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Linfoma de Hodgkin em crianças: sintomas e tratamentos disponíveis

No Brasil, 89% dos pacientes infantis tiveram a cura da doença

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Receber o diagnóstico de linfoma de Hodgkin em crianças pode abalar qualquer família. Entre exames, consultas e tratamentos, surgem muitas dúvidas e medos, especialmente quando a criança começa a demonstrar sinais físicos que antes passavam despercebidos. 

O corpo costuma dar sinais de que algo não vai bem. Saber reconhecê-los, buscar ajuda médica rapidamente e entender como funciona o tratamento pode fazer toda a diferença no caminho da recuperação.

A boa notícia é que, com os avanços da medicina, as chances de cura são altas  e quanto mais informação confiável a família tiver, melhor será para enfrentar esse momento com segurança e esperança.

O que é o Linfoma de Hodgkin?

O linfoma de Hodgkin em crianças é uma neoplasia que se origina nos linfócitos - células do sistema imunológico - que se tornam malignas e se proliferam de forma descontrolada. Essa alteração pode gerar tumores nos gânglios linfáticos localizados no pescoço, axilas ou virilha, além de órgãos como baço e fígado.

Ainda não se conhece uma causa definitiva. Porém, o linfoma de Hodgkin não é hereditário, e pode estar associado à infecção pelo vírus Epstein‑Barr (EBV). 

American Cancer Society aponta que, embora qualquer faixa etária possa ser afetada, o linfoma infantil ocorre mais em adolescentes (15‑19 anos) e é menos comum em crianças antes dos 5 anos. 

Sintomas do Linfoma de Hodgkin em crianças

O corpo da criança costuma dar sinais quando algo não está certo. No caso do linfoma de Hodgkin em crianças, esses sinais podem ser sutis no início, mas não devem ser ignorados. 

Conhecer os sintomas mais comuns ajuda pais a buscar atendimento médico o quanto antes, o que impacta diretamente nas chances de cura.

Gânglios aumentados (adenomegalia)

O sintoma mais comum é o aumento indolor dos linfonodos no pescoço, axilas ou virilha. Esse caroço geralmente não causa dor nem melhora com antibióticos.

Sintomas B (sistêmicos)

Quando presentes, febre persistente (acima de 38 °C), suores noturnos e perda de peso não explicada (>10% em seis meses) são classificados como “sintomas B”, e indicam doença mais avançada.

Fadiga, coceira e desconforto no tórax

A criança pode relatar cansaço incomum, coceira na pele (prurido) ou desconforto ao respirar, especialmente se houver massa no tórax. A presença de massa mediastinal pode causar tosse, dor no peito ou falta de ar.

Esplenomegalia e outros sinais

Em cerca de 60 % dos casos há aumento do baço (esplenomegalia), além de possível acometimento de fígado ou medula óssea em estágios mais avançados.

Diagnóstico do câncer em crianças

O diagnóstico precoce é um dos principais fatores para o sucesso do tratamento. Quando há suspeita de linfoma infantil, a investigação deve ser rápida, precisa e conduzida por especialistas. 

Isso envolve desde a observação dos sintomas até exames laboratoriais e procedimentos como a biópsia.

O diagnóstico começa pela avaliação do profissional. O médico realiza exame físico detalhado, avaliando linfonodos em pescoço, axilas e virilhas. Em seguida, é pedido exames laboratoriais e de imagens, como:

  • hemograma;
  • marcadores inflamatórios (como VSH ou DHL);
  • ultrassom;
  • radiografia;
  • tomografia;
  • PET‑scan.

Porém, a confirmação do diagnóstico só acontece após a biópsia, que é a retirada de uma pequena parte do gânglio inchado para ser analisada em laboratório. Os médicos procuram por um tipo específico de célula, chamada Reed-Sternberg, que só aparece no linfoma de Hodgkin. 

Depois da confirmação, os especialistas fazem o estadiamento, que é uma forma de classificar em que fase o câncer está - indo do estágio I (mais localizado) até o IV (mais espalhado pelo corpo). 

Em geral, crianças com até 10 anos costumam ser diagnosticadas em fases mais iniciais, mas isso pode mudar dependendo da região e do acesso ao sistema de saúde.

Tratamento do Linfoma de Hodgkin em crianças

A meta principal é a cura com o mínimo possível de efeitos colaterais tardios. O tratamento planejado leva em conta o estágio da doença, idade, subtipo e extensão do acometimento.

