Revisado em: 08/12/2025
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Receber um laudo médico com termos desconhecidos pode gerar ansiedade. Entenda o que é a esteatose hepática leve e por que ela funciona como um alerta para a sua saúde.

Você pega o resultado de um ultrassom de abdômen e, ao ler o laudo, encontra a expressão: “sinais de esteatose hepática grau 1”. O termo pode parecer complexo e preocupante, mas compreender seu significado é o primeiro passo para cuidar da saúde do seu fígado e de todo o organismo.
Além de procurar um médico especialista em fígado para dar maiores direcionamentos sobre o problema. Agende a sua consulta.
A esteatose hepática, popularmente conhecida como "gordura no fígado", é uma condição caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura nas células hepáticas. O grau 1 representa o estágio mais inicial e leve da doença.
Nesta fase, o acúmulo de gordura é pequeno, afetando uma porção limitada do órgão, geralmente entre 5% e 30% das células. A esteatose hepática leve (grau 1) é definida pela presença de mais de 5% de acúmulo de gordura no órgão, mas sem inflamação ou lesão celular grave.
Por ser um estágio inicial, o fígado ainda consegue desempenhar suas funções normalmente, e a condição é considerada totalmente reversível com os cuidados adequados.
Quando a esteatose hepática grau 1 não está acompanhada de inflamação ou dano celular, ela é classificada como fígado gorduroso simples (NAFL). Nesses casos, o risco de evoluir para cicatrizes (fibrose) no fígado é muito menor.
Vale dizer que a esteatose pode ser classificada em dois tipos principais:
O fígado é um órgão central no metabolismo das gorduras. Quando há um desequilíbrio entre a gordura que chega ao fígado e sua capacidade de processá-la e exportá-la, ela começa a se acumular.
A esteatose hepática grau 1 geralmente está associada a um conjunto de fatores de risco, muitos ligados ao estilo de vida moderno.
As principais causas incluem:
Dietas ricas em gordura estão associadas ao aumento de triglicerídeos no fígado. Além disso, contribuem para um índice elevado de resistência à insulina.
Menos frequentemente, a perda de peso muito rápida e o uso de certos medicamentos também podem contribuir para o desenvolvimento da condição.
Uma das principais características da esteatose hepática grau 1 é a ausência de sintomas. A maioria das pessoas descobre a condição por acaso, durante a realização de exames de rotina por outros motivos. É por isso que ela é frequentemente chamada de uma "doença silenciosa".
Em casos raros, alguns indivíduos podem relatar um leve desconforto ou dor na parte superior direita do abdômen, cansaço ou fraqueza. Contudo, esses sinais são inespecíficos e podem estar relacionados a diversas outras condições.
O diagnóstico da esteatose hepática leve geralmente envolve uma combinação de avaliações clínicas e exames. O processo ajuda não apenas a confirmar a presença de gordura, mas também a descartar outras doenças do fígado.
A ultrassonografia de abdômen é o exame mais comum para detectar a esteatose. No laudo, o médico pode descrever o fígado com "aumento da ecogenicidade", o que significa que o órgão parece mais brilhante na imagem do ultrassom, um sinal clássico do acúmulo de gordura.
Exames laboratoriais são solicitados para avaliar a função hepática. A medição de enzimas como a transaminase glutâmico-pirúvica (TGP/ALT) e a transaminase glutâmico-oxalacética (TGO/AST) pode indicar se há algum grau de inflamação no fígado.
Por si só, a esteatose hepática grau 1 não é considerada perigosa, pois o fígado ainda funciona normalmente. O verdadeiro risco está na sua progressão. Se as causas do acúmulo de gordura não forem corrigidas, a condição pode evoluir.
A progressão geralmente segue estas etapas:
Assim, o diagnóstico de grau 1 deve ser visto como um importante alerta. É a oportunidade de agir para evitar que a doença avance para estágios mais graves e irreversíveis.
Atualmente, não existe um medicamento específico para tratar o acúmulo de gordura no fígado. A boa notícia é que, no grau 1, a reversão do quadro depende fundamentalmente da adoção de um estilo de vida mais saudável.
O tratamento mais eficaz e fundamental para a gordura no fígado é a modificação do estilo de vida, incluindo dieta e exercícios físicos, pois não há medicamentos específicos aprovados para a doença. O tratamento é focado em eliminar as causas do problema.
A dieta é o pilar central do tratamento. O objetivo é reduzir a ingestão de calorias e de alimentos que sobrecarregam o fígado.
Compostos naturais presentes em algumas frutas, como o cianidina-3-glicosídeo, demonstram potencial para melhorar a esteatose hepática. Eles atuam auxiliando na limpeza e renovação das células do fígado, contribuindo para a saúde do órgão.
A prática regular de exercícios físicos é fundamental. A recomendação, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é de pelo menos 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada por semana, como caminhada rápida, ciclismo ou natação.
Os exercícios ajudam na perda de peso, melhoram a sensibilidade à insulina e auxiliam diretamente na redução da gordura hepática. A perda de 5% a 10% do peso corporal já pode ser suficiente para reduzir significativamente a gordura no fígado e a inflamação.
Receber o diagnóstico de esteatose hepática grau 1 é o ponto de partida para uma jornada de cuidado. É essencial ter o acompanhamento de um médico, como um clínico generalista, gastroenterologista ou hepatologista.
O profissional irá avaliar seu caso individualmente, solicitar exames para monitorar a evolução e orientar sobre as melhores estratégias de tratamento, incluindo o controle de outras condições associadas, como diabetes e colesterol alto.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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