04/04/2025
Revisado em: 24/04/2025
A dificuldade em iniciar ou manter o sono pode ser um sintoma de alguma patologia ou uma doença em si
Cerca de 72% dos brasileiros sofrem de doenças relacionadas ao sono, entre elas, a insônia. É o que apontam estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O problema tem impacto direto na saúde e qualidade de vida das pessoas afetadas, Siga a leitura para saber mais sobre a condição, como suas causas, formas de prevenção e de tratamento.
De acordo com o Ministério da Saúde, a insônia é a dificuldade de iniciar o sono e mantê-lo de forma contínua durante a noite. A insônia pode ser um sintoma - estando associada a questões psiquiátricas, como transtornos de humor, de ansiedade ou de personalidade - ou então uma doença, podendo ocorrer em torno de três vezes por semana e persistir por três meses ou mais. Já quando a doença é considerada crônica, ela costuma ter duração média de 3 anos, segundo a Associação Brasileira do Sono (ABS).
Quando o corpo não consegue descansar adequadamente, há uma diminuição no desempenho cognitivo, problemas de concentração, irritabilidade e, em casos mais graves, o comprometimento do sistema imunológico. A privação do sono também pode contribuir para o desenvolvimento de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e depressão.
A falta de um sono de qualidade afeta não apenas o bem-estar físico, mas também a saúde emocional. Pessoas que sofrem de insônia podem experimentar alterações no humor, dificuldade em lidar com o estresse e até mesmo problemas de memória.
A insônia tem origem multifatorial, envolvendo diferentes dimensões da vida do indivíduo. Dentre as possíveis causas do distúrbio estão:
Estresse e ansiedade
Entre as causas da insônia, o estresse é uma das mais frequentes. O acúmulo de preocupações diárias, pressões no trabalho e conflitos pessoais pode fazer com que a mente fique em constante alerta, dificultando o relaxamento necessário para adormecer. Quando a ansiedade se torna crônica, o ciclo da insônia se perpetua, comprometendo ainda mais a saúde mental.
Má Higiene do Sono
O uso excessivo de dispositivos eletrônicos antes de dormir e horários irregulares são elementos que interferem na produção dos hormônios do sono. A exposição prolongada à luz azul emitida por smartphones e computadores, por exemplo, prejudica a produção de melatonina, o hormônio responsável por regular o ciclo do sono.
Fatores ambientais
Barulhos excessivos, iluminação inadequada e temperaturas extremas também podem contribuir para a insônia. Um ambiente propício ao sono deve ser silencioso, escuro e com uma temperatura confortável.
Problemas de saúde
Condições médicas como dor crônica, apneia do sono, refluxo gastroesofágico podem ser gatilhos para a insônia. Muitas vezes, a dor e o desconforto associados a essas condições impedem que o indivíduo relaxe e tenha um sono profundo.
Consumo de cafeína, nicotina e álcool
Estas substâncias podem interferir significativamente no ciclo do sono. Embora algumas pessoas acreditem que uma bebida alcoólica possa ajudar a dormir, ela, na verdade, compromete a qualidade do sono, causando despertares frequentes durante a noite.
Entre sintomas mais comuns de insônia estão:
Esses sinais podem aparecer isoladamente ou em conjunto, levando à uma queda significativa na qualidade de vida do indivíduo. Além disso, a insônia também pode se manifestar através de sinais menos reconhecidos, como:
Uma insônia repentina ou que se agrava pode estar associada a condições médicas subjacentes não diagnosticadas, como apneia do sono, síndrome das pernas inquietas, dor crônica, doenças cardíacas ou distúrbios neurológicos.
Da mesma forma, a insônia tem uma forte ligação com transtornos de saúde mental, como depressão, ansiedade e transtorno bipolar. O surgimento ou a piora da insônia podem indicar uma alteração no estado de saúde mental que requer atenção profissional.
É importante procurar atenção médica se a insônia persistir por mais de algumas semanas, mesmo após a implementação de estratégias de autoajuda, ou se estiver impactando significativamente o funcionamento diário. Ignorar esses sinais pode retardar o diagnóstico e o tratamento de condições subjacentes importantes.
O tratamento da insônia pode começar com mudanças simples no estilo de vida como:
Quando as abordagens naturais não são suficientes, tratamentos médicos podem ser indicados. Entre eles, temos:
Terapia Cognitivo-Comportamental para Insônia (TCC-I): técnica terapêutica que trabalha na identificação e modificação de pensamentos e comportamentos que interferem no sono.
Medicação: em alguns casos, o uso de medicamentos pode ser recomendado para regular o sono. No entanto, seu uso deve ser acompanhado de perto por um profissional de saúde, considerando os riscos de dependência e efeitos colaterais.
Suplementos: substâncias como a melatonina podem ser utilizadas para ajudar a regular o ciclo do sono, embora sua eficácia possa variar entre os indivíduos.
Para quem busca uma melhora efetiva na qualidade do sono, pequenas mudanças no dia a dia podem fazer uma grande diferença. Confira algumas dicas:
É importante procurar um especialista para tratar a insônia se:
Um profissional especializado, como um neurologista ou um psiquiatra, pode realizar uma avaliação detalhada, identificar a causa subjacente e indicar o tratamento mais adequado para cada caso.
Para recuperar noites de sono tranquilas após um período de insônia, é essencial focar nos hábitos de sono. O quarto deve ser um local de descanso e relaxamento, sem estímulos, luminosidade ou temperaturas extremas. Manter um diário do sono para monitorar padrões, identificar gatilhos e acompanhar o progresso pode fornecer informações valiosas.
Em casos de insônia persistente, é preciso buscar o apoio de um profissional de saúde para identificar as causas subjacentes e receber o tratamento adequado.
A insônia pode ser desencadeada por uma combinação de fatores psicológicos, comportamentais e fisiológicos. Estresse e ansiedade são causas frequentes, assim como hábitos de sono inadequados, condições médicas subjacentes, o uso de certos medicamentos e fatores relacionados ao estilo de vida, como o consumo de estimulantes e horários irregulares.
Para aliviar a insônia, é recomendado adotar medidas de higiene do sono, como manter horários regulares, criar um ambiente propício ao sono e evitar estimulantes antes de dormir. Técnicas de relaxamento e, em alguns casos, tratamentos médicos, como a terapia cognitivo comportamental ou o uso de medicamentos prescritos, podem ser eficazes.
A insônia relacionada à ansiedade geralmente se manifesta como dificuldade em adormecer devido a pensamentos acelerados e preocupações. A pessoa pode sentir-se tensa e incapaz de relaxar. Despertares frequentes durante a noite com pensamentos ansiosos e um despertar precoce pela manhã também são comuns. A falta de sono, por sua vez, pode intensificar a ansiedade, criando um ciclo vicioso.
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