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O que é escoliose: diagnóstico, tipos e tratamento

Desvio na coluna pode surgir na infância ou adolescência e exigir acompanhamento especializado; conheça as principais causas e os sintomas

escoliose é um desvio da coluna vertebral que atinge em torno de 2% da população do mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde); no Brasil, existem mais de seis milhões de pessoas com esse diagnóstico, de acordo com dados de 2023 do Ministério da Saúde.

O que é escoliose

A condição pode ter diversas causas e afetar pessoas de todas as idades – e, mesmo assintomática em algumas pessoas, merece atenção para evitar desconfortos físicos e prejuízos posturais. Saiba mais sobre a doença, os diferentes tipos, formas de diagnóstico e tratamento.

O que é escoliose e como ela se forma?

A escoliose ocorre quando a coluna vertebral apresenta uma curvatura anormal para um dos lados do tronco, em vez das curvaturas normais que sustentam o corpo. 

Em muitos casos, a condição é detectada durante a fase de crescimento acelerado, especialmente na puberdade. A maioria dos diagnósticos (entre 65% e 80%) têm causa desconhecida; em outros, alguns fatores podem estar relacionados, tais como: 

  • Histórico familiar: presença de escoliose em membros da família;
  • Má formação congênita: problemas de desenvolvimento das vértebras durante a gestação;
  • Lesões na coluna: fraturas ou condições como osteoporose; 
  • Condições neurológicas: doenças como paralisia cerebral e ataxia (dificuldade ou incapacidade de manter a coordenação motora);
  • Desequilíbrio muscular: problemas que afetam a força e simetria dos músculos; 
  • Tumores: presença de tumores na coluna vertebral.

Tipos de escoliose: congênita, idiopática e neuromuscular

A escoliose pode ser classificada em diferentes tipos de acordo com a sua origem. Confira a seguir:

  • Escoliose idiopática: é a forma mais comum de escoliose, geralmente não tem causa específica e costuma aparecer após os 10 anos de idade. 
  • Escoliose congênita: se apresenta desde o nascimento e está relacionada a problemas nos ossos da coluna durante o crescimento do bebê no útero. 
  • Escoliose neuromuscular: está associada a condições neuromusculares que afetam tanto os nervos quanto os músculos do corpo, impactando a força e o controle muscular. Alguns exemplos são condições como paralisia cerebral, amiotrofia espinal, distrofia muscular de Duchenne e ataxia. 
  • Escoliose degenerativa: surge devido ao desgaste natural da coluna vertebral com o envelhecimento; por isso mesmo, afeta mais idosos. A causa é a artrose da coluna vertebral, que compromete principalmente a coluna lombar. 
  • Escoliose funcional: causada por desequilíbrios musculares, posturais ou assimetrias nas pernas. A curvatura é temporária e pode ser corrigida com fisioterapia. 

Sinais e sintomas comuns da escoliose

Não é incomum que pacientes com escoliose – especialmente crianças e adolescentes – não tenham sintomas, como dor, especialmente nos quadros mais leves. Mas algumas pessoas podem, sim, apresentar sintomas perceptíveis, como: 

  • Desigualdade na altura dos ombros (um ombro pode parecer mais alto que o outro); 
  • Inclinação do corpo para um dos lados; 
  • Escápulas desalinhadas (ombros fora da posição correta); 
  • Um lado do quadril mais alto que o outro; 
  • Uma perna parece mais curta que a outra; 
  • Dificuldade para se manter ereto;
  • Fraqueza ou dor muscular (a intensidade pode variar); 
  • Sensação de fadiga nas costas, especialmente após longos períodos em pé ou sentado. 

Nos casos mais graves, a curvatura severa da coluna pode comprometer a capacidade dos pulmões de se expandir adequadamente, resultando também em dificuldades respiratórias.  

Como é feito o diagnóstico da escoliose?

O diagnóstico precoce da escoliose é muito importante pois há possibilidade de reverter o problema ou ao menos amenizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente se o tratamento for iniciado cedo. 

O médico especialista em escoliose é o ortopedista especializado em coluna. Na consulta, ele deve perguntar sobre a história do paciente - incluindo se há ou não histórico familiar de escoliose -, sobre o desenvolvimento durante a infância e adolescência e a presença ou não de sintomas como dor nas costas e/ou alterações na postura.  

O especialista também deve fazer um exame físico para avaliar a curvatura da coluna vertebral. No Teste de Adams, por exemplo, o paciente se inclina para frente, movimento que permite ao especialista identificar irregularidades no contorno vertebral. Por meio dessas análises, o profissional observa assimetrias, inclinações laterais, desalinhamentos ou rotações.  

Por fim, ele também pode solicitar exames complementares para avaliar o grau da escoliose e auxiliar no planejamento do tratamento, como raio-x, tomografia e ressonância magnética da coluna vertebral.

