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Hipertensão arterial sistêmica: o que é, riscos e como controlar

Entenda por que essa condição silenciosa afeta milhões de brasileiros e descubra como o diagnóstico e o controle são fundamentais para uma vida longa e saudável.

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A cena pode ser familiar: durante uma consulta de rotina, o aparelho de pressão é colocado no seu braço. Aquele aperto momentâneo é seguido por um resultado numérico que, muitas vezes, não recebe a devida atenção. No entanto, esses números são um dos indicadores mais importantes da sua saúde cardiovascular.

O que é hipertensão arterial sistêmica (HAS)?

A hipertensão arterial sistêmica, popularmente conhecida como pressão alta, é uma condição crônica na qual a pressão que o sangue exerce sobre as paredes das artérias se mantém elevada. Essa condição é reconhecida como a doença crônica mais comum em todo o mundo. Para que o sangue circule por todo o corpo, o coração bombeia com uma certa força, gerando essa pressão.

Quando essa força é consistentemente alta, o coração precisa trabalhar mais e as artérias podem sofrer danos ao longo do tempo. Segundo o Ministério da Saúde, a condição é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares graves.

Médicos cardiovasculares são os especialistas mais indicados para acompanhar seu quadro e seu tratamento. A Rede Américas conta com um corpo clínico especializado e de renome.

Entendendo os números: o que significa pressão 12 por 8?

A medição da pressão arterial fornece dois valores, geralmente expressos em milímetros de mercúrio (mmHg), como "120 por 80 mmHg" ou, popularmente, "12 por 8".

  • Pressão sistólica (o primeiro número): mede a pressão nas artérias quando o coração se contrai para bombear o sangue. É o valor máximo.
  • Pressão diastólica (o segundo número): mede a pressão nas artérias quando o coração está em repouso, entre um batimento e outro. É o valor mínimo.

Valores considerados ótimos para um adulto saudável geralmente ficam em torno de 120/80 mmHg. A partir daí, os níveis podem indicar um alerta.

Quando a pressão é considerada alta?

O diagnóstico de hipertensão é confirmado quando, após múltiplas medições em dias diferentes, a pressão arterial se mantém igual ou superior a 140/90 mmHg. 

A classificação ajuda a entender a gravidade do quadro:

Categoria

Pressão Sistólica (mmHg)

Pressão Diastólica (mmHg)

 

Ótima

Menor que 120

Menor que 80

Normal

Menor que 130

Menor que 85

Pré-hipertensão

130 – 139

85 – 89

Hipertensão Estágio 1

140 – 159

90 – 99

Hipertensão Estágio 2

160 – 179

100 – 109

Hipertensão Estágio 3

Maior ou igual a 180

Maior ou igual a 110

Fonte: MSD Manuals (2025).

Por que a hipertensão é conhecida como uma doença silenciosa?

Um dos maiores perigos da HAS é a ausência de sintomas na maioria dos casos. Muitas pessoas convivem com a pressão alta por anos sem saber, enquanto a condição danifica silenciosamente vasos sanguíneos, coração, cérebro e rins.

Sintomas como dor de cabeça, tontura, zumbido no ouvido ou visão embaçada podem aparecer, mas geralmente ocorrem apenas quando a pressão está muito elevada ou quando já existem complicações. Por isso, a única forma de diagnóstico é a medição regular.

Quais são as causas e os fatores de risco da pressão alta?

A hipertensão é uma condição multifatorial, ou seja, resulta da interação de diversos fatores genéticos e de estilo de vida. Ela pode ser classificada em dois tipos principais.

Hipertensão primária (essencial)

Corresponde a mais de 90% dos casos e não possui uma causa única identificável. A hipertensão arterial primária é entendida como uma síndrome, ou seja, um conjunto de sinais e sintomas, e não como uma única doença. 

A pressão arterial elevada é seu sinal mais comum e a condição está associada a uma combinação de fatores, como:

  • Hereditariedade: histórico familiar de pressão alta.
  • Idade: o risco aumenta com o envelhecimento.
  • Etnia: pessoas negras têm maior predisposição.
  • Excesso de peso e obesidade: o sobrepeso exige mais esforço do coração.
  • Sedentarismo: a falta de atividade física regular contribui para o ganho de peso e enfraquecimento do sistema cardiovascular.
  • Dieta inadequada: alto consumo de sódio (sal) e baixo consumo de potássio.
  • Consumo de álcool: o uso excessivo e regular de bebidas alcoólicas eleva a pressão.
  • Tabagismo: as substâncias do cigarro danificam as artérias.

Hipertensão secundária

Em uma minoria dos casos, a pressão alta é consequência de outra condição médica, como doenças renais, problemas de tireoide, apneia do sono ou uso de certos medicamentos.

Quais são as consequências de não tratar a hipertensão?

