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Lipedema em pessoas magras: entenda por que o peso não é o fator principal

Muitas mulheres convivem com a desproporção corporal e a dor sem saber que seus sintomas têm nome e tratamento

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Você se olha no espelho e a imagem parece dividida. Da cintura para cima, um corpo magro; da cintura para baixo, pernas e quadris com um volume que parece não pertencer ao restante. Calças jeans são um desafio constante e, muitas vezes, há uma sensação de peso e dor que ninguém mais entende. Se essa cena é familiar, você não está sozinha.

É possível ter lipedema e ser magra?

É perfeitamente possível. Essa é uma das maiores fontes de confusão sobre o lipedema. A doença é frequentemente associada ao sobrepeso e à obesidade, mas sua causa raiz não é o excesso de peso corporal total. O lipedema é uma condição crônica da distribuição de gordura, e não do seu acúmulo generalizado.

Diferentemente da obesidade comum, o lipedema se caracteriza por um acúmulo desproporcional de gordura nos membros, como pernas e braços, poupando frequentemente o tronco, os pés e as mãos. Essa gordura não responde bem a dietas ou exercícios, evidenciando que se trata de uma condição distinta, ligada à disfunção do tecido adiposo.

Ela pode ser fibrótica e apresentar nódulos palpáveis. O problema reside em células de gordura doentes que se acumulam de forma simétrica e desproporcional, principalmente nos membros inferiores, como coxas, glúteos e pernas. Em estágios mais avançados, também pode afetar os braços. 

Assim, uma mulher pode ter um Índice de Massa Corporal (IMC) normal e, ainda assim, apresentar os sinais clássicos da doença.

É importante ressaltar que os sintomas de dor e sensibilidade no tecido afetado pelo lipedema não estão diretamente relacionados ao Índice de Massa Corporal (IMC). Mulheres magras podem experimentar a doença com a mesma intensidade de dor que indivíduos com peso mais elevado.

Não conviva com a dor ou a desproporção sem orientação. Agende sua avaliação em um hospital Rede Américas.

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Quais são os principais sinais de lipedema em pessoas magras?

Identificar o lipedema em pessoas magras pode ser um desafio, pois os sintomas podem ser confundidos com gordura localizada comum. Contudo, existem características muito distintas que ajudam a diferenciar a condição.

Desproporção corporal visível

Este é o sinal mais marcante. A pessoa pode usar um tamanho de blusa P ou M, enquanto a calça precisa ser G ou GG. Frequentemente, há um "degrau" de gordura nos tornozelos, mas os pés permanecem magros e sem inchaço. Essa desproporção é o que popularmente se chama de "falsa magra".

Ao toque, é comum sentir nódulos na gordura, descritos por algumas pessoas como "grãos de arroz", uma característica particular do lipedema. A gordura acumulada poupa os pés e as mãos, o que ajuda a diferenciá-la de outros tipos de inchaço.

Dor e sensibilidade ao toque

Diferente da gordura comum, a gordura do lipedema é dolorosa. Uma leve pressão ou um esbarrão pode causar dor intensa. Muitas pacientes relatam uma sensação constante de peso, cansaço e desconforto nas pernas, que piora ao longo do dia.

Formação fácil de hematomas

A fragilidade dos capilares sanguíneos na área afetada faz com que hematomas (roxos) apareçam com facilidade, muitas vezes sem que a pessoa se lembre de ter batido no local. É um indicativo importante de inflamação e alteração vascular local.

Dificuldade em perder medidas localizadas

A gordura do lipedema é notoriamente resistente a dietas de restrição calórica e a programas de exercícios. A pessoa pode emagrecer no rosto, no peito e no abdômen, mas o volume das pernas e quadris permanece praticamente inalterado. Isso gera frustração e pode levar a diagnósticos incorretos de falta de disciplina.

Como diferenciar a gordura do lipedema da gordura comum?

Para facilitar o entendimento, a tabela abaixo resume as principais diferenças entre o tecido adiposo saudável e o afetado pelo lipedema.