Aqui, vale uma ressalva. Mais de 80% dos casos de escoliose são descobertos durante o estirão de crescimento de crianças e adolescentes. Porém, eles nem sempre vão sentir dor ou incômodo com a condição. Por isso, os especialistas recomendam que pais e responsáveis examinem periodicamente a simetria dos ombros, das escápulas e da cintura de crianças entre oito e 10 anos, a fim de detectar qualquer anormalidade precocemente. Também é importante prestar atenção na caixa torácica para confirmar que todas as costelas estejam alinhadas, sem que uma esteja mais levantada do que a outra. 

Qual o grau da escoliose que exige tratamento?

A indicação de tratamento depende da gravidade da curvatura da escoliose:

  • Leve (entre 10 e 20 graus): costuma ser apenas acompanhada, com reavaliações periódicas;
  • Moderada (entre 20 e 40 graus): é indicado o uso de colete ortopédico para corrigir a curvatura e evitar a progressão;
  • Grave (acima de 40 graus): pode necessitar de cirurgia para correção, especialmente se houver dor ou impacto funcional.

     

Tratamentos: colete, fisioterapia e cirurgia

O principal objetivo do tratamento da escoliose é estabilizar a condição e reduzir os sintomas. Antes, médico e paciente devem avaliar fatores como idade, estágio de crescimento e impacto na qualidade de vida para definir a melhor estratégia. A seguir, conheça mais detalhes de alguns deles. 

Fisioterapia

Como falamos anteriormente, graus leves de escoliose (entre 10 e 20 graus) são apenas acompanhados por um especialista de forma periódica. Além disso, podem ser recomendadas fisioterapia e sessões de RPG (reeducação postural global) para fortalecimento dos músculos ao redor da coluna vertebral e melhorar a postura.

Colete para escoliose 

Em casos de escoliose moderada, especialmente durante o período de estirão (fase de crescimento acelerado) em crianças e adolescentes, coletes ortopédicos podem ser recomendados para controlar a progressão da curvatura. Na escoliose idiopática (sem causa conhecida), o colete tende a ser indicado para curvas entre 20 e 40 graus. 

Cirurgia para escoliose 

Em casos mais graves de escoliose, ou seja, com curvaturas maiores do que 40 graus, a cirurgia é recomendada. Alguns benefícios que o paciente tem com a cirurgia incluem a diminuição da curvatura da coluna, a estabilização da deformidade e a prevenção de problemas cardiorrespiratórios e neurológicos. Além disso, a cirurgia melhora a aparência estética e a qualidade de vida do paciente. Vale destacar que a necessidade e o tipo de cirurgia são sempre avaliados individualmente. 

Um ponto importante  é que, independentemente do grau da escoliose, é importante a prática de exercícios físicos, de duas a três vezes por semana. Isso porque, durante a execução dos movimentos, a musculatura é fortalecida, o que ajuda a proteger as estruturas ósseas e ainda inibe a progressão da curvatura.

Consequências da escoliose não tratada

Ignorar a escoliose pode trazer sérias complicações com o passar dos anos. Além do agravamento da curvatura, a condição pode causar dores crônicas, desgaste precoce das articulações, limitação de movimentos e até mesmo comprometimento da função respiratória e neurológica, nos casos mais severos.

Dicas para manter a coluna saudável

Diferentemente do que muitas pessoas acreditam, usar aparelhos eletrônicos (como celular e computador) por muito tempo ou ter uma ergonomia ruim no trabalho não são capazes de causar escoliose. Mas, mesmo assim, é importante manter uma boa postura. O descuido pode piorar as dores de quem já apresenta esse sintoma, por exemplo.

Além de manter a postura alinhada ao trabalhar e ficar ao computador, outros bons hábitos podem ajudar a preservar a saúde da coluna, tais como: 

  • Evite carregar peso excessivo, especialmente em mochilas escolares;
  • Mantenha uma postura ereta ao sentar, caminhar e dormir;
  • Pratique exercícios físicos regulares, especialmente os que fortalecem a musculatura dorsal e abdominal (core);
  • Faça alongamentos para preservar a flexibilidade e a mobilidade da coluna;
  • Realize avaliações posturais periodicamente, principalmente em crianças e adolescentes.

Perguntas frequentes

O que é escoliose e o que causa?

É uma curvatura anormal da coluna. Pode ser congênita, idiopática ou associada a doenças neuromusculares.

Como fica uma pessoa que tem escoliose?

Dependendo do grau de escoliose, a pessoa pode apresentar ombros e quadris desalinhados, dor nas costas e inclinação do tronco.

Qual é o perigo da escoliose?

Se não for tratada, pode causar dores crônicas, problemas respiratórios e limitação dos movimentos.

O que fazer para corrigir escoliose?

O tratamento pode envolver acompanhamento médico, uso de coletes, fisioterapia ou cirurgia. Cada caso é avaliado individualmente pelo especialista.

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