, cerca de 70% dos pacientes apresentam sintomas sistêmicos como:

• Náuseas e vômitos persistentes
• Dor de cabeça frontal incapacitante
• Perda de apetite e aversão alimentar
• Tonturas ao levantar-se

A fase febril da dengue inicial exige atenção especial com hidratação. Vale ressaltar que os sintomas podem variar conforme idade: as crianças, por exemplo, tendem a apresentar mais vômitos, enquanto idosos relatam mais prostração.

Você já experimentou mal-estar inexplicável após visitar áreas endêmicas? Esses sinais podem ser o primeiro alerta. Para entender como diferenciar da gripe comum, confira nossa seção dedicada ao assunto.

Como diferenciar a dengue da gripe comum

É muito comum confundir os sintomas da dengue com a gripe, além de ser um erro perigoso que pode atrasar o diagnóstico e precipitar complicações graves. 

Enquanto a gripe geralmente resolve-se espontaneamente, a dengue exige monitoramento constante para identificar sinais de alerta precocemente.

Principais diferenças sintomáticas (Fonte: Boletim Epidemiológico MS/2025)

O papel diferenciador da dor muscular

A mialgia intensa é um marco clínico da dengue. Enquanto na gripe as dores são difusas, na dengue concentram-se nas coxas e região lombar, frequentemente descritas como "dor nos ossos". 

Essa característica é tão distintiva que a doença já foi chamada de "febre quebra-ossos".

A ausência de sintomas respiratórios é um alerta importante

Conforme destacado pela OMS, a ausência de sintomas respiratórios predominantes é um diferencial crucial. Enquanto na gripe predominam a tosse persistente, a congestão nasal e a dor de garganta; na dengue essas manifestações são incomuns. Caso apareçam, são leves e transitórias.

Importante: Um estudo multicêntrico publicado em Digital Health (2025) demonstrou que a dor retroorbital (atrás dos olhos) é 17 vezes mais frequente em casos de dengue do que em infecções gripais.

Sinais exclusivos da dengue que exigem atenção imediata

Algumas manifestações raramente ocorrem na gripe, sendo quase exclusivas da dengue:

• Manchas vermelhas que não desaparecem à pressão (petéquias)
• Sangramento gengival espontâneo
• Vômitos persistentes com ou sem sangue
• Dor abdominal intensa contínua

Ainda segundo dados do Ministério da Saúde, 92% dos casos graves de dengue apresentaram pelo menos um desses sintomas diferenciais nos estágios iniciais.

Caso apresente febre e alguém da região tenha diagnóstico confirmado, não espere sintomas graves: busque avaliação médica imediata. A detecção precoce é o fator mais importante para o prognóstico favorável.

Sinais de alerta para dengue grave

O agravamento da dengue ocorre quando o vírus causa alterações significativas na permeabilidade vascular e no sistema de coagulação. 

A transição para a forma grave geralmente acontece entre o 3º e 7º dia de sintomas, coincidindo com o declínio da febre. 

Eis os principais marcadores clínicos:

Critérios clínicos de emergência

Em casos mais graves de dengue, o corpo pode apresentar sinais de alerta que indicam a necessidade de atendimento médico imediato. Esses critérios clínicos de emergência ajudam a identificar complicações que podem evoluir rapidamente e exigem acompanhamento hospitalar. 

Abaixo, veja os principais sintomas que merecem atenção redobrada.

• Dor abdominal contínua e intensa: sinaliza possível extravasamento plasmático ou inflamação hepática
• Vômitos incoercíveis: mais de 3 episódios/hora por 2 horas consecutivas
• Sangramentos mucosos: epistaxe (sangue nasal), gengivorragia ou petéquias disseminadas
• Alterações hemodinâmicas: hipotensão, taquicardia (>120 bpm), pulsos periféricos filiformes
• Hepatomegalia dolorosa: aumento hepático >2 cm abaixo do rebordo costal

Indicadores laboratoriais de gravidade

Relação plaquetas-hemorragia: uma cadeia perigosa

A trombocitopenia (queda de plaquetas) ocorre pela:

1. Destruição viral direta dos megacariócitos
2. Adesão plaquetária a endotélio lesionado
3. Fenômenos autoimunes

O estudo publicado em Digital Health (2025) indicou que os valores abaixo de 50.000/mm³ aumentam em 12x o risco de hemorragias espontâneas. Quando associados à hipotensão, configuram a síndrome do choque da dengue.

Regra prática para populações vulneráveis

Crianças e idosos podem apresentar sinais atípicos: confusão mental substitui a dor abdominal, enquanto hipotermia mascara a febre. Fique alerta para:

• Mãos e pés frios com pulsos finos
• Diferencial térmico >3°C entre tronco e extremidades
• Tempo de preenchimento capilar >2 segundos

Importante: apenas 8,8% dos pacientes com sinais de alerta evoluem para complicações graves quando tratados nas primeiras 24 horas. Procure a UPA imediatamente ao identificar qualquer item desta lista.

Bibliografia

KARHU, J. et al. Ethical artificial intelligence in healthcare: a systematic review. Digital Health, v. 10, 2024. DOI: 10.1177/20552076251353292.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (OPAS). Desafios e inovações em saúde pública nas Américas. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 47, 2025. DOI: 10.26633/RPSP.2025.57.

Veja também:

• Dengue na gravidez: o que é e quando buscar atendimento médico de urgência