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O que é leucemia? Entenda o tipo de câncer que afeta o sangue e tratamentos

Doença que se origina na medula óssea compromete as células de defesa do corpo. Saiba como identificar os sinais e a importância do diagnóstico.

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Um cansaço que não passa mesmo depois de uma boa noite de sono. Uma mancha roxa que aparece na perna sem que você se lembre de ter batido em algum lugar. Esses sinais, muitas vezes ignorados, podem ser o primeiro alerta para uma condição séria que se desenvolve silenciosamente no sangue: a leucemia.

É importante saber que a leucemia é um tipo de câncer que se origina nas células do sangue, do sistema linfático ou da medula óssea. Existem mais de 100 subtipos da doença, cada um com características e prognósticos variados.

O que exatamente acontece no corpo quando se tem leucemia?

Para entender a leucemia, primeiro é preciso conhecer a função da medula óssea. Localizada no interior dos ossos, ela é a fábrica do nosso sangue, produzindo três tipos principais de células: os glóbulos vermelhos (que transportam oxigênio), os glóbulos brancos (que combatem infecções) e as plaquetas (que ajudam na coagulação).

A leucemia começa quando uma célula-tronco da medula óssea sofre uma mutação genética. Essa mutação a transforma em uma célula cancerosa. Diferente de uma célula normal, ela não amadurece corretamente e se multiplica de forma muito rápida e descontrolada.

Com o tempo, essas células doentes, chamadas blastos, se acumulam na medula óssea. Elas ocupam o espaço das células saudáveis, prejudicando a produção normal de sangue. A leucemia também altera o ambiente da medula óssea, o que dificulta ainda mais a produção de células sanguíneas saudáveis e causa os sintomas da doença. É por isso que a leucemia é popularmente conhecida como "câncer no sangue".

Um oncologista é o especialista indicado para o acompanhamento desse tipo de condição.

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Quais são os principais tipos de leucemia?

A leucemia é classificada com base em dois critérios principais: a velocidade de progressão da doença e o tipo de glóbulo branco afetado. Isso resulta em quatro tipos mais comuns.

  • Velocidade de progressão:
  • Aguda: a doença progride rapidamente, com um acúmulo veloz de células anormais que não funcionam.
  • Crônica: a progressão é mais lenta. As células cancerosas podem, inicialmente, realizar algumas de suas funções, e os sintomas demoram mais a aparecer.
  • Tipo de célula afetada:
  • Linfoide (ou linfoblástica): afeta as células linfoides, que dão origem aos linfócitos (um tipo de glóbulo branco).
  • Mieloide (ou mieloblástica): afeta as células mieloides, que produzem glóbulos vermelhos, plaquetas e outros tipos de glóbulos brancos.

A combinação desses critérios define os quatro tipos principais:

Tipo de Leucemia

Descrição Breve

 

Leucemia Linfoide Aguda (LLA)

É o tipo mais comum em crianças. Progride rapidamente.

Leucemia Mieloide Aguda (LMA)

Afeta tanto adultos quanto crianças, mas é mais comum em idosos. Também avança rápido.

Leucemia Linfoide Crônica (LLC)

Afeta principalmente adultos com mais de 55 anos. A progressão é lenta.

Leucemia Mieloide Crônica (LMC)

Ocorre majoritariamente em adultos e tem uma evolução lenta no início.

Leucemia Linfoide Aguda (LLA) é o tipo mais comum em crianças. Este tipo de câncer de sangue em células B tem altas chances de cura, o que tem levado a muitas pesquisas para otimizar os tratamentos e reduzir sua intensidade.

Já a Leucemia Mieloide Aguda (LMA) é uma doença grave. Apesar dos avanços recentes no tratamento, a LMA ainda é responsável pela morte de mais da metade dos pacientes afetados.

Quais são os sinais e sintomas mais comuns da leucemia?