A pressão arterial elevada e contínua sobrecarrega o sistema cardiovascular e pode levar a complicações graves e, por vezes, fatais. Manter a HAS sem controle é um risco para órgãos vitais. 

De fato, a hipertensão arterial sistêmica é um fator de risco significativo que pode causar insuficiência cardíaca, doenças cerebrais e coronarianas, além de problemas nos rins, elevando o risco de morte. 

As principais consequências incluem:

  • Acidente Vascular Cerebral (AVC): a pressão alta pode enfraquecer os vasos do cérebro, causando rompimento (AVC hemorrágico) ou entupimento (AVC isquêmico).
  • Infarto Agudo do Miocárdio: o coração trabalha mais, o que pode levar ao espessamento do músculo cardíaco e danificar as artérias coronárias.
  • Insuficiência Cardíaca: com o tempo, o coração pode perder a capacidade de bombear sangue eficientemente.
  • Doença Renal Crônica: os vasos sanguíneos dos rins são danificados, comprometendo a capacidade de filtrar o sangue.
  • Danos à visão: a pressão elevada pode afetar os vasos sanguíneos da retina, levando à perda de visão.

Como é feito o diagnóstico da hipertensão arterial?

O diagnóstico é simples e indolor, realizado através da medição da pressão arterial com um aparelho chamado esfigmomanômetro. Como a pressão pode variar ao longo do dia, o médico geralmente solicita múltiplas medições em diferentes ocasiões para confirmar o diagnóstico.

Em alguns casos, pode ser indicado o exame de Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA), no qual o paciente usa um aparelho por 24 horas para registrar as variações da pressão durante as atividades diárias e o sono.

Como controlar e tratar a hipertensão arterial sistêmica?

O tratamento da HAS é um compromisso para toda a vida e se baseia em dois pilares fundamentais: mudanças de hábitos e, quando necessário, o uso de medicamentos. O objetivo é manter a pressão em níveis seguros e reduzir o risco de complicações.

Mudanças no estilo de vida

Adotar hábitos saudáveis é a primeira e mais importante linha de tratamento, recomendada para todos os pacientes:

  1. Reduzir o consumo de sal: evite alimentos ultraprocessados e diminua a adição de sal na preparação das refeições.
  2. Adotar uma dieta balanceada: priorize frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras, como no padrão da dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension).
  3. Praticar atividade física regular: a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda pelo menos 150 minutos de atividade aeróbica moderada por semana.
  4. Manter o peso adequado: perder peso, mesmo que pouco, já ajuda a reduzir a pressão arterial.
  5. Limitar o consumo de álcool: o excesso de álcool é prejudicial.
  6. Parar de fumar: o tabagismo é um dos piores inimigos do sistema cardiovascular.
  7. Gerenciar o estresse: técnicas de relaxamento, meditação e hobbies podem ajudar.

Acompanhamento médico e medicamentos

Quando as mudanças no estilo de vida não são suficientes para controlar a pressão, o médico cardiologista indicará o uso de medicamentos anti-hipertensivos. Existem diversas classes de remédios, e a escolha dependerá do quadro clínico de cada paciente.

É fundamental tomar a medicação conforme a prescrição, mesmo que você não sinta nada. A adesão ao tratamento é a chave para prevenir as complicações da doença.

Qual a importância de monitorar a pressão em casa?

Aferir a pressão arterial em casa pode ser uma ferramenta valiosa para o controle da HAS, pois permite ao médico avaliar a eficácia do tratamento e fazer ajustes quando necessário. Para isso, utilize aparelhos automáticos validados e siga as orientações do seu médico sobre a frequência e os horários das medições.

Cuidar da pressão arterial é um ato de cuidado com a vida. A melhoria do controle da hipertensão é um objetivo central da pesquisa, reforçando a importância da gestão eficaz da pressão arterial para a saúde. Embora a hipertensão seja uma condição séria, com diagnóstico precoce, tratamento adequado e disciplina, é perfeitamente possível manter a qualidade de vida e a saúde em dia.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

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LERMAN, L. O. et al. Animal models of hypertension. Hypertension, Dallas, Tex. Disponível: https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/HYP.0000000000000090. Acesso em: 13 nov. 2025.

MANOSROI, W.; WILLIAMS, G. H. Genetics of human primary hypertension: focus on hormonal mechanisms. Endocrine Reviews, dez. 2018. Disponível: https://academic.oup.com/edrv/article/40/3/825/5257798. Acesso em: 13 nov. 2025.

SIGMUND, C. D. et al. Report of the NHLBI Working Group on Hypertension: Barriers to Translation. Hypertension, Dallas, fev. 2020. Disponível: https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/HYPERTENSIONAHA.119.13887. Acesso em: 13 nov. 2025.

MSD Manuals. Hipertensão arterial. 2025. Disponível: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/hipertens%C3%A3o-arterial/hipertens%C3%A3o-arterial. Acesso em: 13 nov. 2025.

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