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O que causa infecção de garganta? Entenda os tipos de infecção e como se proteger

A dor ao engolir, o desconforto e a irritação podem ter diversas origens, das mais simples às que exigem atenção médica imediata.

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Começa com uma leve sensação de arranhado, que em poucas horas evolui para uma dor aguda ao engolir saliva. A infecção de garganta é um problema extremamente comum, afetando pessoas de todas as idades, mas suas causas nem sempre são as mesmas. Compreender a origem do desconforto é o primeiro passo para um alívio eficaz e para saber quando a ajuda profissional é indispensável.

Quais são as principais causas de uma infecção de garganta?

A dor ou inflamação na garganta, tecnicamente chamada de faringite, ocorre quando a região posterior da garganta (faringe) fica inflamada. Isso pode acontecer por diferentes motivos, sendo as infecções as mais frequentes.

Infectologistas podem ver o seu caso e recomendar o melhor tratamento. A Rede Américas conta com um corpo clínico especializado e de renome.

Infecções virais: a causa mais comum

A grande maioria das infecções de garganta, entre 40% e 80% dos casos, é causada por vírus, como os responsáveis por gripes e resfriados. Esses agentes são a principal causa de inflamação na garganta e geralmente se resolvem em poucos dias com repouso e hidratação. 

Vírus como o adenovírus são frequentemente identificados como causadores de infecções de garganta.

Os principais vírus envolvidos são:

  • Rinovírus e Coronavírus: principais causadores do resfriado comum.
  • Vírus Influenza: causador da gripe.
  • Vírus Epstein-Barr: responsável pela mononucleose, conhecida como "doença do beijo".
  • Adenovírus: pode causar sintomas de resfriado, bronquite e conjuntivite.

Infecções bacterianas: menos frequentes, mas exigem atenção

Embora menos frequentes, as infecções bacterianas podem ser mais graves e exigir tratamento com antibióticos. A bactéria Streptococcus pyogenes, conhecida como estreptococo do grupo A (GAS), é uma das principais causas bacterianas de infecções na garganta. Ela pode levar a doenças agudas e outras condições sérias de saúde.

Enquanto a maioria das infecções de garganta é viral, as bactérias, como o estreptococo do grupo A, são responsáveis por uma parcela significativa dos casos, entre 15% e 30% do total. Em crianças, essa bactéria causa cerca de 25% a 30% das infecções de garganta, sendo um dos agentes mais comuns ao lado dos vírus.

A infecção bacteriana não tratada pode levar a complicações raras, mas sérias, como a febre reumática, que afeta o coração, e a glomerulonefrite, uma inflamação nos rins.

Outros fatores que podem irritar a garganta

Nem toda dor de garganta é sinônimo de infecção. Às vezes, a inflamação é uma resposta do corpo a outros irritantes. Nesses casos, o tratamento foca em controlar o fator desencadeante.

Alguns desses fatores incluem:

  • Alergias: reações a pólen, poeira, mofo ou pelos de animais podem inflamar a garganta.
  • Ar seco: ambientes com baixa umidade, especialmente com ar-condicionado ou aquecedor, podem ressecar a mucosa da garganta.
  • Refluxo gastroesofágico: o retorno do ácido do estômago para o esôfago e a garganta pode causar irritação crônica.
  • Poluentes: fumaça de cigarro, poluição do ar e produtos químicos podem ser altamente irritantes.
  • Uso excessivo da voz: gritar ou falar por longos períodos pode forçar os músculos da garganta e causar inflamação.

Qual a diferença entre garganta inflamada e infeccionada?

Embora usados como sinônimos, os termos têm significados distintos. A inflamação é a resposta do corpo a uma agressão, resultando em dor, vermelhidão e inchaço. Ela pode ser causada por uma infecção ou por um irritante não infeccioso, como alergia.

