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Entender o papel deste especialista é o primeiro passo para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento eficaz para o TDAH.

A lista de tarefas parece interminável, mas a concentração escapa entre os dedos. Reuniões se tornam um borrão de informações e a impulsividade gera decisões precipitadas.
Para pais, a queixa pode vir da escola, relatando agitação constante ou dificuldade de aprendizado do filho. Essas situações, comuns a quem convive com o TDAH, levantam uma questão fundamental: qual profissional pode ajudar?
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição do neurodesenvolvimento que se manifesta tipicamente na infância e frequentemente persiste na vida adulta.
O TDAH é, inclusive, classificado como um dos transtornos neurocomportamentais mais comuns na infância, o que justifica uma avaliação e tratamento especializados. Segundo o Ministério da Saúde, suas características centrais se dividem em três pilares: desatenção, hiperatividade e impulsividade.
Esses sintomas não são simples traços de personalidade. Eles podem impactar significativamente o desempenho acadêmico, a produtividade profissional, os relacionamentos interpessoais e a saúde mental, gerando frustração e prejuízos no cotidiano. Por isso, a busca por um diagnóstico claro é tão importante.
O neurologista é o médico especializado no diagnóstico e tratamento de doenças que afetam o cérebro, a medula espinhal e os nervos. Como o TDAH é um transtorno ligado ao funcionamento cerebral, especialmente nas áreas responsáveis pela atenção e controle executivo, este especialista possui conhecimento aprofundado para conduzir a investigação.
Para isso, o neurologista garante que o diagnóstico e o tratamento sigam rigorosas diretrizes internacionais, fundamentadas em mais de 200 conclusões científicas sobre o transtorno.
A principal função do neurologista no processo é realizar um diagnóstico diferencial. Isso significa que ele irá descartar outras condições neurológicas que podem apresentar sintomas parecidos com os do TDAH, como certos tipos de epilepsia, distúrbios do sono ou até mesmo os efeitos de outras condições médicas.
A avaliação para TDAH é um processo detalhado e clínico, não dependendo de um único exame de imagem ou de sangue para confirmação. O neurologista utiliza uma combinação de métodos para chegar a uma conclusão precisa.
O processo geralmente inclui:
Esta é uma dúvida muito comum. A verdade é que tanto neurologistas quanto psiquiatras são médicos habilitados para diagnosticar e tratar o TDAH.
A escolha pode depender da apresentação dos sintomas e da preferência do paciente. A colaboração entre as especialidades é, muitas vezes, o melhor caminho. A seguir, uma tabela simplificada para diferenciar o foco de cada um:
Se os sintomas estão acompanhados de outras queixas neurológicas, como dores de cabeça atípicas, tiques ou convulsões, o neurologista é o ponto de partida ideal. Se as queixas principais envolvem humor, ansiedade e comportamento, o psiquiatra pode ser o mais indicado.
O tratamento do TDAH é multimodal, ou seja, combina diferentes estratégias para obter o melhor resultado. O plano é sempre personalizado, considerando a idade, os sintomas predominantes e o impacto na vida do paciente.
Quando indicado, o neurologista pode prescrever medicamentos que atuam nos neurotransmissores cerebrais para melhorar a capacidade de foco e o controle dos impulsos.
O tratamento farmacológico frequentemente inclui medicamentos estimulantes, como o metilfenidato, que atuam aumentando a atividade nas partes do cérebro diretamente envolvidas na concentração.
Existem diferentes classes de fármacos, e a escolha dependerá da resposta individual e do perfil de cada paciente. O acompanhamento médico contínuo é fundamental para ajustar o tratamento conforme necessário.
O tratamento eficaz do TDAH raramente se limita à medicação. O neurologista trabalha em conjunto com uma equipe multidisciplinar, recomendando abordagens complementares que são essenciais para o manejo da condição.
Quando o tratamento, supervisionado pelo neurologista, combina medicação com intervenções de uma equipe multidisciplinar (como psicólogos), os sintomas melhoram em quase 97% dos casos.
Entre as principais, destacam-se:
É importante notar, porém, que suplementos de ácidos graxos poli-insaturados (PUFA), como o ômega-3, provavelmente não trazem melhoria significativa nos sintomas de TDAH, como desatenção ou hiperatividade, em crianças e adolescentes.
A decisão de agendar uma consulta deve ser tomada ao perceber que os sintomas de desatenção, hiperatividade ou impulsividade causam prejuízo funcional persistente. Procure um neurologista especialista em TDAH se você ou seu filho apresenta:
O diagnóstico correto é libertador e abre portas para um tratamento que pode transformar a qualidade de vida. Um neurologista qualificado é um aliado fundamental nessa jornada, oferecendo o conhecimento técnico e o suporte necessários para entender e manejar o TDAH de forma eficaz.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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