20/08/2025
Revisado em: 20/08/2025
Saiba quando a queimação no estômago é um simples desconforto e quando os sinais indicam a necessidade de uma avaliação médica.
Na grande maioria das vezes, a dor no estômago está relacionada a fatores do dia a dia, principalmente aos nossos hábitos alimentares. Entre as causas mais comuns, está a má digestão, também conhecida como dispepsia.
Esse desconforto tende a ser desencadeado pelo consumo excessivo de alimentos gordurosos, frituras, café, refrigerantes e bebidas alcoólicas, que irritam a mucosa gástrica e estimulam a produção de ácido no estômago.
Além da alimentação, o uso prolongado de certos medicamentos, como os anti-inflamatórios (ibuprofeno e diclofenaco, por exemplo), é uma causa importante de agressão ao estômago. Esses remédios podem inibir a produção de substâncias que protegem a parede do estômago, deixando-a mais vulnerável à ação do próprio ácido gástrico.
O tabagismo também contribui para o problema por múltiplas vias: a nicotina pode enfraquecer a válvula que separa o esôfago do estômago, facilitando o refluxo, e ainda diminui a circulação sanguínea no órgão, o que dificulta sua cicatrização.
O jejum prolongado pode ser outro fator de desconforto. Quando o estômago permanece vazio por muito tempo, o ácido gástrico age diretamente sobre a mucosa, aumentando o risco de irritações e dor, já que não há alimento para neutralizar sua ação.
Embora toda dor no estômago seja popularmente chamada de "gastrite", nem sempre esse é o diagnóstico correto.
Por definição, a gastrite é uma inflamação da mucosa, a camada que reveste o estômago por dentro, muitas vezes causada pela bactéria Helicobacter pylori ou pelo uso crônico de anti-inflamatórios. Quando de fato presente, o problema costuma causar sintomas como dor em queimação, náuseas e a sensação de estômago cheio mesmo após pequenas refeições.
É muito comum que o paciente tenha todos esses sintomas, mas os exames não mostrem nenhuma inflamação. Esse quadro é chamado de dispepsia funcional, popularmente conhecida como "gastrite nervosa".
Nela, a dor é real, mas o problema não é uma inflamação, e sim uma alteração na sensibilidade do estômago ou na sua motilidade (a forma como ele se contrai e relaxa), muitas vezes influenciada por fatores emocionais.
Apesar de uma dor no estômago ocasional poder ser tratada em casa, a persistência ou a intensidade do sintoma são os principais indicativos de que é hora de procurar uma avaliação médica.
A orientação é conversar com um clínico geral ou um gastroenterologista se a dor se torna recorrente, acontecendo várias vezes na semana, ou se ela for forte o suficiente para atrapalhar suas atividades diárias.
Além da frequência, a presença de outros sinais de alerta é um motivo importante para a consulta.
Fique atento se a dor vier acompanhada de perda de peso sem motivo aparente, dificuldade ou dor para engolir, vômitos frequentes (especialmente se houver a presença de sangue) ou alteração na cor das fezes, que podem se tornar muito escuras, com aspecto de borra de café, o que pode indicar sangramento digestivo.
Cuidar do estômago é também uma forma de cuidar do corpo como um todo. Se você sente desconfortos frequentes ou está inseguro sobre o que está causando a dor, não hesite em buscar ajuda.
Procurar um médico não significa necessariamente que algo grave está acontecendo, mas é uma maneira de entender melhor o seu corpo e encontrar formas de viver com mais bem-estar e tranquilidade.
Referências bibliográficas:
MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Guia Alimentar para a População Brasileira. 2. ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf. Acesso em: 07 ago. 2025.
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