Os sintomas da leucemia surgem devido à falta de células sanguíneas normais. Eles podem ser vagos no início, mas tendem a piorar conforme as células doentes se acumulam.

Sinais ligados à falta de glóbulos vermelhos (anemia)

A redução dos glóbulos vermelhos diminui a oxigenação do corpo, causando:

  • Fadiga e cansaço extremos;
  • Fraqueza e falta de ar durante atividades físicas;
  • Palidez na pele e nas mucosas.

Sinais ligados à falta de plaquetas

Com poucas plaquetas, a capacidade de coagulação do sangue fica comprometida. Isso pode levar a:

  • Manchas roxas (hematomas) que aparecem com facilidade;
  • Sangramentos espontâneos no nariz ou gengivas;
  • Pontos vermelhos na pele (petéquias).

Sinais ligados ao excesso de glóbulos brancos doentes

Apesar de haver muitos glóbulos brancos, eles são defeituosos e não protegem o corpo adequadamente. Isso resulta em:

  • Infecções recorrentes ou que demoram a sarar;
  • Febre ou calafrios sem causa aparente.

Outros sinais e sintomas

O acúmulo de células leucêmicas em outras partes do corpo pode causar:

  • Aumento dos gânglios linfáticos (ínguas), principalmente no pescoço e axilas;
  • Dor nos ossos e nas articulações;
  • Perda de peso inexplicada e perda de apetite;
  • Desconforto abdominal causado pelo inchaço do baço ou do fígado.

Como a leucemia é diagnosticada?

A suspeita de leucemia geralmente começa com a avaliação dos sintomas pelo médico e um exame físico. Para confirmar o diagnóstico, uma série de exames é necessária.

  1. Exames de sangue: o primeiro passo é o hemograma completo. Este exame avalia a contagem de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas. Resultados anormais, como um número muito alto ou baixo de leucócitos e a presença de células imaturas (blastos), são fortes indicativos da doença.
  2. Exames da medula óssea: para confirmar o diagnóstico e identificar o tipo exato de leucemia, são coletadas amostras da medula óssea. Os dois principais procedimentos são:
  • Mielograma: uma agulha fina é usada para aspirar uma pequena quantidade do líquido da medula óssea.
  • Biópsia da medula óssea: um pequeno fragmento do osso com a medula é retirado para análise.
  1. Outros testes: Exames genéticos e moleculares são realizados nas amostras para identificar mutações específicas, auxiliando no prognóstico e tratamento. Para a leucemia linfoblástica aguda, pode-se também investigar a doença residual mínima (MRD) por meio de testes como PCR ou citometria de fluxo.

Quais fatores podem aumentar o risco de desenvolver leucemia?

Na maioria dos casos, a causa da leucemia é desconhecida. No entanto, alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolver a doença. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), eles incluem:

  • Exposição a produtos químicos: o contato prolongado com substâncias como o benzeno está associado a um maior risco de LMA.
  • Exposição à radiação: altas doses de radiação ionizante podem aumentar o risco.
  • Tratamentos prévios de câncer: alguns tipos de quimioterapia e radioterapia podem elevar o risco de desenvolver uma leucemia secundária anos depois.
  • Condições genéticas: certas síndromes, como a Síndrome de Down, estão associadas a um risco aumentado de leucemia aguda.

Leucemia tem cura?

Sim, as chances de cura para a leucemia existem e têm aumentado significativamente nas últimas décadas, graças aos avanços no tratamento. O objetivo principal do tratamento é destruir as células leucêmicas para que a medula óssea volte a produzir células normais. As abordagens variam conforme o tipo de leucemia, a idade e o estado de saúde geral do paciente.

Os tratamentos podem incluir quimioterapia, terapia-alvo, imunoterapia e, em alguns casos, o transplante de medula óssea. O acompanhamento com uma equipe médica especializada, incluindo hematologistas e oncologistas, é fundamental para definir a melhor estratégia terapêutica e aumentar as chances de remissão da doença.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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