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Entenda o que é a medicina hiperbárica e como é o tratamento com oxigênio

A medicina hiperbárica usa oxigênio puro para regenerar tecidos

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A recuperação de tecidos e o combate à infecção de maneira eficaz tem colocado a medicina hiperbárica em destaque. Mas, afinal, o que é medicina hiperbárica? 

De maneira simples e direta, é uma modalidade terapêutica que utiliza o oxigênio puro para promover a cura e a regeneração celular. A pressão elevada é usada para que isso ocorra. O tratamento mais conhecido dessa área médica é a oxigenoterapia hiperbárica.

Ela permite que seja feito o manejo de feridas complexas e condições isquêmicas, onde a oxigenação tradicional é insuficiente. Isso porque aumenta significativamente a concentração de oxigênio circulando no sangue. 

O que é medicina hiperbárica?

A medicina hiperbárica é uma área de atuação médica que se concentra no estudo e aplicação de tratamentos em ambientes com a pressão do ar superior a pressão atmosférica, o chamado hiperbarismo. 

O tratamento mais conhecido e aplicado é a oxigenoterapia hiperbárica (OHB). O paciente é colocado na câmara hiperbárica e respira oxigênio puro, com uma pressão 2 a 3 vezes maior que a pressão atmosférica ao nível do mar.

A câmara hiperbárica é resistente à pressão e pode ser de dois tipos. Ela pode comportar apenas um paciente por vez, sendo pressurizada com oxigênio puro (O2). 

O outro tipo acomoda vários pacientes ao mesmo tempo, sendo pressurizada com ar comprimido. Nesse caso, o oxigênio é fornecido para cada pessoa através de máscaras ou capacetes.

Como funciona o tratamento hiperbárico?

A maneira como a oxigenoterapia hiperbárica funciona está baseada em princípios da física  que potencializam a capacidade do corpo de absorver e utilizar o oxigênio. 

O principal deles é a lei de Henry. Ela estabelece que a solubilidade de um gás em um líquido aumenta quando há elevação da pressão do gás sobre o líquido.

Sendo assim, ao respirar oxigênio puro sob uma pressão elevada, a concentração do gás no plasma sanguíneo aumenta exponencialmente. Ela pode chegar a ser até 20 vezes maior do que o volume que circula em condições normais.

O oxigênio extra é transportado pelas hemácias e pelo plasma, e consegue chegar em áreas do corpo onde a circulação está comprometida ou os tecidos estão em sofrimento. 

Isso significa dizer que chega em áreas onde o gás ligado à hemoglobina não chegaria em quantidade suficiente. Por isso o tratamento mantém os tecidos funcionais, prevenindo a necrose e a necessidade de amputações.

Pode ser utilizado também para combater infecções. A alta concentração de O2 é tóxica para bactérias anaeróbicas (que sobrevivem sem oxigênio) e reforça o funcionamento de certos antibióticos. Além de estimular o sistema imunológico, tornando o tratamento para infecções graves mais eficiente.

Também estimula a formação de novos vasos sanguíneos, a proliferação de fibroblastos e a formação de colágeno. Todos esses fatores são importantes para a cicatrização. 

A redução do inchaço (edema) também é característica da oxigenoterapia hiperbárica. O edema diminui por causa do estreitamento dos vasos sanguíneos, e não compromete a oxigenação dos tecidos.

O tratamento hiperbárico ajuda a neutralizar substâncias tóxicas, como no caso de intoxicação por monóxido de carbono. Ele acelera a eliminação da carboxiemoglobina, que se liga à hemoglobina e impede o transporte de oxigênio para as células.

Um outro princípio físico utilizado é a lei de Boyle. Ela explica como o aumento da pressão diminui o volume das bolhas de gás. Por isso, o tratamento também é utilizado em pacientes com embolia gasosa (presença de bolhas de ar na corrente sanguínea) e doença descompressiva.

Fale com nossos especialistas e descubra se o tratamento hiperbárico é indicado para o seu caso.

Indicações da medicina hiperbárica

O que é a medicina hiperbárica está muito ligado a oxigenoterapia hiperbárica, o principal esquema terapêutico utilizado dentro da especialidade. A terapia é considerada um tratamento complementar, mas importante para diversas patologias.

As indicações são estabelecidas por órgãos regulamentadores como o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica (SBMH). 

As principais são:

  • Feridas de difícil cicatrização: queimaduras extensas, úlceras diabéticas (pé diabético), úlceras por pressão (escaras), úlceras por vasculites e feridas crônicas que não respondem ao tratamento convencional, chamadas de refratárias
  • Infecções graves: infecções necrotizantes de tecidos moles (como a mionecrose clostridial ou gangrena gasosa), infecções bacterianas e fúngicas refratárias
  • Lesões por radiação: necrose por radiação em tecidos moles e ossos (osteorradionecrose), lesões tardias de bexiga, intestinos ou cérebro causadas por radioterapia
  • Isquemias traumáticas: lesões por esmagamento, amputações traumáticas e outras formas de isquemia aguda
  • Condições ósseas: osteomielite crônica e refratária (infecção óssea)
  • Intoxicações: envenenamento por monóxido de carbono (CO) e intoxicação por cianeto
  • Acidentes de mergulho: doença descompressiva e embolia gasosa arterial
  • Cirurgia plástica: enxertos e retalhos de pele comprometidos, com risco de insucesso

A indicação também existe para pessoas que sofrem com anemia grave e para quem tem abscesso cerebral, que é um acúmulo de pus no cérebro. 

Efeitos colaterais e cuidados

A OHB possui contraindicações e exige cuidados específicos, assim como outros tratamentos. 

Efeitos colaterais e cuidados

O efeito colateral mais comum é o barotrauma, lesão causada no ouvido ou nos seios da face pela diferença de pressão. A prevenção é feita com manobras de compensação de pressão, como engolir ou bocejar. 

Em casos raros, pode ocorrer toxicidade pelo oxigênio no sistema nervoso central ou nos pulmões, podendo levar a convulsões ou edema pulmonar. O efeito pode ser controlado pelo controle rigoroso da pressão e do tempo de exposição.

Alterações visuais temporárias como a miopia também podem acontecer. O tratamento hiperbárico deve ser sempre acompanhado por um médico formado em medicina hiperbárica, em clínicas ou hospitais certificados pela ANVISA. Para garantir a segurança e eficácia do procedimento.

Contraindicações

As contraindicações absolutas, ou seja, quem não pode realizar o procedimento de forma alguma são para as pessoas com pneumotórax não tratado, que estão fazendo uso de certos medicamentos (doxorrubicin, dissulfiram, cis-platinum) e grávidas. 

Em outros casos como infecções de vias aéreas superiores, enfisema pulmonar grave, cirurgia torácica ou do ouvido recente e claustrofobia a contraindicação é relativa. Isso significa dizer que ela exige avaliação médica cuidadosa, sendo observado caso a caso

Também é preciso ter cuidado em casos de doença pulmonar obstrutiva, bolhas pulmonares assintomáticas na radiografia de tórax, febre não controlada e de histórico de pneumotórax espontâneo.

Entender o que é medicina hiperbárica é compreender o poder terapêutico do oxigênio em condições de alta pressão. Ela é um importante recurso de apoio às outras especialidades médicas.

O tratamento deve ser realizado apenas sob indicação e acompanhamento médico, em centros especializados e devidamente certificados. Isso garante a segurança do paciente e a eficácia do procedimento.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

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