Característica

Gordura do Lipedema

Gordura Comum

 

Dor ao toque

Presente e muitas vezes intensa

Ausente

Localização

Simétrica em pernas, quadris e braços; poupa pés e mãos

Distribuída de forma mais geral pelo corpo

Resposta à dieta

Muito baixa ou nula na área afetada

Reduz com déficit calórico

Textura da pele

Nodular, aspecto de "casca de laranja", irregular

Geralmente lisa e uniforme

Hematomas

Frequentes e espontâneos

Ocorrem apenas após traumas significativos

Por que o lipedema acontece, mesmo sem excesso de peso?

As causas do lipedema ainda são objeto de estudo, mas a ciência já aponta para uma combinação de três fatores principais que independem do peso da paciente.

Fatores genéticos e hereditários

O lipedema possui um forte componente familiar. Estima-se que muitas mulheres com a condição tenham mães, avós ou tias com o mesmo padrão de distribuição de gordura corporal, mesmo que nunca tenham sido diagnosticadas formalmente.

Influência dos hormônios femininos

A doença afeta quase exclusivamente mulheres e seus sintomas costumam surgir ou piorar em períodos de grandes flutuações hormonais, como a puberdade, a gravidez e a menopausa. O estrogênio parece desempenhar um papel central no desenvolvimento e na progressão do lipedema.

Inflamação crônica de baixo grau

O lipedema é caracterizado por um aumento de vasos sanguíneos dilatados e mais permeáveis, além de inflamação e fibrose no tecido adiposo subcutâneo. Esses achados confirmam que a doença resulta de uma disfunção específica do tecido de gordura, e não apenas de excesso de peso.

Como é feito o diagnóstico do lipedema?

O diagnóstico do lipedema é clínico, ou seja, baseia-se na história da paciente e no exame físico detalhado realizado por um médico especialista. Ele pode ser um cirurgião vascular ou cirurgião plástico com experiência na doença.

Atualmente, a comunidade científica está trabalhando para estabelecer um conjunto padronizado de "características de consenso" para o lipedema. Essa iniciativa é fundamental para aprimorar a precisão do diagnóstico e identificar a condição mesmo em pacientes que não se encaixam nos perfis de peso mais comuns.

O profissional irá avaliar a simetria e a proporção do corpo, a textura da pele, a presença de dor ao toque e o histórico de sintomas. Exames de imagem, como o ultrassom, podem ser solicitados para descartar outras condições com sintomas semelhantes, como o linfedema (acúmulo de linfa) ou a insuficiência venosa crônica.

Quais são as opções de tratamento disponíveis?

Embora o lipedema não tenha cura, existe tratamento para controlar os sintomas, frear sua progressão e melhorar significativamente a qualidade de vida. A abordagem é sempre multidisciplinar.

Abordagem conservadora

É a primeira linha de tratamento e visa controlar a inflamação e o inchaço. Inclui:

  • Dieta anti-inflamatória: focada em alimentos naturais e na redução de produtos industrializados, açúcar e farinhas refinadas.
  • Atividade física de baixo impacto: exercícios na água, como hidroginástica, e de fortalecimento muscular ajudam na circulação e no controle da dor.
  • Fisioterapia: drenagem linfática manual e uso de roupas de compressão são essenciais para manejar o inchaço e o desconforto.

Tratamento cirúrgico

Em casos selecionados, a cirurgia de lipoaspiração com técnicas específicas para preservar os vasos linfáticos pode ser indicada. O objetivo não é estético, mas sim remover o tecido gorduroso doente para aliviar a dor, melhorar a mobilidade e reduzir o volume desproporcional.

Quando procurar ajuda médica?

Se você se identifica com os sintomas descritos, especialmente a combinação de desproporção corporal, dor e resistência ao emagrecimento localizado, é fundamental buscar uma avaliação especializada.

Não normalize a dor ou a frustração. O lipedema é uma condição médica real e seu diagnóstico correto é o primeiro passo para uma vida com mais bem-estar e menos desconforto. Um especialista poderá confirmar o quadro e indicar o plano de tratamento mais adequado para você.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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