Qual é a melhor idade para engravidar? Entenda as vantagens e riscos

A melhor idade para engravidar une saúde, fertilidade e segurança

No Brasil, as mulheres têm optado por ter menos filhos, e ainda, a maternidade tem chegado cada vez mais tarde. Sendo assim, segundo dados do IBGE, se antes as mulheres engravidavam aproximadamente aos 26 anos nos anos 2000, a idade subiu em média para 28 anos em 2022. 

Por isso sempre há o questionamento sobre qual a melhor idade para engravidar, mas ela depende de alguns fatores, como a fertilidade, que está diretamente ligada a idade dos indivíduos. 

Dessa maneira, quanto mais cedo a mulher engravida, a probabilidade de ter complicações antes e após o parto diminui consideravelmente. 

O que determina a “melhor idade” biologicamente?

A melhor idade para engravidar é determinada pela fertilidade, ou seja, pela capacidade que o corpo tem de gerar um filho biologicamente. Essa fertilidade natural vai diminuindo à medida que o indivíduo envelhece. Por isso o tempo pode não ser um amigo nessa questão.

Para mulheres, os efeitos dos anos chamam ainda mais atenção caso ela queira engravidar, pois já nascem com um número determinado de óvulos que vão sendo eliminados a cada menstruação.

Por isso existe uma maior dificuldade de gestar um filho quando se está em idade mais próxima da menopausa, por exemplo. No entanto, não é possível determinar quando a fertilidade começa a diminuir com maior rapidez, também porque fatores genéticos influenciam. 

Levando todas essas questões biológicas em consideração, a melhor idade para engravidar pode ser entre 25 e 29 anos, já que a mulher possui menos chances de ter complicações na gravidez e no pós-parto.

Faixas etárias e chances estatísticas de engravidar

A idade é um fator determinante para aumentar ou diminuir significativamente as chances de engravidar. Sendo assim, uma revisão de estudos acadêmicos publicados pela BBC em 2024, mostrou a probabilidade de mulheres em idade considerada infértil de engravidar naturalmente.

Entre os 35 e 38 anos as mulheres tinham 29% de chance e aos 39 anos ela caia para 25%. Com os anos, as chances de gravidez diminuem progressivamente, passando a ser 22% aos 40 anos; 18% aos 41 e 15% aos 42. Apesar disso, as chances de cada mulher deve ser investigada individualmente.

Riscos associados à gravidez fora da faixa ideal

A mulher já nasce com uma quantidade determinada de óvulos: entre 1 e 2 milhões. Essa reserva cai para 250 mil óvulos na puberdade, quando se inicia a menstruação e os ovários começam a recrutar vários óvulos por mês. Com isso, estima-se que a mulher tenha 500 ciclos menstruais, fazendo o estoque se tornar finito. 

Com o tempo, além da quantidade, a qualidade dos óvulos também diminui, e é preciso que eles tenham a melhor qualidade possível para que possam resultar em gravidez. 

Por isso, a idade é um fator determinante para a mulher que deseja engravidar. A gravidez a partir dos 35 anos, também chamada de gravidez tardia, aumenta o risco de complicações para a mulher e para o feto. Sendo considerada uma gestação de alto risco. Dentre as complicações para o feto estão as malformações fetais como síndrome de Down. 

Para as mães as possibilidades são maiores. Além do aumento do risco de aborto espontâneo, a mãe pode desenvolver diabetes gestacional e hipertensão arterial, que pode levar a pré-eclâmpsia. O risco de trabalho de parto prematuro também fica elevado.

Estratégias para planejar bem a gravidez

A mulher que decide engravidar, deve procurar um profissional de saúde para ser orientada sobre o que deve ser feito no período anterior e fazer uma avaliação clínica, a chamada consulta periconcepcional.

Nessa consulta serão avaliados os riscos que a mulher tem antes da gestação (hipertensão, diabetes, doenças autoimunes); feitos ajustes em medicações para que ela possa tomar durante a gestação e serão realizadas orientações para cessar o hábito de fumar, ingerir álcool e outras drogas.

Como as mulheres já nascem com um quantitativo de óvulos pré-determinado, então uma boa estratégia a ser utilizada antes de engravidar é buscar fazer exames que mostrem como está essa reserva nos ovários, para evitar possíveis complicações. Uma outra opção é preservar a fertilidade fazendo o congelamento de óvulos.

Aprovada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a ingestão de ácido fólico também deve fazer parte do planejamento para engravidar. O consumo da vitamina reduz em 75% as prováveis complicações para o feto: paralisia de membros inferiores, incontinência urinária e intestinal nos bebês.

E vai ainda mais longe, reduz o risco das crianças terem dificuldades de aprendizagem escolar. Manter um estilo de vida saudável com dieta equilibrada e prática regular de atividade física é importante. A decisão sobre a melhor idade para engravidar envolve uma combinação de fatores biológicos, sociais e emocionais. 

Embora a faixa entre 25 e 29 anos seja considerada a mais favorável do ponto de vista da fertilidade e da redução de riscos obstétricos, cada mulher possui uma trajetória única, influenciada por genética, estilo de vida, condições de saúde e até mesmo escolhas pessoais.

O mais importante é compreender que a idade é apenas um dos elementos que compõem o planejamento da maternidade. Consultar um profissional de saúde, realizar exames preventivos, adotar hábitos saudáveis e, quando necessário, considerar estratégias como o congelamento de óvulos, são passos fundamentais para aumentar as chances de uma gestação tranquila e segura em qualquer fase da vida.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

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