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Essa dor muscular que surge após o exercício tem um papel fundamental nos seus resultados. Saiba por que mascará-la pode ser um erro.

Você termina um treino intenso, sente os músculos fatigados, mas satisfeitos. No dia seguinte, porém, a história é outra: cada movimento é um lembrete do esforço feito. A tentação de abrir a caixa de remédios e tomar um relaxante muscular é grande, mas essa atitude pode não ser a melhor para o seu corpo e seus objetivos.
Aquela dor difusa que aparece entre 24 e 48 horas após um exercício mais intenso ou diferente do habitual tem nome: Dor Muscular de Início Tardio (DMIT). Ela é uma resposta fisiológica natural do organismo.
Durante o exercício, especialmente na musculação, as fibras musculares sofrem microlesões. O corpo, então, inicia um processo inflamatório controlado para reparar essas fibras, tornando-as mais fortes e resistentes.
Assim, essa dor é, em grande parte, um sinal positivo de que seus músculos estão se adaptando ao estímulo. Além disso, pesquisas indicam que essa sensação de dor que surge dias após o esforço pode ter origem mais na fáscia, o tecido conjuntivo que envolve os músculos, do que nas próprias fibras musculares, o que é um fator relevante ao pensar em tratamentos como os relaxantes musculares.
O fisiatra pode indicar como está o seu corpo para a prática de exercícios. Agende a sua consulta.
É fundamental saber diferenciar o desconforto esperado de um problema mais sério. Um relaxante muscular pode mascarar uma lesão, adiando o diagnóstico e o tratamento corretos. Veja as principais diferenças:
Embora pareça uma solução rápida, o uso indiscriminado de relaxantes musculares no pós-treino pode trazer mais prejuízos do que benefícios por três motivos principais.
A dor é um sistema de alarme do corpo. Ao tomar um medicamento que bloqueia esse sinal, você pode se sentir bem o suficiente para treinar novamente antes da recuperação completa ou para realizar movimentos que poderiam agravar uma pequena lesão, transformando-a em um problema sério.
Leia também: Quanto tempo a dor depois do treino dura?
O processo inflamatório que causa a dor pós-treino é essencial para a sinalização celular que leva ao ganho de massa muscular (hipertrofia). Medicamentos como relaxantes musculares e anti-inflamatórios podem interferir nessa cascata de eventos bioquímicos, diminuindo a resposta adaptativa do corpo ao treino e, consequentemente, seus resultados a longo prazo.
Relaxantes musculares atuam no sistema nervoso central e podem causar sonolência, tontura, fraqueza e diminuição dos reflexos. Esses efeitos colaterais afetam não apenas seu desempenho no dia a dia, como também aumentam o risco de acidentes, seja ao dirigir ou ao executar tarefas que exigem atenção.
É importante notar que a ciência ainda enfrenta desafios para prever com total precisão como esses medicamentos afetarão cada pessoa, tanto em termos de eficácia quanto de possíveis efeitos tóxicos, ressaltando a necessidade de cautela no seu uso.
O uso desses medicamentos não é proibido, mas deve ser criterioso. Eles são ferramentas úteis quando prescritos por um profissional de saúde para condições específicas que vão além da dor fisiológica do exercício.
Situações como contraturas musculares (quando um músculo ou parte dele se contrai de forma incorreta e não volta ao estado normal de relaxamento), torcicolos ou espasmos dolorosos podem se beneficiar do uso pontual de relaxantes musculares.
Para o alívio de câimbras musculares, por exemplo, estudos mostram que compostos como metocarbamol, baclofeno e orfenadrina podem ser eficazes e relativamente seguros, mesmo em pacientes com condições hepáticas como a cirrose. Contudo, a automedicação nunca é o caminho ideal.
Em vez de recorrer imediatamente à farmácia, invista em estratégias de recuperação que trabalham a favor do seu corpo. Elas não só aliviam o desconforto como otimizam seus ganhos.
É importante destacar que, embora muitas pessoas recorram a suplementos antioxidantes, como as vitaminas C e E, estudos mostram que eles não são eficazes na redução significativa da dor muscular que aparece de um a quatro dias após o exercício.
A dor comum do treino melhora sozinha. Entretanto, fique atento a sinais de que algo mais sério pode ter acontecido. Procure uma avaliação médica se você apresentar:
Lembre-se que a paciência é uma virtude no processo de construção de um corpo mais forte. A dor pós-treino faz parte da jornada, e aprender a gerenciá-la com estratégias naturais é mais inteligente e seguro do que simplesmente silenciá-la com medicamentos.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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