Já a infecção ocorre quando um micro-organismo (vírus, bactéria ou fungo) invade o corpo e se multiplica. Assim, toda garganta infeccionada está inflamada, mas nem toda garganta inflamada está infeccionada.

Como saber se a infecção de garganta é viral ou bacteriana?

Apenas um exame clínico realizado por um profissional de saúde pode confirmar a causa exata, muitas vezes com o auxílio de testes rápidos ou cultura de material da garganta. Contudo, alguns padrões nos sintomas podem oferecer pistas importantes.

Vale dizer que os sintomas podem variar muito de pessoa para pessoa. A tabela abaixo apresenta as diferenças mais comuns.

Característica

Infecção Viral (Geralmente)

Infecção Bacteriana (Geralmente)

 

Sintomas associados

Tosse, coriza, espirros, rouquidão e dores no corpo (sintomas de gripe ou resfriado).

Início súbito de dor intensa, febre alta, dor de cabeça e gânglios inchados no pescoço.

Aparência da garganta

Vermelhidão difusa, sem presença de pus.

Amígdalas muito inchadas e vermelhas, com pontos ou placas de pus visíveis.

Febre

Ausente ou baixa (abaixo de 38°C).

Presente e frequentemente alta (acima de 38.5°C).

Quais são os possíveis riscos e complicações?

Infecções virais geralmente se resolvem sem maiores problemas. O principal risco das infecções bacterianas por estreptococos é a ausência de tratamento adequado, que pode levar a complicações como:

  • Abscesso periamigdaliano: uma coleção de pus que se forma atrás das amígdalas.
  • Febre reumática: uma doença inflamatória que pode afetar o coração, as articulações e o cérebro.
  • Doenças renais: como a glomerulonefrite pós-estreptocócica.

É importante salientar que uma dor de garganta persistente, que não melhora com o tempo ou está associada a outros sinais como dificuldade para respirar ou perda de peso, deve ser sempre investigada por um médico para descartar outras condições.

Como uma infecção de garganta é transmitida?

Tanto vírus quanto bactérias que causam infecções de garganta são contagiosos. A transmissão ocorre principalmente através de gotículas de saliva ou secreções nasais liberadas quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou fala.

O contágio também pode acontecer pelo contato direto com objetos contaminados, como talheres, copos e maçanetas, seguido do toque nos olhos, nariz ou boca.

Como é possível prevenir as infecções de garganta?

Adotar medidas de higiene e fortalecer o sistema imunológico são as melhores estratégias de prevenção. Elas ajudam a reduzir a exposição aos agentes infecciosos e preparam o corpo para combatê-los.

  • Lave as mãos com frequência: use água e sabão ou álcool em gel, especialmente após tossir, espirrar ou estar em locais públicos.
  • Evite compartilhar objetos pessoais: como copos, talheres, toalhas e escovas de dente.
  • Mantenha distância de pessoas doentes: evite o contato próximo para reduzir o risco de contágio.
  • Cubra a boca e o nariz ao tossir ou espirrar: use um lenço descartável ou a parte interna do cotovelo.
  • Mantenha os ambientes bem ventilados: a circulação de ar ajuda a dispersar os micro-organismos.

Quando devo procurar um médico?

Embora a maioria dos casos se resolva em casa, é fundamental procurar avaliação médica se você ou seu filho apresentar algum dos seguintes sinais de alerta:

  • Febre alta persistente (acima de 38.5°C).
  • Dificuldade para respirar ou engolir.
  • Presença de placas de pus visíveis na garganta.
  • Dor de garganta que dura mais de uma semana.
  • Erupção cutânea ou manchas vermelhas na pele.
  • Inchaço e dor intensa nos gânglios do pescoço.

A automedicação, especialmente com antibióticos, é perigosa. O uso incorreto desses medicamentos pode não tratar a infecção, causar efeitos colaterais e contribuir para a resistência bacteriana. Somente um profissional de saúde pode diagnosticar a causa e prescrever o tratamento correto.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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