Revisado em: 18/11/2025
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Liraglutida e semaglutida ajudam no controle do peso e da glicemia. O uso exige prescrição e acompanhamento médico especializado

A liraglutida e a semaglutida são consideradas um avanço no tratamento de doenças crônicas como a obesidade e o diabetes tipo 2. Esses medicamentos injetáveis promovem o controle da glicemia e a perda de peso.
O Atlas Mundial da Obesidade 2025, citado pela Agência Brasil, diz que um a cada três brasileiros vivem com obesidade (31%). A tendência é que a porcentagem cresça ao longo dos próximos cinco anos. No país, entre 40% e 50% da população não pratica atividade física na frequência e intensidade recomendadas.
As substâncias então exercem um papel bastante importante para tratar a doença. Elas auxiliam diretamente a melhorar a qualidade de vida do paciente quando utilizadas com o devido acompanhamento médico.
A liraglutida e semaglutida são medicamentos pertencentes à classe dos agonistas do receptor do peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1). O GLP-1 é um hormônio produzido naturalmente pelo intestino, após a ingestão de alimentos.
Por isso atua na parte metabólica do organismo. Eles aumentam a secreção de insulina pelo pâncreas para que ela capte cada vez mais glicose no sangue e converta em energia. Também suprimem a secreção do glucagon, contribuindo para reduzir o pico de glicemia depois do indivíduo se alimentar.
Além de retardar o esvaziamento do estômago, provocando uma sensação de saciedade mais prolongada. Assim como atuam no cérebro, mais especificamente no hipotálamo e no sistema de recompensa, aumentando também a saciedade e diminuindo o apetite.
Diferente do GLP-1 natural, a liraglutida e semaglutida são moléculas análogas consideradas resistentes à degradação. Esse fator permite que permaneçam no organismo por um período mais longo, de modo a exercer os seus efeitos terapêuticos.
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Os medicamentos foram desenvolvidos e aprovados inicialmente, somente para o tratamento do diabetes mellitus tipo 2. Mas por causa do seu efeito potente na redução do apetite e na promoção da saciedade, também foram aprovados para o tratamento da obesidade e do sobrepeso com comorbidades.
Sendo assim, são indicados para adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) inicial maior ou igual a 30 (obesidade) ou maior ou igual a 27 (sobrepeso).
Para fazer uso dos remédios, os indivíduos devem ter associados à obesidade e ao sobrepeso alguma comorbidade como: hipertensão, diabetes, problemas respiratórios durante o sono e artrite.
Devem ser utilizados em associação com dieta hipocalórica e exercícios físicos, para que os resultados se mantenham ao longo prazo.
As medicações auxiliam no controle da glicemia e também podem ser utilizadas de maneira isolada ou combinadas com outros antidiabéticos.
Para o tratamento do diabetes tipo 2, a liraglutida é comercializada como Victoza. Já a semaglutida é comercializada como Rybelsus (oral) ou Ozempic (injetável).
Para este fim a liraglutida recebe o nome de Saxenda. Nesses casos, ela é recomendada para adultos com obesidade ou sobrepeso e alguma comorbidade associada.
A semaglutida é vendida no Brasil com o nome de Wegovy, uma solução injetável, administrada via subcutânea (camada de gordura da pele).
Segundo informações colhidas na CNN Brasil, a Anvisa aprovou o uso dos medicamentos para adolescentes a partir dos 12 anos: Olire, Saxenda, Ozempic e Wegovy.
Nessa faixa etária o uso é ainda mais criterioso e podem ser prescritos para adolescentes com IMC igual ou superior a 30, e quando não é possível controlar o peso apenas com mudanças na dieta e no estilo de vida.
Os adolescentes também precisam ter acompanhamento médico contínuo. A preferência pelo tratamento da obesidade nesta fase é a não medicamentosa, feita por meio de uma alimentação saudável e equilibrada, e a prática de exercícios físicos.
Mesmo pertencendo à mesma classe medicamentos, a liraglutida e semaglutida apresentam diferença na sua potência de ação, na frequência em que devem ser administradas e na porcentagem estimada de perda de peso.
A liraglutida tem o seu tempo de ação de 13 horas. Já a semaglutida é mais potente, com um tempo de permanência no corpo de até sete dias.
Por isso, o uso da primeira é feito diariamente. Já a administração da segunda deve ser feita semanalmente, quando ela é injetável. No caso do Rybelsus, a semaglutida oral, a ingestão do medicamento é feita diariamente. A perda de peso promovida pela semaglutida também é maior.
De acordo com a regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, de 10% a 15% do peso corporal pode ser eliminado com o uso dela. Com o uso prolongado da liraglutida, a perda de peso gira em torno de 5% a 8%.
A escolha por uma delas deve ser avaliada por um médico especialista, como o nutrologista. Ele leva em consideração fatores como a condição clínica do paciente, faixa etária, comorbidades e a resposta de cada organismo ao tratamento.
Devido ao mecanismo de ação, os efeitos colaterais mais comuns são aqueles relacionados ao sistema gastrointestinal. Eles tendem a ter uma intensidade de leve a moderada e a medida em que organismo se acostuma vão diminuindo.
Então a náusea e vômitos podem estar presentes, assim como indigestão, refluxo, azia e dor abdominal. A diarreia e constipação também, além da sensação de fraqueza e cansaço.
O aumento gradual das doses dos tratamentos é a melhor forma de minimizar os efeitos adversos.
Podem haver também sintomas mais graves, como a pancreatite aguda, uma inflamação no pâncreas. Por isso, pacientes com histórico de pancreatite ou que apresentem dor intensa e persistente no abdômen e nas costas devem procurar atendimento médico imediatamente.
A perda de peso corporal rápida propicia o aparecimento de cálculo biliar. O uso pode aumentar a concentração de enzimas pancreáticas e contribuir para a formação de cálculos.
A liraglutida, segundo artigo publicado no PubMed em novembro de 2024, não deve ser utilizada de forma alguma durante a gestação ou amamentação. Assim como por aquelas pessoas que possuem alergia ao medicamento ou algum de seus componentes.
É preciso evitar o uso em pacientes com histórico pessoal e familiar de neoplasia endócrina múltipla ou câncer medular de tireoide. É exigido cautela na administração do tratamento em pacientes com histórico anterior de pancreatite aguda.
De acordo com o mesmo artigo, as contraindicações da semaglutida são menores. Se restringindo a gestação e a alergia ao medicamento ou a outros elementos que fazem parte dele.
A prescrição da liraglutida e semagultida deve ser feita exclusivamente por um especialista como o nutrologista. Assim como ele deve fazer também o acompanhamento do paciente.
A automedicação ou o uso off-label (fora das indicações da bula) sem a devida orientação pode ser prejudicial à saúde e causar o reganho de peso. O tratamento é sempre individualizado, e o médico é quem aponta os risco-benefício, assim como ajusta a dose e orienta sobre as mudanças necessárias no estilo de vida.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
O USO DE ANÁLOGOS DE GLP-1 LIRAGLUTIDA, SEMAGLUTIDA E TIRZEPATIDA NO TRATAMENTO DA OBESIDADE: UMA REVISÃO DE LITERATURA. RECIMA21 - Revista Científica Multidisciplinar - ISSN 2675-6218, [S. l.], v. 4, n. 4, p. e442950, 2023. DOI: 10.47820/recima21.v4i4.2950. Disponível em: https://recima21.com.br/recima21/article/view/2950. Acesso em: 17 nov. 2025.
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