O cuidado envolve equipe com oncologistas pediátricos, hematologistas, radio oncologistas, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e assistentes sociais.

Quimioterapia

A quimioterapia é o principal tratamento. Ela usa medicamentos potentes que circulam no corpo todo e atacam as células doentes. Nos casos infantis, os médicos evitam usar os mesmos remédios aplicados em adultos, como a combinação conhecida como ABVD, porque esses podem causar problemas no coração e nos pulmões no futuro.

Dependendo do risco da doença, alguns protocolos podem incluir medicamentos mais modernos, como o brentuximabe vedotina, que é uma terapia mais direcionada para casos com maior gravidade.

Radioterapia

Em alguns casos, a radioterapia pode ser necessária. Ela é feita com doses menores e áreas bem localizadas, para proteger o máximo possível os órgãos saudáveis. 

Por exemplo, quando o tratamento é feito em meninas, os médicos tomam cuidado extra para preservar os ovários, pensando na fertilidade e no desenvolvimento futuro.

Outras opções

Se a doença voltar ou não responder bem aos primeiros tratamentos, os especialistas podem indicar imunoterapia (que fortalece o sistema imunológico para combater o câncer) ou um transplante de células-tronco, que permite um tratamento mais intenso, seguido da “reconstrução” da medula óssea.

Linfoma de Hodgkin em crianças Prognóstico: quais as chances de cura?

As chances de cura são muito altas. Em países desenvolvidos, mais de 95% das crianças e adolescentes com linfoma de Hodgkin se curam. 

No Brasil, os dados também são bastante positivos: cerca de 89% dos pacientes tratados com os protocolos atuais estão vivos cinco anos após o diagnóstico, o que indica excelente resposta ao tratamento.

Mesmo assim, os médicos continuam acompanhando essas crianças por muitos anos, porque alguns efeitos podem aparecer mais tarde. Esses riscos são controlados com exames periódicos e cuidados específicos após o fim do tratamento.

Como ajudar uma criança que tem esse linfoma?

Mais do que entender o diagnóstico ou seguir o tratamento à risca, o apoio emocional e o cuidado no dia a dia fazem toda a diferença na recuperação da criança. 

A presença constante, o diálogo sincero e o acolhimento ajudam a transformar o medo em coragem e o cansaço em esperança.

Informar com clareza e empatia

Explique o diagnóstico de forma simples, enfatizando que apesar do susto, existem tratamentos eficazes e alta chance de cura. Use expressões acolhedoras sem alarmismo.

Apoio emocional

A equipe multidisciplinar inclui psicólogos. Esse suporte ajuda a criança e a família a lidar com a ansiedade, medo e mudança de rotina durante o tratamento.

Rotina e autocuidado

Manter alimentação saudável, higiene do sono e atividades lúdicas é essencial para fortalecer o organismo e preservar o bem‑estar.

Acompanhamento médico contínuo

Comparecer às consultas e exames de controle é fundamental, tanto durante o tratamento como no acompanhamento pós‑cura, para identificar e manejar possíveis efeitos tardios.

Buscar suporte em redes de apoio

Instituições como a ABRALE oferecem suporte gratuito, orientações, grupos de convivência e segunda opinião médica.

Se um filho ou uma criança próxima receber esse diagnóstico, saiba que há esperança. Buscar informação, aderir ao tratamento e contar com suporte emocional são atitudes que fortalecem a família nesse momento delicado. 

Com equipe preparada e o tratamento sendo realizado desde o início, o prognóstico costuma ser positivo. Com a atenção adequada, muitos eventos adversos podem ser prevenidos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMERICAN CANCER SOCIETY. Key Statistics for Hodgkin Lymphoma. Cancer.org, 2025. Disponível em: https://www.cancer.org/cancer/types/hodgkin-lymphoma/about/key-statistics.html. Acesso em: 4 ago. 2025. 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LINFOMA E LEUCEMIA – ABRALE. Linfoma de Hodgkin em crianças. ABRALE, 2025. Disponível em: https://abrale.org.br/doencas/cancer-infantil/linfomas-cancer-infantil/lh/. Acesso em: 4 ago. 2025.

CAMARGO, Pedro et al. Hodgkin lymphoma in Brazil: trends in incidence and mortality over 4 decades. Research, Society and Development, 2023. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10660107/. Acesso em: 4 ago. 2025.

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