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Gestrinona: para que serve e qual o alerta sobre o "Chip da Beleza"?

Entenda a indicação médica deste hormônio e os riscos do uso estético não aprovado.

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O "chip da beleza" é um nome popular dado a implantes que liberam hormônios no corpo, prometendo melhorias estéticas rápidas. O hormônio mais famoso desses implantes é a Gestrinona.

Muitas pessoas buscam esses "chips" por causa dos ganhos rápidos, mas entidades médicas no Brasil, como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), têm alertado que o uso da Gestrinona para fins de beleza é preocupante e perigoso.

Entenda o que é a gestrinona, para que ela realmente serve e quais são os riscos sérios de usá-la apenas para melhorar a aparência.

O que é gestrinona e para que serve?

A gestrinona é um tipo de medicamento hormonal sintético, produzido em laboratório, que tem três ações principais no corpo: age como hormônio masculino (androgênica), bloqueia o hormônio feminino estrogênio (antiestrogênica) e bloqueia o hormônio progesterona (antiprogesterona).

Originalmente, a gestrinona foi desenvolvida e usada principalmente para tratar uma doença feminina: a endometriose. É quando o tecido que normalmente reveste o útero cresce em outras áreas (como ovários ou intestino), causando fortes dores e, às vezes, infertilidade.

A gestrinona inibe a ovulação e impede que o tecido da endometriose cresça, ajudando a aliviar a dor pélvica.

Devido à sua ação que imita o hormônio masculino (androgênica), a gestrinona pode causar:

  • Aumento da massa muscular (efeito anabolizante);
  • Redução da gordura corporal;
  • Aumento da libido (desejo sexual).

Por causa desses efeitos, a Gestrinona passou a ser usada ilegalmente em implantes subcutâneos (o "chip da beleza") para fins estéticos. No entanto, é importante saber que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) não aprova o uso de implantes de gestrinona para beleza ou performance.

Quais os riscos da gestrinona?

O uso da gestrinona, principalmente nos implantes, é arriscado porque a dose liberada é incerta e os efeitos a longo prazo no corpo são desconhecidos. As sociedades médicas alertam para consequências sérias:

Efeitos de masculinização (virilização)

Estes são os riscos mais comuns e, às vezes, permanentes, causados pela ação forte do hormônio masculino:

  • Voz mais grossa (alteração no timbre vocal);
  • Aumento de pelos no corpo (Hirsutismo);
  • Queda de cabelo (no padrão masculino);
  • Aumento do clitóris (Clitoromegalia);
  • Pele e cabelo mais oleosos (acne e seborreia).

O hormônio também pode trazer riscos sérios à saúde em geral, como coágulos no sangue (levando à trombose, derrame ou embolia pulmonar), problemas no fígado e coração, e infertilidade temporária.

Quem pode usar a gestrinona e quais as contraindicações?

A gestrinona deve ser usada apenas quando houver uma indicação médica clara e, de preferência, em suas formas originais (oral ou vaginal), para tratar endometriose pélvica ou condições ginecológicas específicas, como alguns tipos de miomas uterinos ou dor mamária cíclica (mastalgia).

O uso de Gestrinona é estritamente proibido para:

  • Grávidas e mulheres que estão amamentando;
  • Pessoas com problemas graves nos rins, fígado ou coração;
  • Quem já teve trombose ou outros problemas de coagulação no sangue;
  • Quem tem diabetes ou colesterol alto deve ter cuidado redobrado e acompanhamento constante.

Muitas pessoas buscam o "chip da beleza" pelo ganho estético rápido, mas é essencial entender que ele não tem a segurança comprovada e não é aprovado para este fim.

A importância da indicação médica para a gestrinona

O custo de um implante hormonal no Brasil pode ser alto, envolvendo milhares de reais, dependendo da clínica e do profissional. No entanto, o risco à saúde é a maior despesa se for usado de maneira indiscriminada.

Os benefícios estéticos não compensam os riscos reais de desenvolver problemas graves ou permanentes. A melhor escolha é sempre procurar soluções aprovadas, priorizando o acompanhamento de um médico ginecologista ou endocrinologista para um diagnóstico correto e um tratamento seguro, baseado na ciência.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Referências

SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia). Posicionamento da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) sobre o uso (e abuso) de implantes de Gestrinona (G) e de outros hormônios androgênicos em mulheres. 2021. Disponível em: https://www.endocrino.org.br/wp-content/uploads/2021/11/Posicionamento-da-SBEM-sobre-Implante-de-Gestrinona_2021.pdf. Acesso em: Out. 2025.

FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). Anvisa suspende manipulação, comercialização, propaganda e uso de implantes hormonais manipulados. 2024. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/1976-anvisa-suspende-manipulacao-comercializacao-propaganda-e-uso-de-implantes-hormonais-manipulados. Acesso em: Out. 2025.

ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais (proíbe uso para fins estéticos). Agência Brasil. 2024. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2024-11/anvisa-atualiza-regras-sobre-implantes-hormonais. Acesso em: Out. 2025.

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