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Pode comer cuscuz na dieta? mitos e verdades sobre o prato

Entenda como esse alimento tradicional pode fazer parte de um plano alimentar para perda de peso de forma saudável e nutritiva.o em dietas de emagrecimento, desde que consumido com moderação e estratégia.

Veja um resumo:
  • O cuscuz pode ser incluído em dietas de emagrecimento, desde que consumido com moderação e estratégia.
  • É uma fonte de carboidrato complexo, livre de glúten (na versão de milho), que fornece energia de forma gradual.
  • Combinar o cuscuz com fontes de proteína e fibras, como ovos e legumes, aumenta a saciedade.
  • Comparado ao pão francês, o cuscuz geralmente possui menos calorias e mais nutrientes por porção.
  • A forma de preparo e os acompanhamentos são cruciais para determinar se a refeição será calórica.
cuscuz com folhas no topo

O cheiro de cuscuz quentinho saindo da cuscuzeira pela manhã é uma memória afetiva para muitos brasileiros. Mas, ao iniciar uma dieta para emagrecer, uma dúvida comum surge: será que esse prato tão querido precisa ser cortado do cardápio? A resposta pode surpreender.

O cuscuz é um aliado ou vilão do emagrecimento?

Nenhum alimento isoladamente é capaz de engordar ou emagrecer. O cuscuz, feito a partir da farinha de milho (flocão), é uma fonte de carboidrato e, como tal, fornece energia para o corpo. De fato, o cuscuz de milho oferece carboidratos, gorduras, proteínas e fibras insolúveis, essenciais para a energia diária que o corpo precisa. O segredo para seu consumo em uma dieta está no equilíbrio, nas porções e nas combinações.

Quando inserido de maneira correta em um plano alimentar, o cuscuz pode ser um grande aliado. Ele promove saciedade, é versátil e pode substituir outras fontes de carboidratos, como o pão branco e o arroz, muitas vezes com vantagens nutricionais. Portanto, ele não é um vilão, mas sim um alimento que exige estratégia.

Quais são os benefícios nutricionais do cuscuz?

O cuscuz de milho se destaca por seu perfil nutricional, que vai além de ser apenas uma fonte de energia. Seus principais benefícios incluem os seguintes pontos.

Fonte de energia complexa

Por ser um carboidrato complexo, sua digestão é mais lenta em comparação com os carboidratos simples, como os do açúcar e da farinha branca. Isso significa que ele libera glicose na corrente sanguínea de forma mais gradual, fornecendo energia por mais tempo e ajudando a evitar picos de insulina, que podem levar ao acúmulo de gordura.
O cuscuz, especialmente o feito de trigo duro, é uma boa fonte de proteínas vegetais, carboidratos e fibras que enriquecem a dieta com nutrientes essenciais. A versão de trigo durum, por exemplo, pode contribuir com até 20% da proteína e das calorias diárias necessárias, mostrando sua importância nutricional.

Rico em fibras e vitaminas

O cuscuz de milho contém fibras alimentares, que são fundamentais para o bom funcionamento do intestino e para aumentar a sensação de saciedade, o que ajuda a controlar o apetite. A inclusão de grãos integrais na dieta, como o cuscuz preparado com essas variedades, pode ajudar a reduzir o colesterol e a controlar os níveis de açúcar no sangue. Além disso, é fonte de vitaminas do complexo B, como a B1, e minerais como selênio, magnésio e fósforo.

Opção naturalmente sem glúten

Para pessoas com doença celíaca ou sensibilidade ao glúten não celíaca, o cuscuz de milho é uma excelente opção de carboidrato. Ele não contém a proteína, sendo uma alternativa segura e nutritiva para incluir em diversas refeições.

Como incluir o cuscuz na dieta de forma estratégica?

Para que o cuscuz contribua para o emagrecimento, a forma de preparo e consumo é fundamental. Adotar algumas práticas simples transforma o prato em uma refeição equilibrada.

Controle as porções

A quantidade é o fator mais importante. Uma porção adequada para uma refeição principal geralmente varia entre 2 a 4 colheres de sopa de cuscuz já pronto. Essa quantidade pode mudar conforme as necessidades energéticas individuais, que devem ser avaliadas por um nutricionista.

Combine com proteínas e fibras

Consumir o cuscuz isoladamente pode não garantir saciedade por muito tempo. A melhor estratégia é sempre acompanhá-lo de uma boa fonte de proteína magra e fibras:

  • Proteínas: ovos mexidos ou cozidos, frango desfiado, carne moída magra ou queijos brancos, como o cottage.
  • Fibras: adicione vegetais ao preparo, como tomate, cebola e pimentão, ou sirva com uma salada de folhas verdes.

Essa combinação retarda a digestão do carboidrato, controla os níveis de açúcar no sangue e prolonga a sensação de estar satisfeito.

Evite acompanhamentos calóricos

O que torna o cuscuz uma refeição calórica são os acompanhamentos. Evite adicionar grandes quantidades de manteiga, margarina, requeijão cremoso, carnes gordurosas (como charque ou bacon) e embutidos. Prefira o preparo simples, apenas com água e uma pitada de sal.

Cuscuz ou pão francês: qual a melhor escolha na dieta?

Essa é uma das dúvidas mais frequentes. Nutricionalmente, o cuscuz costuma ser uma opção mais interessante que o pão francês tradicional, feito de farinha de trigo refinada. Veja a comparação com base em porções de 50 gramas:

NutrienteCuscuz de Milho (50g, cozido)Pão Francês (50g, 1 unidade)
CaloriasAproximadamente 55-65 kcalAproximadamente 140-150 kcal
CarboidratosAproximadamente 12-14 gAproximadamente 28-30 g
Fibras~1 g~1 g
GlútenNão contémContém

Os dados mostram que, na mesma quantidade, o cuscuz tem menos da metade das calorias e dos carboidratos do pão francês. Isso permite um maior controle calórico e oferece mais saciedade devido ao seu volume, sendo uma escolha mais inteligente para dietas de emagrecimento.

Qual a frequência ideal de consumo?

Não há uma regra fixa sobre comer cuscuz todos os dias. A chave para uma alimentação saudável é a variedade. Incluir o cuscuz em algumas refeições na semana, como no café da manhã ou no jantar, em substituição a outras fontes de carboidrato, é uma prática perfeitamente saudável.

O mais importante é variar o cardápio para garantir a ingestão de diferentes nutrientes. Alternar o cuscuz com outras fontes de carboidratos complexos, como batata-doce, aipim (mandioca) e arroz integral, é a melhor abordagem. Sempre converse com seu médico ou nutricionista para adequar o consumo à sua realidade.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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  • O tratamento varia e pode incluir desde mudanças no estilo de vida e medicamentos até procedimentos como ablação por cateter e implante de marcapasso ou cardiodesfibrilador;