Revisado em: 19/12/2025
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A condição indica uma perda de massa óssea que, sem os devidos cuidados, pode evoluir para um quadro mais grave de osteoporose

Você talvez nunca tenha pensado muito na saúde dos seus ossos. Eles estão lá, dando sustentação ao corpo, silenciosamente.
Até que, em um exame de rotina, o médico menciona um termo que soa um pouco preocupante: osteopenia. Essa palavra pode gerar dúvidas e ansiedade, mas entender o que ela significa é o primeiro passo para tomar o controle da sua saúde óssea.
A osteopenia é uma condição clínica que indica a perda de densidade mineral óssea (DMO). Em termos mais simples, seus ossos se tornaram menos densos e um pouco mais frágeis do que o ideal para a sua idade, mas ainda não a ponto de serem classificados como osteoporose.
Essa condição é considerada o primeiro sinal de enfraquecimento dos ossos. A osteopenia se enquadra nas doenças metabólicas ósseas, que afetam o metabolismo, a massa e a qualidade dos ossos. Ao diminuir a resistência óssea, ela aumenta o risco de fraturas.
Pense na osteopenia como um sinal de alerta amarelo. Ela não é considerada uma doença, mas sim um fator de risco importante.
Se não for adequadamente gerenciada, a perda de massa óssea pode continuar, evoluindo para a osteoporose. Uma condição mais grave que aumenta significativamente o risco de fraturas.
A principal diferença entre as duas condições está no grau de perda de massa óssea, que é medido por um exame chamado densitometria óssea. O resultado, conhecido como T-score (ou escore-T), compara a sua densidade óssea com a de um adulto jovem saudável.
Portanto, a osteopenia representa um estágio intermediário. Agir nesse momento é fundamental para fortalecer os ossos e evitar que a condição progrida.
Nossos ossos estão em constante remodelação. O corpo remove tecido ósseo antigo e o substitui por tecido novo. Por volta dos 30 anos, atingimos o pico de massa óssea. Depois disso, o processo de reabsorção óssea tende a se tornar mais rápido que o de formação, levando a uma perda gradual de densidade.
Diversos fatores podem acelerar esse processo e contribuir para o desenvolvimento da osteopenia. Os principais são:
Embora qualquer pessoa possa desenvolver osteopenia, alguns grupos são mais vulneráveis. Mulheres no período pós-menopausa representam o grupo de maior risco devido à diminuição abrupta do estrogênio, um hormônio que protege os ossos.
Além delas, idosos de ambos os sexos, pessoas com baixo peso corporal, indivíduos com distúrbios alimentares ou doenças que afetam a absorção de nutrientes (como a doença celíaca) também devem ter atenção redobrada.
Esta é uma das características mais importantes da osteopenia: ela geralmente é uma condição silenciosa. Não há dores ou sinais externos de que a densidade óssea está diminuindo. Muitas vezes, a pessoa só descobre o quadro ao realizar uma densitometria óssea por indicação médica ou, em casos mais avançados, após sofrer uma fratura.
No entanto, em adultos com problemas de mineralização óssea mais avançados, ou em condições como a osteomalácia (similar à osteopenia na redução da resistência óssea), podem surgir sintomas. Isso inclui dor crônica nos ossos e articulações, fadiga, fraturas causadas por estresse (pseudifratura) e o desenvolvimento precoce de osteoartrite.
É por isso que a avaliação médica preventiva, especialmente para os grupos de risco, é tão crucial. O diagnóstico precoce permite a implementação de medidas para frear a perda óssea.
O diagnóstico é realizado por meio da densitometria óssea (DXA ou DEXA). Trata-se de um exame rápido, indolor e não invasivo que utiliza uma baixa dose de raios-X para medir a quantidade de mineral nos ossos, principalmente na coluna lombar e no fêmur.
O resultado do exame fornece o T-score, que, como vimos, classifica a saúde óssea em normal, osteopenia ou osteoporose. Esse diagnóstico é o ponto de partida para que o médico possa traçar um plano de cuidados individualizado.
O foco principal do manejo da osteopenia é interromper a perda de massa óssea e, se possível, aumentar a densidade para prevenir a osteoporose e futuras fraturas. A abordagem raramente envolve medicamentos na fase inicial, concentrando-se em mudanças no estilo de vida.
Uma dieta balanceada é a base da saúde óssea. É fundamental garantir a ingestão adequada de:
Os ossos se fortalecem quando são submetidos a impacto e carga. Assim, a prática regular de exercícios é indispensável. As melhores atividades incluem:
Abandonar o cigarro e reduzir o consumo de bebidas alcoólicas são medidas que impactam diretamente a saúde óssea. O tabaco e o álcool interferem na capacidade do corpo de absorver cálcio e na atividade das células formadoras de osso.
Em alguns casos, o médico pode indicar a suplementação de cálcio e vitamina D se a ingestão pela dieta não for suficiente. O acompanhamento regular com um especialista, como um reumatologista ou endocrinologista, é vital para monitorar a densidade óssea e ajustar o plano de cuidados conforme necessário.
Sim, em muitos casos é possível melhorar a densidade mineral óssea e reverter o quadro de osteopenia, ou ao menos estabilizá-lo para que não evolua. Com a adesão disciplinada a uma dieta adequada, um programa de exercícios e outras orientações médicas, muitas pessoas conseguem recuperar parte da massa óssea perdida.
O mais importante é encarar o diagnóstico não como uma sentença, mas como uma oportunidade de adotar hábitos mais saudáveis que beneficiarão não apenas os ossos, mas todo o corpo.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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