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Linfoma de Hodgkin é maligno? Entenda o diagnóstico e os tratamentos disponíveis

Sim, é um tipo de câncer, mas com altas taxas de cura. Saiba como o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento.

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Você passa a mão pelo pescoço, axila ou virilha e sente um caroço que não estava ali antes. Ele não dói, mas sua presença gera uma apreensão imediata. Essa é uma situação comum que leva muitas pessoas a buscar um médico e, eventualmente, a receber um diagnóstico de linfoma de Hodgkin.

O linfoma de Hodgkin é maligno?

A resposta direta é: sim, o linfoma de Hodgkin é uma doença maligna. O termo "maligno" significa que se trata de um câncer. A doença se caracteriza pelo crescimento descontrolado e anormal de células de defesa do corpo, chamadas linfócitos.

O tipo mais comum, conhecido como linfoma de Hodgkin Clássico, é um câncer que pode progredir e se espalhar, sendo frequentemente diagnosticado em adolescentes e adultos jovens. 

Essas células cancerosas, conhecidas como células de Reed-Sternberg, acumulam-se nos gânglios linfáticos e podem se espalhar para outras partes do sistema linfático ou órgãos. É justamente essa capacidade de crescimento e disseminação que define sua malignidade.

Contudo, é fundamental entender que, no universo da oncologia, "maligno" não é sinônimo de "sentença". O linfoma de Hodgkin, especialmente quando diagnosticado precocemente, apresenta excelentes respostas aos tratamentos disponíveis e altas taxas de cura.

Existe ainda uma forma menos comum da doença, o linfoma de Hodgkin nodular de predominância linfocitária (NLPHL). Embora distinto do tipo clássico, ele também envolve células malignas e, em alguns casos, pode evoluir para um linfoma mais agressivo. Essa transformação exige uma abordagem de tratamento diferente para garantir a eficácia.

O que exatamente é o sistema linfático e como o linfoma o afeta?

Pense no sistema linfático como a rede de segurança e saneamento do seu corpo. Ele é composto por uma vasta rede de vasos, gânglios (linfonodos), o baço, o timo e a medula óssea. Sua principal função é produzir e transportar os linfócitos, células que combatem infecções e outras ameaças.

No linfoma de Hodgkin, um tipo específico de linfócito B sofre uma mutação e se torna canceroso. Essa célula passa a se multiplicar de forma desordenada, gerando cópias defeituosas. O acúmulo dessas células forma tumores, que geralmente se manifestam como o inchaço dos gânglios linfáticos.

Quais são os principais sinais e sintomas a observar?

Os sintomas do linfoma de Hodgkin podem ser confundidos com os de outras doenças menos graves, o que reforça a importância da avaliação médica. 

Fique atento a:

  • Linfonodos aumentados: inchaço indolor de gânglios no pescoço, axilas ou virilha é o sinal mais comum.
  • Febre persistente: que vai e volta por semanas, sem uma causa infecciosa aparente.
  • Suores noturnos intensos: a ponto de encharcar roupas de cama e pijamas.
  • Perda de peso inexplicada: perda superior a 10% do peso corporal em seis meses sem dieta ou exercícios.
  • Coceira intensa (prurido): por todo o corpo e sem lesões de pele visíveis.
  • Fadiga extrema: um cansaço que não melhora com o repouso.

Como o diagnóstico é confirmado?

A suspeita de linfoma de Hodgkin surge a partir dos sintomas e do exame físico. No entanto, a confirmação definitiva só pode ser feita por meio de uma biópsia. Nesse procedimento, um pequeno fragmento ou o gânglio inteiro é removido cirurgicamente para análise em laboratório.

A presença das células de Reed-Sternberg no tecido analisado confirma o diagnóstico. Exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC) e PET-CT, são então utilizados para determinar a extensão da doença no corpo, um processo chamado de estadiamento.

Quais as diferenças entre o linfoma de Hodgkin e o não-Hodgkin?

Embora ambos sejam cânceres do sistema linfático, eles são doenças distintas, com características e tratamentos diferentes. A principal distinção está no tipo de célula afetada e no seu comportamento.

Característica

Linfoma de Hodgkin (LH)

Linfoma não-Hodgkin (LNH)

 

Célula característica

Presença da célula de Reed-Sternberg.

Ausência da célula de Reed-Sternberg; diversos tipos de linfócitos podem ser afetados.

Padrão de disseminação

Geralmente ordenado, de um grupo de gânglios para o próximo.

Mais imprevisível, podendo surgir em diferentes partes do corpo simultaneamente.

Incidência

Menos comum, representando cerca de 10% de todos os linfomas.

Mais comum, com mais de 60 subtipos diferentes.

O linfoma de Hodgkin tem cura?

A resposta é animadora: sim. O linfoma de Hodgkin é considerado um dos cânceres com as mais altas taxas de cura. Graças aos contínuos avanços nos tratamentos, é hoje uma doença altamente curável, com muitos pacientes alcançando uma excelente sobrevida a longo prazo. Estudos indicam que a maioria dos pacientes, cerca de 80%, alcança a cura, superando 85% em estágios iniciais.

Mesmo em estágios mais avançados, as chances de cura permanecem significativas. O sucesso do tratamento está diretamente ligado ao diagnóstico precoce, ao tipo específico do linfoma e às condições gerais de saúde do paciente.

Quais tratamentos estão disponíveis?

O tratamento é definido por uma equipe multidisciplinar, liderada por um hematologista ou oncologista, e é personalizado para cada caso. As principais modalidades incluem:

  1. Quimioterapia: uso de medicamentos para destruir as células cancerosas em todo o corpo.
  2. Radioterapia: uso de radiação de alta energia para eliminar as células do linfoma em áreas específicas.
  3. Imunoterapia: medicamentos que estimulam o próprio sistema imunológico do paciente a reconhecer e atacar o câncer.
  4. Transplante de células-tronco: geralmente indicado em casos de recidiva, quando a doença retorna após o tratamento inicial.

O que fazer após receber o diagnóstico?

Receber um diagnóstico de câncer é um momento de grande impacto. O mais importante é respirar fundo e seguir os próximos passos de forma organizada:

  1. Busque um especialista: procure um hematologista ou oncologista com experiência em linfomas. Uma segunda opinião pode ser valiosa.
  2. Informe-se em fontes confiáveis: evite informações alarmistas. Busque conhecimento em portais de saúde de hospitais, como o da Rede Américas, e organizações de apoio a pacientes.
  3. Construa uma rede de apoio: compartilhe seus sentimentos com familiares e amigos de confiança. O suporte emocional é uma parte crucial do tratamento.
  4. Siga as orientações médicas: a adesão ao plano de tratamento proposto pela sua equipe de saúde é o fator mais importante para alcançar a cura.

Lembre-se que, apesar da palavra "maligno" assustar, o linfoma de Hodgkin tem um prognóstico muito favorável na maioria dos casos. Com o acompanhamento correto, as chances de superar a doença são excelentes.

É importante, contudo, manter o acompanhamento médico a longo prazo após o tratamento. Sobreviventes de linfoma de Hodgkin que foram submetidos a certos tratamentos, como radioterapia ou quimioterapia com procarbazina, podem apresentar um risco aumentado de desenvolver câncer colorretal anos depois.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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