07/05/2025
Revisado em: 07/05/2025
Desvio na coluna pode surgir na infância ou adolescência e exigir acompanhamento especializado; conheça as principais causas e os sintomas
A escoliose é um desvio da coluna vertebral que atinge em torno de 2% da população do mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde); no Brasil, existem mais de seis milhões de pessoas com esse diagnóstico, de acordo com dados de 2023 do Ministério da Saúde.
A condição pode ter diversas causas e afetar pessoas de todas as idades – e, mesmo assintomática em algumas pessoas, merece atenção para evitar desconfortos físicos e prejuízos posturais. Saiba mais sobre a doença, os diferentes tipos, formas de diagnóstico e tratamento.
O que é escoliose e como ela se forma?
A escoliose ocorre quando a coluna vertebral apresenta uma curvatura anormal para um dos lados do tronco, em vez das curvaturas normais que sustentam o corpo.
Em muitos casos, a condição é detectada durante a fase de crescimento acelerado, especialmente na puberdade. A maioria dos diagnósticos (entre 65% e 80%) têm causa desconhecida; em outros, alguns fatores podem estar relacionados, tais como:
A escoliose pode ser classificada em diferentes tipos de acordo com a sua origem. Confira a seguir:
Não é incomum que pacientes com escoliose – especialmente crianças e adolescentes – não tenham sintomas, como dor, especialmente nos quadros mais leves. Mas algumas pessoas podem, sim, apresentar sintomas perceptíveis, como:
Nos casos mais graves, a curvatura severa da coluna pode comprometer a capacidade dos pulmões de se expandir adequadamente, resultando também em dificuldades respiratórias.
O diagnóstico precoce da escoliose é muito importante pois há possibilidade de reverter o problema ou ao menos amenizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente se o tratamento for iniciado cedo.
O médico especialista em escoliose é o ortopedista especializado em coluna. Na consulta, ele deve perguntar sobre a história do paciente - incluindo se há ou não histórico familiar de escoliose -, sobre o desenvolvimento durante a infância e adolescência e a presença ou não de sintomas como dor nas costas e/ou alterações na postura.
O especialista também deve fazer um exame físico para avaliar a curvatura da coluna vertebral. No Teste de Adams, por exemplo, o paciente se inclina para frente, movimento que permite ao especialista identificar irregularidades no contorno vertebral. Por meio dessas análises, o profissional observa assimetrias, inclinações laterais, desalinhamentos ou rotações.
Por fim, ele também pode solicitar exames complementares para avaliar o grau da escoliose e auxiliar no planejamento do tratamento, como raio-x, tomografia e ressonância magnética da coluna vertebral.
Aqui, vale uma ressalva. Mais de 80% dos casos de escoliose são descobertos durante o estirão de crescimento de crianças e adolescentes. Porém, eles nem sempre vão sentir dor ou incômodo com a condição. Por isso, os especialistas recomendam que pais e responsáveis examinem periodicamente a simetria dos ombros, das escápulas e da cintura de crianças entre oito e 10 anos, a fim de detectar qualquer anormalidade precocemente. Também é importante prestar atenção na caixa torácica para confirmar que todas as costelas estejam alinhadas, sem que uma esteja mais levantada do que a outra.
A indicação de tratamento depende da gravidade da curvatura da escoliose:
O principal objetivo do tratamento da escoliose é estabilizar a condição e reduzir os sintomas. Antes, médico e paciente devem avaliar fatores como idade, estágio de crescimento e impacto na qualidade de vida para definir a melhor estratégia. A seguir, conheça mais detalhes de alguns deles.
Como falamos anteriormente, graus leves de escoliose (entre 10 e 20 graus) são apenas acompanhados por um especialista de forma periódica. Além disso, podem ser recomendadas fisioterapia e sessões de RPG (reeducação postural global) para fortalecimento dos músculos ao redor da coluna vertebral e melhorar a postura.
Em casos de escoliose moderada, especialmente durante o período de estirão (fase de crescimento acelerado) em crianças e adolescentes, coletes ortopédicos podem ser recomendados para controlar a progressão da curvatura. Na escoliose idiopática (sem causa conhecida), o colete tende a ser indicado para curvas entre 20 e 40 graus.
Em casos mais graves de escoliose, ou seja, com curvaturas maiores do que 40 graus, a cirurgia é recomendada. Alguns benefícios que o paciente tem com a cirurgia incluem a diminuição da curvatura da coluna, a estabilização da deformidade e a prevenção de problemas cardiorrespiratórios e neurológicos. Além disso, a cirurgia melhora a aparência estética e a qualidade de vida do paciente. Vale destacar que a necessidade e o tipo de cirurgia são sempre avaliados individualmente.
Um ponto importante é que, independentemente do grau da escoliose, é importante a prática de exercícios físicos, de duas a três vezes por semana. Isso porque, durante a execução dos movimentos, a musculatura é fortalecida, o que ajuda a proteger as estruturas ósseas e ainda inibe a progressão da curvatura.
Ignorar a escoliose pode trazer sérias complicações com o passar dos anos. Além do agravamento da curvatura, a condição pode causar dores crônicas, desgaste precoce das articulações, limitação de movimentos e até mesmo comprometimento da função respiratória e neurológica, nos casos mais severos.
Diferentemente do que muitas pessoas acreditam, usar aparelhos eletrônicos (como celular e computador) por muito tempo ou ter uma ergonomia ruim no trabalho não são capazes de causar escoliose. Mas, mesmo assim, é importante manter uma boa postura. O descuido pode piorar as dores de quem já apresenta esse sintoma, por exemplo.
Além de manter a postura alinhada ao trabalhar e ficar ao computador, outros bons hábitos podem ajudar a preservar a saúde da coluna, tais como:
É uma curvatura anormal da coluna. Pode ser congênita, idiopática ou associada a doenças neuromusculares.
Dependendo do grau de escoliose, a pessoa pode apresentar ombros e quadris desalinhados, dor nas costas e inclinação do tronco.
Se não for tratada, pode causar dores crônicas, problemas respiratórios e limitação dos movimentos.
O tratamento pode envolver acompanhamento médico, uso de coletes, fisioterapia ou cirurgia. Cada caso é avaliado individualmente pelo especialista.
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